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Posts para categoria ‘Orquídeas e Bromélias’

Brassocattleya Pastoral Innocence rosa

Se tivermos um orquídea doente devemos estar atentos a ela e prestar-lhe os cuidados necessários o mais rápido possível. Porque são plantas um tanto delicadas e uma infecção fúngica ou infestação de insetos pode destruí-las rapidamente.

O problema é que nem sempre percebemos a tempo que algo está errado com nossa planta. Portanto, vamos dizer quais são os sinais mais importantes aos quais você deve prestar atenção.

Principais doenças e infecções de orquídeas
Como qualquer outra planta, a orquídea é suscetível a adoecer como resultado de infecção e ataque de pragas de insetos.

Entre as principais condições que podem causar o adoecimento de uma orquídea estão as seguintes:

Cogumelos
Botrytis ou bolor cinzento é um cogumelo que causa manchas nas folhas, flores e pseudobulbos. Você pode reconhecê-lo porque Tem uma aparência semelhante a um pó cinza.

Outro fungo comum em orquídeas é a rizoctonia, que provoca o aparecimento de manchas nas raízes e pseudobulbos. Se a sua planta for afetada por este fungo, você notará que ela não cresce como deveria.

orquídea doente

Vírus
Se você tem uma orquídea que está doente com vírus, o mais comum é que ela tenha sido afetado pelo vírus do mosaico Cymbidium (CymMV) ou pelo vírus Odontoglossum Ringspot (ORSV).

Ambos são bastante comuns e causam deformidades nas flores, manchas nas folhas e diminuem a vitalidade das plantas.

Outro vírus a ter em conta é o Tomato Mosaic Virus (ToMV), que afeta principalmente orquídeas do gênero Phalenopsis, causando o aparecimento de manchas e malformações ou distorções nas folhas.

Bactérias
As mais comuns são as pseudomonas, que provocam o aparecimento de manchas necróticas nas folhas e pseudobulbos.

Ácaros, pulgões e cochonilhas
Quando se trata de pragas, as mais comuns nas orquídeas são os ácaros, pulgões e cochonilhas. Todos esses insetos agem de maneira bastante semelhante, porque eles sugam a seiva da planta e a enfraquecem. Isso acaba fazendo com que apareçam marcas nas folhas ou flores.

Se a infestação for muito grave, os insetos podem consumir toda a vida da planta e deixá-la completamente murcha em muito pouco tempo.

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Orquídea doente: sinais que devem disparar seus alarmes
Se você cuidar de suas plantas, certamente poderá identificar rapidamente a presença de um problema. Mas existem algumas condições que passam despercebidas até que a saúde da planta fique gravemente comprometida.

Portanto, recomendamos que você inspecione periodicamente suas orquídeas e verifique se está tudo em ordem.

Prestando especial atenção aos seguintes sintomas que podem alertar que algo está errado:
Mudança de cor nas folhas
Quando uma planta está doente ou é atacada por insetos, é comum que ocorra uma mudança na cor das folhas.

Manchas amarelas. Eles podem ser um sintoma de doença, que as raízes estão apodrecendo, que há uma infecção, ou que a orquídea não tem suas necessidades nutricionais bem atendidas.

Manchas incomuns.
Se você observar manchas pretas ou marrons irregulares, é um sintoma da presença de fungos, bactérias ou vírus.

Deformidades em folhas ou flores
Você conhece muito bem o formato particular das flores das orquídeas e também de suas folhas. Mas uma orquídea doente pode sofrer malformações em ambas as partes ou em apenas uma delas.
* Distorções.
Se houver folhas ou flores com crescimento distorcido, isso pode ser uma evidência de que há infecções virais ou de que a planta não está nas melhores condições ambientais para isso.
* Queda prematura de flores. Indica que a orquídea está estressada ou com problemas nas raízes, mas esse fenômeno também pode ocorrer em decorrência de alguma doença.

Perda de turgor
As orquídeas têm toque túrgido tanto em suas folhas quanto em suas flores, portanto, quando confrontados com mudanças na sua aparência, devemos agir rapidamente.

Se as folhas começarem a apresentam uma aparência enrugada ou aparecem dobras neles, Podem estar nos avisando que a planta está desidratada ou que há algum tipo de problema nas raízes.

orquídea enferma

Podridão radicular
É bom que as raízes da orquídea recebam luz direta, por isso usamos vasos transparentes. Isto também nos permite ver o estado das raízes e aproveite para entender melhor o estado de saúde da nossa planta.

Se as raízes ficarem macias ao toque, escuras ou até mesmo exalando mau cheiro, é um sinal claro de que estão apodrecendo. Se você regou demais, você tem que agir rapidamente para salvar a planta.

Crescimento atrofiado
A orquídea é uma planta de crescimento lento, mas é incomum que fique muito tempo sem gerar novos brotos. Se notar que o seu não está crescendo, é possível que haja algum problema nas raízes, que esteja sofrendo de deficiências nutricionais ou mesmo que esteja estressado.

Mudanças na cor do meio de cultura
Para detectar uma orquídea doente também iremos preste atenção ao substrato. Se acontecer que, sem motivo aparente, ele quebra, significa que há algum problema de irrigação ou do próprio substrato, e isso pode afetar diretamente a saúde da planta.

Presença de pragas
A infestação de insetos pode não ser visível a olho nu, mas seus efeitos serão perceptíveis. Se manchas pegajosas começarem a aparecer nas folhas da sua orquídea, muito provavelmente está sendo atacado por pulgões ou cochonilhas.

Caso você observe algum dos sintomas que detalhamos, ou qualquer outro que pareça anormal para você (a planta exala um cheiro desagradável, não floresce, etc.), é hora de você investigar mais para detectar onde está o problema.

Um diagnóstico precoce irá e será mais fácil para você resolver a causa do desconforto da sua planta e aumenta as chances de recuperação. Se tiver dúvidas, você sempre pode consultar um especialista para saber o que está acontecendo com sua orquídea doente e o que você pode fazer para curá-la.

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Laelia purpurata

Conhecida em todo o mundo como a representante mais emblemática do gênero Laelia, sendo chamada de Laelia purpurata há mais de um século, recentemente decidiram que ela deveria mudar de gênero botânico. Só não sabem exatamente para qual.

A distribuição natural da Laelia purpurata ocorre, predominantemente, nos estados do sul do Brasil, ainda que esta espécie também possa ocorrer no sudeste, principalmente em São Paulo.

Esta é uma orquídea frequentemente encontrada vegetando sob a forma epífita, com suas raízes aéreas aderidas aos troncos das árvores de florestas litorâneas. Curiosamente, a ocorrência natural de Laelia purpurata somente não é observada no litoral do estado do Paraná.

A descoberta da Laelia purpurata, e sua introdução no seleto mercado europeu, resultou em uma coleta predatória desta orquídea, em seus habitats de origem.

Durante a Era Vitoriana, as orquídeas eram consideradas símbolos de status e exclusividade, sendo acessíveis apenas aos mais abastados, capazes de investir elevados valores em viagens transatlânticas, para a coleta destas espécies exóticas e tropicais. Além disso, sua manutenção em solo europeu somente era possível em custosas estufas climatizadas.

Um fato curioso, típico da cobiça e vaidade humana, salvou a Laelia purpurata e centenas de outras espécies nativas brasileiras da completa extinção.

laelia purpurata algodão

Com o intuito de obter exemplares cada vez mais perfeitos, com flores simétricas e vistosas, os cultivadores passaram a realizar sucessivos cruzamentos seletivos, ao longo de décadas, na tentativa de efetuar um melhoramento genético da espécie.

Esta soberba fez com que estes exemplares melhorados, muitas vezes clonados e reproduzidos aos milhares, em laboratórios, fossem mais valorizados pelos colecionadores, atingindo grandes cifras no mercado. Desta forma, os exemplares nativos, coletados da natureza, passaram a ser considerados inferiores, em termos de forma e simetria.

Graças a esta procura por orquídeas cada vez mais perfeitas, a Laelia purpurata ainda pode ser encontrada em alguns dos seus habitats originais, ainda que em menor quantidade. Outro fator importante para a preservação da espécie foi a proibição da coleta de exemplares nativos da flora brasileira.

Ainda que esta atividade continue a acontecer, descaradamente, hoje esta prática é considerada ilegal. Em teoria, as orquídeas comercializadas, atualmente, são produzidas em laboratório, fruto de técnicas avançadas de germinação de sementes e propagação de tecidos meristemáticos.

A forma tipo da orquídea Laelia purpurata, aquela primeira descrita no século XIX, e a mais comumente encontrada na natureza, apresenta pétalas e sépalas rosadas, em um tom mais claro, com o característico labelo púrpura, que conferiu o nome à espécie.

Uma variedade bastante famosa e apreciada pelos colecionadores é a Laelia purpurata carnea. Neste caso, as pétalas e sépalas são completamente alvas, destacando um labelo em um tom rosado bem característico desta variedade, que tende ao cereja, bem claro.

Laelia Purpurata Carnea
A variedade de cores apresentadas pelas diferentes formas de Laelia purpurata é imensa. Temos exemplares com labelos em tonalidades de roxo violeta, roxo bispo, vinho, avermelhado, branco, cada qual com sua nomenclatura botânica apropriada.

A Laelia purpurata é uma orquídea de grande porte, que forma touceiras respeitáveis, quando bem cultivada. Além disso, trata-se de uma espécie que precisa de elevados níveis de luminosidade, para que possa florescer adequadamente. Estes dois fatores tornam esta planta, apesar de belíssima, uma escolha mais complicada para quem cultiva orquídeas em apartamentos.

É muito difícil que a luz fornecida por uma janela possa ser suficiente para que a Laelia purpurata floresça, em ambientes internos. Ela aprecia níveis de luminosidade semelhantes àqueles requeridos no cultivo da Cattleya labiata, por exemplo.

Já para quem dispõe de varandas ensolaradas, ou uma bela cobertura, o cultivo da Laelia purpurata é bem tranquilo. No entanto, ela precisa ser protegida do sol direto, nas horas mais quentes do dia, por uma tela de sombreamento.

O ideal é que este material seja capaz de filtrar 50% dos raios solares. O sol da manhã é o ideal para o cultivo de orquídeas, em geral. É comum observarmos, na natureza, a ocorrência de orquídeas em árvores posicionadas em locais estratégicos, que se beneficiam da irradiação solar matinal.

Casas e apartamentos com janelas ou varandas face norte são ideais para o cultivo da Laelia purpurata, uma vez que são mais ensolaradas. Já as construções voltadas ao sul são mais sombreadas, sendo apropriadas para o cultivo de orquídeas de sombra, que se contentam com menos luminosidade.

Ainda em relação à luminosidade, os híbridos descendentes da Laelia purpurata tendem a ser menos exigentes, podendo ser cultivados mais facilmente, no interior de casas e apartamentos.

Embora esteja habituada à intensa irradiação solar filtrada pelas copas das árvores, a Laelia purpurata é uma orquídea que não aprecia muito o calor. Localidades de climas muito quentes e secos costumam apresentar um desafio maior ao cultivo desta espécie de orquídea, que é típica de regiões que apresentam temperaturas amenas, de clima subtropical, mais úmidas e frias.
Laelia purpurata v. russelliana
Neste sentido, é importante manter elevados níveis de umidade relativa do ar, no ambiente de cultivo da Laelia purpurata, idealmente em valores acima de 60%. Um termo higrômetro é bastante útil, para um melhor controle da temperatura e dos níveis de umidade no local de cultivo.

Em varandas fechadas por vidro, o uso de umidificadores de ar é aconselhável. Já em localidades abertas, o ideal é recorrer às bandejas umidificadoras, aparatos contendo uma camada de areia, brita ou argila expandida, com uma lâmina de água permanente, ao fundo.

Os vasos com a Laelia purpurata assentam-se sobre este material, sem que as raízes fiquem em contato direto com a água. Desta forma, a planta beneficia-se da umidade extra proporcionada pela bandeja, sem sofrer com o encharcamento do substrato.

Por ser uma planta tipicamente epífita, o ambiente ideal para o cultivo da Laelia purpurata é sob a copa de uma árvore. Como, infelizmente, nem todos temos acesso a esta condição, fazemos uso de artifícios capazes de mimetizar este habitat.

Um método bastante utilizado, neste sentido, é colocar a orquídea em placas de madeira, cachepots vazados, pedaços de troncos ou cascas de árvore. O problema, neste caso, é que as regas devem ser constantes, já que as raízes secam rapidamente. Além disso, como a Laelia purpurata é de grande porte, e cresce rapidamente, o material precisa ser substituído ou aumentado frequentemente.

É com o intuito de facilitar o cultivo e reduzir o trabalho com manutenção que recorremos aos vasos e substratos. O vaso mais recomendado para o cultivo de orquídeas é aquele de barro, mais largo e raso, com furos nas laterais.

Esta configuração facilita a aeração das raízes, permitindo que estas estruturas sequem rapidamente, após as regas.

O vaso de plástico, por outro lado, apresenta a vantagem de ser mais leve e reter a umidade por mais tempo, diminuindo a necessidade de regas frequentes. No entanto, o cuidado deve ser redobrado, para evitar o encharcamento do substrato, por um período prolongado. Como sempre, o uso do pratinho sob o vaso é dispensável.

Conforme o recomendado para a maioria das orquídeas, as regas devem ser moderadas, sendo somente realizadas quando o substrato estiver seco. A aferição desta situação é bastante tranquila, bastando colocar o dedo sobre o material e afundar levemente. Se estiver úmido, postergamos a rega para outro dia.

O peso do vaso também é um excelente indicativo da umidade presente no substrato. Quanto mais pesado estiver, maior a quantidade de água retida dentro do vaso.

Nesta situação, o ideal é utilizarmos um substrato bastante aerado e rapidamente drenável. A composição típica para o cultivo de orquídeas epífitas é aquela mistura de casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Existem compostos prontos para este fim, à venda em casas especializadas e garden centers.

Laelia purpurata “Flâmea Sanguinea”

Alternativamente, há quem tenha sucesso no cultivo da Laelia purpurata com outros materiais, tais como brita pura, casca de macadâmia ou musgo sphagnum. Sempre vale a pena testar diferentes possibilidades, adotando aquela que melhor atende às necessidades de cada cultivador, com seus hábitos específicos de rega.

A orquídea Laelia purpurata floresce, tipicamente, durante os meses do verão. É comum termos exposições dedicadas a esta floração, nesta época do ano. Trata-se de um evento nacional. Para que tudo corra bem, é necessário adubar corretamente a planta, nos meses antecedentes a este acontecimento.

Durante o inverno, por exemplo, é importante que tanto as regas quanto a adubação sejam consideravelmente reduzidas, já que o metabolismo da planta está mais lento. O correto balanço na proporção dos nutrientes também é importante, como veremos a seguir.

A adubação da Laelia purpurata pode ser química ou orgânica. No cultivo de orquídeas, é bastante comum o uso do adubo bokashi.

As alternativas inorgânicas, industrializadas, apresentam a vantagem de fornecerem uma dose balanceada de macro e micronutrientes, em formulações específicas para cada etapa de vida da orquídea.

Existem adubos, do tipo NPK, específicos para as fases de crescimento (mais nitrogênio), manutenção (níveis equilibrados de todos os componentes) e floração (mais fósforo) de orquídeas em geral.

Alguns adubos orgânicos, quando em contato direto com as raízes das orquídeas, podem causar queimaduras. O mesmo ocorre quando o excesso de adubação química deixa resíduos de sais minerais, frequentemente acumulados no substrato.

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Embora não seja a primeira opção que me venha à mente, ao recomendar orquídeas para quem cultiva plantas dentro de casas e apartamentos, a Laelia purpurata possui atrativos inquestionáveis, que fazem com valha a pena um esforço extra para sua manutenção nestas condições não ideais.

Em interiores, é bastante frequente que uma iluminação artificial suplementar seja utilizada, principalmente em países do hemisfério norte. Além disso, varandas e coberturas ensolaradas são perfeitas para este tipo de orquídea. O importante é que as temperaturas sejam amenas e o clima não seja muito seco.

Uma das muitas icônicas orquídeas brasileiras, a Laelia purpurata é capaz de, sozinha, preencher um orquidário com as mais diversificadas cores. Além da beleza, esta espécie carrega consigo uma série de simbolismos, sendo uma das representantes mais ilustres da flora nacional.

Cada variedade traz consigo décadas de história, sendo que algumas nunca mais foram encontradas na natureza. Cultivar a Laelia purpurata é, mais do que um hobby, a sagração da arte e cultura, materializadas em forma de um ser vivo.

Outono1

vanda amarela

O gênero Vanda é relativamente pequeno, dentro da família Orchidaceae. Ele é composto por aproximadamente 80 espécies, que ocorrem naturalmente em diferentes localidades na região sudeste do continente asiático, bem como em algumas ilhas do Pacífico.

Atualmente, a Tailândia está entre os principais países produtores e exportadores da orquídea Vanda, fornecendo inúmeras espécies, variedades e híbridos ao mercado consumidor mundial.

De forma mais abrangente, no entanto, diversos outros gêneros e espécies de  orquídeas são informalmente chamados de Vanda, por pertencerem à mesmo tribo botânica, Vandeae. Neste contexto, são exemplos de vandáceas as orquídeas dos gêneros Aerides, Ascocentrum, Renanthera, Rhynchostylis, entre muitos outros.

Em comum, todas estas orquídeas apresentam um crescimento monopodial, produzindo novas folhas a partir de um único ponto apical, umas sobre as outras. Outras características típicas das orquídeas Vanda são a ausência de pseudobulbos e o hábito epífito de vida.

Mais do que qualquer outra orquídea, a Vanda é mundialmente conhecida por emitir uma grande quantidade de raízes aéreas, que atingem grandes comprimentos. Por este motivo, é muito comum que as vandáceas sejam cultivadas em ausência de vasos e substratos, apenas acondicionadas em suportes suspensos, com as raízes pendentes.

Outro grande atrativo, para aqueles que cultivam a orquídea Vanda, é sua capacidade de florescer várias vezes ao ano. Suas inflorescências são grandes e vistosas, sendo que algumas espécies e híbridos apresentam a característica especial de produzirem flores perfumadas.

Além disso, a Vanda é uma das poucas orquídeas capazes de produzir flores azuladas. De modo geral, são híbridos descendentes da espécie Vanda coerulea. O pigmento encontrado nesta orquídea não é verdadeiramente azul, mas a combinação de diferentes tons de púrpura acaba produzindo flores com uma intensa tonalidade azulada.

Apenas lembrando que outra vandácea comumente encontrada no mercado, a Phalaenopsis Blue Mystique, é uma orquídea azul colorida artificialmente. Nas próximas florações, ela volta à sua coloração original, que é branca.

A cor azul é tão rara no reino vegetal que a Vanda coerulea encontra-se, atualmente, sob risco de extinção, em seu habitat de origem. Assim como acontece no Brasil, a coleta e comercialização de orquídeas nativas é proibida, em muitos países do sudeste asiático, onde a orquídea Vanda é encontrada na natureza.

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Dentre os híbridos azulados mais famosos, podemos citar a Vanda Sansai Blue e Vanda Pachara Delight.

Outra cor rara entre as orquidáceas é a vermelha. Na aliança Vanda, a representante mais famosa por produzir flores vermelhas é a Renanthera coccinea. Além desta espécie, há alguns híbridos de Ascocentrum, outra vandácea, capazes de produzir flores avermelhadas.

As orquídeas amarelas do gênero Vanda, por sua vez, costumam ser descendentes da espécie Vanda dearei. É o caso da Vanda híbrida apresentada na foto de abertura deste artigo. Belíssimos híbridos da orquídea Vanda, na coloração amarela, são a Vanda Kultana Gold e Vanda Fuchs Gold.

Mas as possibilidades de cores nas flores das orquídeas Vanda são praticamente infinitas, graças à intensa hibridização e melhoramento genético que vêm sendo efetuados ao longo dos anos.

Há Vandas com flores brancas, amarelas, alaranjadas, em diversos tons de púrpura, pink, azuladas e avermelhadas. Muitas delas possuem o característico padrão pintalgado em suas imensas flores arredondadas, que costumam durar entre duas a três semanas.

O sucesso da orquídea Vanda como planta ornamental é tamanho que, há alguns anos, os produtores começaram a cultivá-la com o intuito de fornecer flores de corte ao mercado consumidor.

Muitas orquídeas, genericamente comercializadas no mercado apenas como Vandas, são na realidade híbridos intergenéricos. Isto significa que estas orquídeas descendem de outros gêneros, tais como Ascocentrum e Rhynchostylis, por exemplo.

Sendo assim, temos a Ascocenda, que é fruto do cruzamento entre Ascocentrum e Vanda. Vandacostylis, por outro lado, descende de Vanda e Rhynchostylis. Aranda é outro híbrido primário, descendente dos gêneros Arachnis e Vanda.

Já o gênero trigenérico Mokara é resultante da mistura entre Arachnis, Ascocentrum e Vanda. Indo mais além, o híbrido intergenérico Darwinara é ainda mais complexo, fruto do cruzamento envolvendo quatro gêneros diferentes: Ascocentrum, Neofinetia, Rhynchostylis e Vanda. Como podemos constatar, as possibilidades são infinitas.

O cultivo da orquídea Vanda é bastante simples, mas pode tornar-se um desafio, dependendo das condições climáticas de cada localidade. Por ser uma planta tipicamente tropical, originária de florestas quentes e úmidas do sudeste asiático, a Vanda não se desenvolve bem em regiões que apresentam temperaturas mais baixas.

Além disso, como é cultivada com as raízes pendentes, sem substrato, esta orquídea sofre quando os níveis de umidade relativa do ar são muito reduzidos.

Dentre todas as orquídeas epífitas, a Vanda é a que mais se ressente quando suas raízes ficam abafadas, acondicionadas em vasos com substrato. Por este motivo, é comum o cultivo da orquídea Vanda em pequenos cestos vazados e suspensos, que podem ser de plástico ou madeira, de modo que as raízes fiquem completamente livres, pendentes.

Vanda-Coerulea

Também há quem apenas prenda a Vanda em uma haste de metal, de forma a mantê-la pendurada. Qualquer outro tipo de cultivo que abafe as raízes da orquídea Vanda deve ser evitado, a todo custo. Caso fiquem úmidas por muito tempo, estas estruturas apodrecem rapidamente, matando a planta por desidratação.

Quando cultivada da forma correta, com as raízes aéreas, as regas da orquídea Vanda devem ser bastante frequentes. Em ambientes mais secos, ou com ventilação excessiva, as irrigações podem ser efetuadas mais de uma vez por dia.

O ideal é borrifar apenas as raízes, evitando-se molhar as folhas. Caso a água fique acumulada nos interstícios, pode causar o apodrecimento destas estruturas. Este cuidado é ainda mais importante durante os meses de outono e inverno.

As regas da Vanda devem ser intensas, de modo que o velame em torno das raízes passe da coloração branca, quando está seco, para um aspecto esverdeado, indicando que a raiz foi completamente hidratada.

É muito comum que as orquídeas do gênero Vanda sejam cultivadas sobre pequenos lagos ou tanques de peixes. Desta forma, a umidade é constantemente fornecida às raízes, sem encharcá-las diretamente.

Quando mantidas em estufas, frequentemente estes espaços não têm um piso de concreto, de modo que a terra úmida ajuda a proporcionar um ambiente saudável para o cultivo destas orquídeas. Também vale a pena manter bromélias e samambaias, na parte inferior do orquidário, pelo mesmo motivo.

Em ambientes fechados, protegidos de correntes de vento, vale a pena utilizar umidificadores de ar, para um melhor cultivo da orquídea Vanda. Alguns americanos conseguem a proeza de cultivar Vandas no porão, embaixo da casa, com iluminação artificial, circuladores e umidificadores de ar.

A orquídea Vanda aprecia elevados níveis de luminosidade. Embora haja espécies que tolerem o sol pleno, o ideal é proteger estas orquídeas com uma tela de sombreamento, geralmente capaz de filtrar 50% dos raios solares incidentes.

Desta forma, as folhas ficam livres das queimaduras, que podem ocorrer nas horas mais quentes do dia, principalmente durante os meses do verão. Quanto mais luz puder ser fornecida à Vanda, sem que suas folhas se queimem, mais abundantes e frequentes serão suas florações.

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No inverno, os cuidados com a orquídea Vanda devem ser redobrados. Isto porque, se submetida a temperaturas muito baixas, a Vanda pode entrar em dormência, deixando de produzir novas folhas, raízes e flores. Seu metabolismo somente voltará ao normal quando as condições se tornarem mais favoráveis, com o aumento das temperaturas.

Portanto, o ideal é que o ambiente de cultivo tenha algum tipo de aquecimento, durante o inverno mais rigoroso. Sei de pessoas que se dão ao trabalho de colocar as orquídeas Vanda dentro de casa, durante as noites mais frias do inverno. Além disso, durante este período, as regas devem ser reduzidas.

Deve-se evitar molhar folhas e flores, sob condições de temperaturas mais baixas. O excesso de umidade pode causar a proliferação do fungo Botrytis cinerea, que ocasiona manchas amarronzadas nos tecidos florais. Embora não ofereça risco à vida da Vanda, esta praga danifica as flores, arruinando sua aparência.

Em qualquer época do ano, mas principalmente durante os meses mais frios, o excesso de vento pode causar a desidratação da orquídea Vanda. Portanto, é muito importante que ela seja cultivada em um local mais protegido, que tenha uma ventilação controlada, apenas para garantir que as raízes possam secar ao longo do dia.

Durante o inverno, é importante regar apenas no início da manhã, de forma que haja tempo hábil para que o excesso de umidade seja evaporado, no decorrer do dia.

A adubação da orquídea Vanda deve ser mais intensa e elaborada. Esta exigência decorre do seu metabolismo mais acelerado e de suas florações mais frequentes, ao longo do ano. Como está sempre produzindo novas raízes, folhas e flores, a Vanda precisa de uma dose mais reforçada de nutrientes.

Além disso, como suas raízes são aéreas, não ficam em contato direto com nenhum material, o que faz com que qualquer adubação seja rapidamente eliminada com as próximas regas.

Por este motivo, a adubação orgânica somente faz sentido se for líquida, o que não é tão comum. De maneira geral, os adubos solúveis do tipo NPK, com macro e micronutrientes, utilizados de forma mais frequente e diluída, proporcionam bons resultados no cultivo da orquídea Vanda.

Pode-se, por exemplo, preparar soluções com metade ou um quarto da dose recomendada pelo fabricante, e aplicá-la semanalmente. Além do nitrogênio, fósforo e potássio do NPK, é importante que as formulações tenham cálcio e enxofre. Esta adubação química pode ser alternada com algum fertilizante orgânico, desde que possa ser aplicado sob a forma líquida, com pulverizador.

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Embora seja uma orquídea resistente, a Vanda costuma ser considerada de difícil cultivo, devido às suas exigências por um ambiente com bastante luminosidade e umidade. O primeiro indício de que algo não vai bem com a Vanda é o amarelamento e ressecamento das suas folhas, principalmente as mais próximas às raízes, na parte de baixo da planta.

É muito comum vermos Vandas que vão perdendo as folhas, de baixo para cima, ficando cada vez mais pescoçudas, até que acabam morrendo. Este é um sintoma de desidratação, que pode ocorrer tanto por falta de regas ou de umidade no ambiente, como por excesso de água nas raízes, por um período muito prolongado.

Na tentativa de salvar a orquídea Vanda, muitos cultivadores recorrem a tubetes com água levemente adubada, estrategicamente presos às pontas das raízes. No entanto, o procedimento mais correto e eficaz é simplesmente aumentar os níveis de umidade relativa do ar, no ambiente de cultivo.

É por este motivo que as condições aqui na sacada do apartamento são tão desafiadoras ao cultivo de Vandas, uma vez que o excesso de ventos retira toda a umidade do ambiente, causando uma frequente desidratação da orquídea, que não possui a proteção de um vaso ao redor das suas raízes.

Sob condições ideais de temperatura e pressão, no entanto, o cultivo da orquídea Vanda é bastante tranquilo e recompensador, dadas as suas abundantes e frequentes florações. O único inconveniente, quanto ao seu crescimento monopodial, é a dificuldade de propagação. Talvez por este motivo, a Vanda ainda seja uma orquídea de custo mais elevado.

Vanda-Sanderana-Alba

Diferentemente das tradicionais orquídeas que se desenvolvem de forma simpodial, emitindo novos pseudobulbos em diversas frentes de crescimento, a Vanda somente cresce para cima, sendo impossível dividi-la.

Como a multiplicação através de sementes de orquídeas é um processo bastante complicado e demorado, particularmente no caso da Vanda, cuja trajetória da semente até as flores pode levar dez anos, a única alternativa mais viável de propagação da Vanda é através de eventuais keikis. Trata-se de uma palavra havaiana que significa bebê.

A orquídea Vanda pode, ocasionalmente, produzir pequenos brotos laterais, a partir dos mesmos pontos que produzem as hastes florais. No entanto, este não é um processo líquido e certo, dependendo muito da sorte.

Vandopsis1

Há quem diga que a orquídea produz keikis quando sente que sua vida está em perigo. Desta forma, as novas brotações seriam uma forma de garantir a perpetuação da planta.

Ainda que não seja a orquídea ideal para quem mora em apartamentos, a Vanda possui uma beleza que encanta a todos, a um tal ponto que algumas tentativas podem ser feitas.

orquídea abrindo

Maxillaria schunkeana

A espécie em destaque no artigo de hoje, Maxillaria schunkeana, embora popularmente chamada de orquídea negra, apresenta minúsculas flores acastanhadas, bem escuras, cuja coloração lembra a do pinhão.

Olhando com atenção, percebemos os traços da coloração avermelhada, púrpura, que cobre as pétalas, sépalas e labelo desta aparente orquídea negra. De longe, é muito fácil confundir as flores desta micro orquídea com pequenas moscas.

Existem outros exemplos de orquídeas negras, mas tratam-se de híbridos produzidos através de intensivos processos de seleção e melhoramento genético. Posteriormente, diversos outros híbridos, com flores de aparência ainda mais negra, foram produzidos por orquidários americanos.

Estas orquídeas negras são bastante cobiçadas pelos colecionadores, atingindo cifras vultosas no mercado brasileiro e internacional.

Muito mais acessível, genuinamente brasileira, e criada exclusivamente pelas leis da seleção natural, é a nossa orquídea negra de hoje, Maxillaria schunkeana. Ao contrário dos exemplos anteriores, que são híbridos, esta é uma espécie naturalmente encontrada nas florestas úmidas e tropicais do estado do Espírito Santo.

Trata-se de uma orquídea de pequeno porte, que forma delicadas touceiras de hábito epífito, podendo ser informalmente considerada uma micro orquídea.

Por ser uma orquídea negra de pequeno porte, com florações quase imperceptíveis, a Maxillaria schunkeana não é tão valorizada, sob o ponto de vista comercial. Sendo assim, é mais difícil encontrá-la no mercado.

Como a coleta de orquídeas nativas é proibida por lei, no Brasil, os exemplares disponíveis para os colecionadores precisam ser produzidos a partir de técnicas laboratoriais, frutos da germinação de sementes de orquídeas, in vitro.

Maxillaria-schunkeana

Ainda assim, devido às deficiências de fiscalização, é muito comum encontrarmos esta orquídea negra sendo vendida clandestinamente, nas calçadas em frente às exposições de orquídeas, resultante da coleta ilegal de exemplares nativos.

Por ser tão exótica, de pequeno porte, e caber em qualquer lugar, esta orquídea negra pode parecer uma boa opção para quem mora em apartamentos. No entanto, este ambiente de cultivo apresenta o problema de ser seco demais.

A Maxillaria schunkeana aprecia elevados níveis de umidade relativa do ar, como ocorre em seu habitat de origem. Esta micro orquídea está acostumada à vida sobre os troncos das árvores, protegida dos raios solares diretos pelas copas destas plantas. Trata-se de um ambiente típico das florestas tropicais, sombreadas, com bastante umidade e boa ventilação.

Neste contexto, os cultivadores domésticos buscam mimetizar esta condição natural, em seus ambientes. Sendo assim, é muito comum encontrarmos esta orquídea negra sendo cultivada em pedaços de madeira, troncos cortados ou cascas de árvore, com as raízes expostas, de uma forma semelhante à condição epífita vivenciada na natureza.

No entanto, este modo de cultivo da Maxillaria schunkeana exige que o ambiente apresente bons índices de umidade relativa do ar, já que as raízes tendem a secar muito rapidamente. Dependendo das condições climáticas, pode ser necessário irrigar a orquídea negra várias vezes ao dia, estando ela montada neste tipo de substrato.

Para facilitar o cultivo da orquídea negra negra, uma alternativa interessante é recorrer ao uso de vaso e substrato. Como o objetivo é reter a umidade por um período mais prolongado, o ideal é escolher vasos de plástico, de tamanho pequeno.

Os vasos de barro tendem a secar mais rapidamente, exigindo uma frequência maior de regas. Como se trata de uma micro orquídea, é importante que as dimensões do vaso sejam condizentes com o tamanho da planta.

Maxillaria schunkeana8

Vasos grandes demais precisam de mais substrato para serem preenchidos, o que leva a uma umidade excessiva, por um período mais prolongado, em torno das raízes da orquídea negra.

O substrato para o cultivo da Maxillaria schunkeana pode apresentar as mais diversas composições. Cada cultivador acaba escolhendo a mistura ideal para seu ambiente de cultivo e hábitos de rega.

A primeira escolha, mais comumente adotada, é a clássica receita para orquídeas epífitas, composta por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. No caso da orquídea negra, como a ideia é aumentar a umidade, pode-se adicionar a este substrato básico o musgo sphagnum. Há quem prefira utilizar este material puro, principalmente no cultivo de orquídeas de menor porte.

Qualquer que seja o material escolhido, as regas das orquídeas negra precisam ser efetuadas com critério. O ideal é que elas sejam espaçadas, de modo a dar tempo para que o substrato seque, entre uma irrigação e outra.

A predileção da Maxillaria schunkeana por um ambiente mais úmido não se traduz em uma frequência excessiva de regas. Como toda orquídea epífita, suas raízes podem sofrer o ataque de fungos e bactérias, caso sejam mantidas úmidas por muito tempo.

O aumento dos níveis de umidade relativa do ar, principalmente dentro de casas e apartamentos, pode ser obtido com o uso de umidificadores de ambiente. Alternativamente, fontes de água, ou tanques e aquários, podem melhorar a qualidade do ar, no ambiente de cultivo desta orquídea negra.

Outra solução interessante, no caso de interiores, é o uso de bandejas umidificadoras, que nada mais são do que recipientes com uma camada de areia, brita ou argila expandida, que encobre uma lâmina de água no fundo.

orquídeanegra

O importante é que o vaso com a Maxillaria schunkeana não fique em contato direto com a água, apenas beneficiando-se da umidade extra que sobe por evaporação.

Esta orquídea negra não necessita de níveis intensos de luminosidade para se desenvolver e florescer. Qualquer ambiente sombreado, que receba luz difusa, indireta, é suficiente para o cultivo da Maxillaria schunkeana.

Dentro de casas e apartamentos, o ideal é que a planta fique próxima a uma janela com boa iluminação, como as aberturas face norte, por exemplo. Em varandas e áreas mais ensolaradas, principalmente as de face oeste, que recebem todo o sol da tarde, é preciso que a orquídea negra seja protegida por uma tela de sombreamento ou cortina fina.

Existe uma imensa gama de métodos para fertilizar e nutrir a orquídea negra. Há aqueles cultivadores que preferem a adubação orgânica, frequentemente constituída por farinha de osso, torta de mamona ou bokashi.

Por outro lado, há quem dê prioridade à adubação química ou inorgânica, do tipo NPK, contendo macro e micronutrientes.

Maxillaria schunkeana

Uma última opção, por ser mais prática, pode-se alternar formulações para manutenção (níveis equilibrados de NPK) com adubos para floração (níveis maiores de fósforo, P), fazendo aplicações semanais, com metade da dose recomendada pelo fabricante. Desta forma, evita-se  o acúmulo de sais minerais provenientes dos fertilizantes, no substrato.

Ainda que não produza aquelas vistosas cascatas de orquídeas negras, das Catasetinaes mais valiosas, a espécie Maxillaria schunkeana tem lá seu charme, sendo bastante apreciada pelos colecionadores, principalmente os apaixonados por micro orquídeas. Trata-se de uma pequena jóia da flora brasileira, delicada e misteriosa, como toda orquídea negra deve ser.

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