Subscribe to PlantaSonya Subscribe to PlantaSonya's comments




Laelia_anceps

Tendo em vista que as or­quídeas de nossas espéci­es nativas, mais comuns florescem na primavera (Cattleya intermedia, Laelia purpurata), é muito natural que o co­lecionador busque espécies cujo pe­ríodo floral seja o outono e inverno, para evitar aqueles tristes perío­dos sem flores no orquidário.

Digo triste porque é assim que me sinto quando entro no orquidário e não vejo nenhuma flor. Felizmente há muitos anos isso não ocorre. Basta uma dú­zia de plantas de algumas espé­cies selecionadas e você terá flo­res durante o ano inteiro.

As orquídeas que se dão bem no pe­ríodo outono-inverno é justamen­te uma espécie conhecida por sua resistência ao frio: a Laelia anceps, a mais conhecida e co­lecionada das Laelias mexicanas. A Laelia anceps é também uma das mais fáceis de cultivar.

Possuindo clones de boa for­ma e. grande variedade de colo­rido, é de se estranhar que não seja mais colecionada. Imagino que a causa seja a falta de oferta de plan­tas de qualidade à venda. Poucas são também as ofertas de “seedlings” e meristemas no mercado nacional. Fica aqui o desafio aos produtores nacionais para que trabalhem mais com a Laelia anceps.

O clima nas regiões do México onde a Laelia anceps vegeta, é se­melhante ao clima dos estados do Sul do Brasil, com o verão quente e chu­voso e inverno frio e seco na maior parte do tempo. Isso explica a facili­dade de cultivo dessa espécie no Sul do Brasil.

No México a Laelia anceps ocor­re ao Sul do país, desde a costa les­te, no Golfo do México, até a costa oeste, no Pacifico.

A Laelia anceps possui apro­ximadamente o seguinte regime de crescimento: após o período de des­canso da floração, na primavera e verão surgem novos brotos que cres­cem com o calor e as chuvas dessas estações.

Assim que o tempo começa a es­friar, as hastes florais começam a crescer e são um espetáculo à parte pois algumas plantas possuem has­tes com até um metro de comprimen­to fazendo concorrência em ta­manho com as Phalaenopsis. O comprimento da haste floral de­pende do clone e do estado cul­tural da planta, variando bastan­te, mas quase sempre ao redor de 60 cm.

Entre o fim do outono e co­meço do inverno, as flores, em número de 1 a 5 em cada haste floral, começam a abrir, fornecen­do um lindo espetáculo, balan­çando com a menor brisa. Após a floração a planta entra em pe­ríodo de repouso e reinicia-se o ciclo. ,

As flores da Laelia anceps variam de 6 a 12 cm de tama­nho, possuindo de modo geral boa armação (pétalas e sépalas no mesmo plano).

As sépalas variam de 1 a 2 cm de largura enquanto as péta­las podem chegar até 4 cm nos melhores clones. O labelo enco­bre a coluna e varia de 1 a 2 cm de largura.

Quanto ao colorido, temos a va­riedade alba, com pétalas e sépalas brancas e labelo também branco mas com uma mancha amarela pe­netrando o tubo. Existe uma grande variedade de flores, descritas na li­teratura, em que as diferenças são a quantidade, o tamanho e a cor das veias que penetram o labelo, enquan­to o resto da flor é de cor branca.

Da mesma forma, ocorre com a variedade semi-alba (pétalas e sépalas brancas e labelo colorido). Há uma grande quantidade de des­crições de plantas cuja única diferen­ça é a quantidade e posição da cor lilás no labelo.

Varia de uma leve mancha lilás pequena até todo o labelo púrpura escuro. Do mesmo modo, quer nos parecer que são to­das semi-albas. Um bom exemplo é a conhecida Laelia anceps semi-alba “Sanderiana” .

A cor predominante da Laelia anceps é o lilás que define a varie­dade “tipo”, apresentando-se do li­lás claro até o mais escuro. Existe também uma variedade rosada em que pétalas, sépalas e labelo são rosa suave.

corujinhas

seteleguas

As espécies mais indicadas para decorar muros, ou seja, não para cobri-lo, mas para se estender por cima, são aquelas capazes de se alastrar por grandes dimensões e ainda dar belas flores. A sugestão é usar a alamanda (Allamanda cathartica), o jasmim-estrela (Jasminum gracilimum) e o clerodendro (Clerodendrum splendens).

Para os pergolados, as plantas mais indicadas são a primavera (Bougainvillea), congéia (Congea tomentosa), jade-vermelha (Mucuna bennettii), sapatinho-de-judia (Thumbergia mysorensis) e sete-léguas (Podranea ricasoliana).

Nas teliças, vão bem a flor-de-são-miguel (Petrea subserrata), tumbérgia-azul (Thunbergia grandiflora), hera-africana (Senecio mikanioides) e as rosas-trepadeiras.

Cultivar estas espécies não é difícil, mas pede alguns cuidados. Entre eles, adubações orgânicas periódicas, com húmus de minhoca, por exemplo; condução do crescimento da planta (usando fios de nylon, ráfia, etc.) para que ela não se torne um emaranhado de galhos e podas de limpeza para retirar os galhos mortos que ficam por baixo dos mais novos e aqueles que comprometem o formato harmônico da planta.

flores-lilás