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Cattleya

Cada vez mais as autoridades ambientais brasileiras estão adotando medidas para inibir a utilização dos derivados de xaxim (Dicksonia sellowiana), que está na lista de espécies de plantas em perigo de extinção.

O problema é que era difícil encontrar substratos à altura dele. Mas também não era impossível, já que essas plantas são espécies epífitas ou rupestres. Assim, precisavam de algo que se parecesse ao máximo com o galho de uma árvore ou uma rocha, dependendo do tipo da orquídea. Esses substratos cumprirão duas funções básicas: oferecerão suporte e uma superfície que acumularão nutrientes.

A maior parte deles, com exceção da piaçava, não representa risco para a saúde das orquídeas. No máximo, o que pode ocorrer são pequenos atrazos no desenvolvimento e na floração.
Para evitar futuras “dores de cabeça”, uma boa idéia é ir testando com as orquídeas menos importantes ou que estão em duplicidade na coleção.

Quanto aos gastos, não fiquem preocupados, esses substitutos custam praticamente o mesmo que o xaxim e, as vezes, são até mais baratos. Por isso, testar vários deles é bom para as plantas e não vai machucar o bolso de ninguém.

Os pré-requisitos necessários
Para substituir com eficiência o xaxim, o substrato alternativo deve ter as seguintes qualidades:
- Reter bem os nutrientes depois de cada adubação para liberá-lo aos poucos.
- Ser facilmente encontrado no mercado.
- Não possuir substâncias que sejam tóxicas para a planta.
- Sustentar a planta com firmeza.
- Permitir uma boa aeração para raízes.
- Reter água na quantidade ideal, sem encharcar.
- Manter o pH equilibrado.
- Durar de 2 a 3 anos, pelo menos.
Como é difícil encontrar uma opção que reúna todas estas características, a solução é unir um substrato que retenha muita umidade com outro que retenha pouca umidade. Assim, é mais fácil produzir um equilíbrio para a planta.

Dicas para usar melhor os substratos alternativos
- Antes de mais nada lave bem.
- antes do plantio, leve bem o substrato com água quente, depois os deixe de molho, no mínimo 1 hora, depois passar em água limpa (enxaguar). Isso ajuda a eliminar o excesso de tanino (uma substância tóxica e matar fungos e bactérias.
- mensalmente coloque substrato (com a orquídea junto) em um balde com água de torneira por 15 min. Assim serão eliminados os excessos de sais que podem
queimar as raízes. É uma simulação do que acontece nsa florestas, quando cai uma chuva torrencial.
- faça adubações periódicas com NPK 20.20.20, pois nenhum, dos substratos alternativos possui a vantagem de liberar tantos nutrientes quanto o xaxim.

casca de pinus

Casca de pinus
Casca da árvore pinus elliotti.
Vantagens: é fácil de ser encontrado e retém adubo.
Desvantagens: possui excesso de tanino e se decompõe muito rápido, também quebra com facilidade e não fixa bem a planta no vaso, necessitando para isso de um tutor.
Durabilidade: no máximo 1 ano.
É indicado para cimbidium, vanda, cattleya e laelia
Retém umidade, a adubação é quinzenal, encontrado nas regiões sudeste, centro-oeste e sul do Brasil.
Dica:
vai muito bem quando é misturado com carvão vegetal ou pedriscos.
- Peneirar e se possível separa em tamanho.
- Lavar bem, escorrer em uma peneira e deixar secar um pouco.
- Pode também enriquecer a casca, colocando-a de molho em água limpa com fertilizante.

carvão

Carvão vegetal
Carvão comum, igual ao usado em churrasqueiras, mas que sempre deve ser novo, pois os que já foram usados prejudicam a planta.
Vantagens: o carvão vegetal sozinho é ótimo para ser usado em locais de clima úmido. Já em locais de clima seco, deve ser acompanhado de outro substrato que retenha umidade (como o pínus, por exemplo).
Desvantagens: necessita de adubações mais frequentes. É muito leve. Não segura a planta e, em razão de sua porosidade, tende a acumular sais minerais. Por isso, precisa de regas frequentes com água pura. O carvão vegetal muitas vezes é fabricado a partir de cortes de árvores de matas naturais, o que incentiva a devastação de florestas. Por último, o manuseio do carvão suja as mãos.
Durabilidade: cerca de 2 anos. Depois disso fica saturado de sais minerais e começa a esfarelar.
É indicado para vanda, ascocentrum, rhynchostylis, renanthera, laelia purpurata, cattleya e oncidium.
Não retém umidade, a adubação deve ser semanal e é encontrado nos supermercados.
Dica: Muitos orquidários estão usando carvão misturado com casca de madeira moída com excelentes resultados.

pedaços de ardósia

Pedaços de ardósia
Pedra, normalmente escura, utilizada para pisos.
Vantagens: é rica em ferro, o que ajuda no crescimento e na floração.
Desvantagens: não retém água.
Durabilidade: longa e definida
É indicado para orquídeas rupícolos como a pleurotallis e a bulbophyllum rupiculum.
Não retém umidade, a adubação é quinzenal e é encontrada em lojas de pedras.
Dica: coloque duas pedras numa posição de “v” e coloque a orquídea no meio delas. Complete o recipiente com terra vegetal.

pedra

Pedras brita e dolomita
Pedras usadas em construções. A brita é de cor cinza e a dolomita é a branca, também usadas em aquários.
Vantagens: são facilmente encontradas e ajudam no enraizamento ds plantas.
Desvantagens: retém sais dos adubos e queimam as pontas da raízes de algumas espécies.
Pesam mais que os compostos orgânicos, Necessitam de muita adubação, pois não tem nenhum valor nutritivo. As britas soltam muito cálcio, o que pode a vir prejudicar algusn tipos de orquídeas.
Durabilidade: elas não se deterioram
É indicado para cattleya e laelia purpurata.
Não retém unidade, a adubação é semanal e é encontrada em lojas de material de construção.
Dica: se for usado um vaso raso, é possível diminuir a quantidade das pedras e consequentemente o peso.

cacos de vasos de barro

Caquinhos de vasos de barro
São pedaços de vasos de cerâmica e telha (sempre novos, pois os mais antigos podem estar atacados por fungos).
Vantagens: são porosos, conservam a acidez num nível bom além de reterem umidade e adubo. São bem arejados e sustentam melhor a planta no vaso.
Desvantagens: não têm nutrientes.
Durabilidade: no máximo 5 anos.
É indicado para vanda, ascocentrum, rhynchostylis, cattleya e laelia.
Não retém umidade, a adubação é quinzenal e é encontrado em olarias e lojas de jardinagem.
Dica: antes de usar, deixe mergulhado numa solução de NPK 30-10-10 (uma colher por litro) durante 12 horas. Com isso, os caquinhos ficarão encharcados de adubo e soltaram aos poucos os nutrientes para a planta.

nó de pinho

Nó-de-pinho
São gomos que se formam na araucária (araucaria heterophyma).
Vantagens: os nós são colhidos de caule de pinheiros em estado de decomposição e não possuem substâncias tóxicas.
Desvantagens: é difícil de encontrar na maior parte do Brasil, por serem espécies de regiões onde o clima é frio.
Durabilidade: longa e indefinida.
É indicado para cattleyas e micro-orquídeas.
Retém umidade, adubação de 3 em 3 meses, e é encontrada no sul e sudeste do país.
Dica: plante a orquídea na parte de cima do gomo.

casca de peroba

Casca de peroba
São cascas rugosas da árvore peroba-rosa (aspidosperma pyrifolim).
Vantagens: grande durabilidade, rugosa, retém pouca água. Com esta casca, podem-se cultivar orquídeas na vertical, prendendo as placas de peroba numa tela de alambrado ou parede.
Desvantagens: por ser um substrato duro, é preciso regar as plantas mais vezes. Também não retém adubo.
Durabilidade: mais de 5 anos.
É indicado para orquídeas epífitas que gostam de raízes expostas, como miltônia, oncidium, brassia, brassavola, encyclia e cattleya walkeriana.
Não retém umidade, a adubação deve ser quinzenal e é encontrado em madeireiras. São sobras de fabricação de toras de peroba.
Dica: quando plantar em casca de peroba (ou outra árvore) coloque-a de tal forma que a placa fique inclinada e não totalmente na vertical.

açai

Caroço de açaí
Semente da palmeira muito comum na região amazônica.
Vantagens: é barato e abundante, na região de origem dessa palmeira (Belém e outras cidades do Pará). Conserva a acidez num nível bom para as orquídeas e retém a quantidade ideal de adubos e de umidade. Também não possui excesso de tanino ou outras substâncias tóxicas.
Desvantagens: em regiões úmidas, deteriora-se com muita rapidez devendo ser trocado, pelo menos, a cada 2 anos. As orquídeas devem ficar num local coberto para que o substrato não encharque. Não é encontrado tão facilmente em outras regiões do país.
Durabilidade: 3 anos
É indicado par tosos os gêneros de orquídeas cultivadas no Brasil.
Retém umidade, a adubação.
Dica: Antes de utilizar, lave bem para tirar o pó e ferva durante 10 minutos para evitar que o embrião germine.

fibra de coco

Coco desfibrado
Dica: é o substrato mais facilmente encontrado em lojas atualmente. É possível até preparar em casa o coco desfibrado. Basta pegar um coco seco, deixá-lo encharcado na água e depois desfibrá-lo manualmente.

fibra  de coco prensada


Fibra de coco prensada
Produto industrializado feito a partir do coco desfibrado. Pode ser encontrado em forma de vasos, pequenos cubos, bastões, placas ou fibras. Um dos mais conhecidos é o coxim, que tem causado muita polêmica entre os orquidófilos. Alguns acham que é o substituto ideal par o xaxim, já para outros ele não é recomendável porque encharca. O nome é uma referência ao material utilizado (coco + xaxim).
Vantagens: conserva a acidez num nível bom e necessita de pouca regas, pois é muito absorvente. Demoram mais para aparecer crostas verdes (uma espécie de musgo) comuns nos xaxins e que, em excesso, podem prejudicar a planta. É ideal para regiões mais secas e quentes.
Desvantagens: não retém muito adubo e é carente de nitrogênio. Ao absorver a água, o coxim aumenta um pouco de tamanho e se expande.
Ao secar, volta ao seu volume original. Por esta razão, os cubos devem ser colocados de forma desarrumada e não socados em vasos, para não estourá-los. O excesso de tanino pode queimar as raízes. Não é recomendado para regiões frias e úmidas porque retém muita água e as raízes podem apodrecer.
É indicado para miltônia, phalaenopsis e vanda.
Retém umidade, adubação quinzenal e encontrada na região nordeste do Brasil.
Dica: muitas orquídeas, como as vandas, vão bem quando plantadas em cubinhos de fibra prensada nos cachepots de madeira. Para eliminar o excesso de tanino antes de usar, o fabricante do coxim recomenda a imersão em água por quatro dias para os vasos, por oito dias para os cubos e tiras e, por 15 dias para as placas e bastões.
a) Deve ser peneirada antes de colocar de molho, caso esteja com muito pó.
b) No tanque ou balde coloque a fibra de coco de molho com água sanitária, no mínimo uma hora, depois passar em água limpa (enxaguar).
c) Retirar a fibra de coco apertando-a com as mãos, para escorrer a água, depois colocar dentro de uma peneira uma peneira, para escorrer e secar um pouco.
d) Guardar a fibra de coco, ainda úmida, em um saco plástico e amarrar, caso não for usá-la de imediato.

tutor

Tutor vivo
Árvores de casca rugosa, como a jaqueira, a romãzeira, a figueira, a gabirobeira, o limão cravo, entre outras.
Vantagens: é o substrato que melhor imita as condições naturais das florestas. É excelente para compor situações de paisagismo e cultivo.
Desvantagens: torna viável transportar as orquídeas para outros lugares, como exposições, por exemplo.
Durabilidade: enquanto a árvore estiver viva.
É indicado para todas as orquídeas epífitas (que crescem em árvores), como a cattleya labiata, a cattleya aclandiae, a laelia pupurata e a dendobrium nobile, entre outras.
Só é preciso levar em consideração o clima e o lugar. Não adianta colocar uma orquídea que gosta de umidade numa árvore em pleno cerrado, por exemplo.
Retém umidade, adubação mensal e é encontrado nsa matas.
Dica: evite colocar a orquídea numa forquilha dos galhos, pois esta área acumula folhas e excesso de umidade que podem prejudicar a planta.

Casca da cajazeira
Casca da árvore frutífera cajazeira (Spondias mombim L.). As indicadas são as grosas e duras que evitam os cupins e as brocas.
Vantagens: os vãos nas cascas seguram a umidade que ajuda no enraizamento. A casca é renovável, o que a torna ecologicamente correta.
Desvantagens: é difícil de encontrar. Decompõe-se facilmente por causa as umidade, do calor e das bactérias. Uma outra preocupação é o tanino. Elemento prejudicial que precisa ser eliminado.
Durabilidade: mais de 5 anos.
É indicado para cattleya walkeriana e cattleya nobilior.
Retém umidade, adubação semanal, encontrado em quase todo o litoral nordestino e no sudeste. A retirada da casca não prejudica a árvore por que ela é renovável.
Dica: é a casca que dá melhor resultado com plantas de pequeno porte como as microorquídeas.

Casca de sambaíba
É a casca da curatella americana, uma arvoreta de 3 m de altura parecida com o cajueiro, mas não dá frutos.
Vantagens: a casca é renovável, o que a torna ecologicamente correta.
Desvantagens: na hora da coleta, pode gerar acidentes, pois dentro da casca vivem animais peçonhentos como escorpiões.
Durabilidade: mais de 3 anos
É indicado para cattleyas
Não retém umidade, adubação quinzenal e é encontrado em todo o cerrado brasileiro e alguns estados do nordeste.
Dica: colocar a casca sempre em posição vertical no vaso. Isso aumenta a drenagem e ajuda no desenvolvimento das raízes da planta.

Esfagno

Esfagno
Apesar de serem apontados como substituto para o xaxim, esta opção apresenta alguns problemas. É um musgo retirado da beira dos rios, usado para cultivar muda de orquídeas a partir de sementes. Apesar de ser encontrado em lojas especializadas, sua coleta é proibida pelo IBAMA e ainda não há cultivadores desse tipo de substrato no Brasil. Quem compra esfagno está contribuindo para uma ação extrativista não controlada, igual à que ocorre com o xaxim.

Como é difícil encontrar uma opção que reúna todas estas características, a solução é reunir um substrato que retenha muita umidade com outro que retenha pouca umidade. Assim, é mais fácil produzir um equilíbrio para a planta.

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