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cambará amarelo

A cor amarela é uma cor primária e o verde é a sua combinação com a cor azul, em tons do verde mais amarelado ao escuro. Brincando com tintas ou lápis de cor, vamos misturar verde com amarelo ocre, amarelo siena queimada (cor de tijolo) com verde e o resultado são verdes oliváceos a acastanhados, cores de outono. Mas para que este trabalho todo? Porque encontramos plantas com folhagens e até flores nestas cores e poderemos planejar o nosso jardim dourado para o ano todo também.

Em maciços somente verdes contamos com o tamanho, forma e coloração das folhas além da forma da planta e a combinação de tudo isto é que dá o efeito paisagístico que desejamos. As flores de árvores, arbustos, herbáceas perenes e de estação introduzidas no projeto, produzirão suas flores em vários tons de amarelo, do creme ao amarelo acastanhado ou alaranjado e darão com esta característica o nome de jardim dourado.

É um jardim difícil de fazer, sem incorrer no verde-amarelo patriótico, o amarelo é uma cor que reflete muito a luz e se o verde da folhagem for muito claro e também brilhante, ofuscará a vista, cansando o visitante. Devemos dosar a quantidade de flores para cada estação, misturar plantas de cores de amarelos diferentes e usar flores brancas para amenizar.

Mas quando queremos causar impacto no jardim, como fazer? Lembra do que vimos quando falamos sobre o disco das cores, como causar impacto usando cores opostas? O oposto do amarelo é o violeta e toda a gama de tons que vão do azul quase roxo da Salvia sp. até o quase púrpura da Centaurea e Tibouchina.

Tons de lilás azulado como da glicínia (Wisteria sp) também podem ser usados, mas não há tanto contraste. No entanto, o uso excessivo de violeta e amarelo devem ser evitados e esparsos no meio da folhagem, em vasos ou alguma pérgula, na borda de um muro, dosado como enfeitar-se sem parecer uma árvore natalina.

Nas filosofias orientais o amarelo é cor de ouro, dinheiro e riqueza e seu uso recomendado. É um jardim belo, este de flores amarelas e pode encantar a todos. Mas para isto é preciso estudar e planejar antes e o paisagista e o jardineiro deve trabalhar com lápis de cor ou tintas desenhando no papel o seu jardim, olhando fotos de flores e folhagens, à busca do efeito desejado. Construir um jardim, implantá-lo e depois admirar o efeito que causa no visitante, na medida em que se orquestrou o drama, o contraste e a harmonia, como numa composição musical. Eis a recompensa.

Há quem não tenha receio de colocar mil cores no jardim e sem se preocupar com o multicolorido das flores ainda coloque folhagens de folhas variegadas coloridas.

Antigamente os jardineiros não se preocupavam com estes detalhes. O jardim era feito para a primavera e verão e o resto do ano ficava tudo verde, sem planejamentos. Com livros e a edição de revistas de jardinagem e paisagismo, passando idéias e conceitos isto tem mudado, mas ainda há pessoas que colocam tudo no jardim, adoram plantas, cultivam-nas por prazer e não estão nem aí para ditames da moda nem palpiteiros de plantão como nós.

Também há o oposto, é só olhar revistas que nos deparamos com os chamados jardins minimalistas, muito pedrisco, algumas herbáceas raquíticas ou com jeitão de capim, muitas cicas, palmeiras, uma que outra muda de suculenta e eis o jardim maravilhoso criado por… Já viu isto?

Em empresas o que se vê é abundância de aloés, palmeiras, cicas e gramados. Se há arbustos floridos, pelo menos nos estados sulinos a escolha cai sempre nas azáleas, cuja floração primaveril é esplendorosa e o resto do ano suas folhas sem atrativos deixam o jardim tristonho. A escolha de anuais é feita raramente ou então em abundância, para compensar o restante sem graça.

Acredita-se que estamos pisando em terreno minado ao afirmar estas coisas, mas ao longo de anos planejando e reformando jardins, a análise dos fatos é esta, os padrões se repetem em todos os lugares, com belas, mas poucas exceções. Atualmente há uma avalanche de palmeiras esguias, cicas, agaves ou aloés, pingos de ouro e helicônias e quanto tempo esta moda vai durar, veremos…

As cicas têm lento crescimento e há uma tendência em colocá-las bem junto umas das outras para fazer um maciço, esquecendo-se que seu crescimento ao longo do tempo é mais em diâmetro que em altura. Por vezes observa-se em entradas de condomínios e com o tempo o portão não abrirá, nem poderá haver trânsito de pedestres. Aposto que também já observaram isto.

Com estas críticas não estamos afirmando detestar esta ou aquela planta. Todas são belas em suas formas, cores e formatos e colocadas de forma certa embelezam e transformam um jardim em exemplo perene, podendo servir até de logomarca para uma empresa.

O que desejamos é ver os jardins planejados de forma a ter beleza, praticidade e ser fora desta padronização. Isto passa, é claro, por estudo, muito estudo, não só de paisagistas mas do jardineiro amador. Os conjuntos de plantas em canteiros, os detalhes charmosos das anuais, as palmeiras colocadas num jardim estilo tropical, tudo é maravilhoso e colocado do jeito certo será de tirar o fôlego do visitante.

As plantas para lagos, quanto aos tipos, podem ser divididas em flutuantes, submersas, submersas com folhas emersas, palustres, marginais e anfíbias. Todas elas contribuem bastante para que a água do lago não se torne muito esverdeada. Tal contribuição se dá por meio da absorção dos nutrientes que serviriam às micro-algas em suspensão, responsáveis pela água verde e também pelo sombreamento que minimiza os efeitos do excesso de incidência solar.

Flutuantes: Assim como o nome já sugere, são as plantas que ficam na superfície do lago. Entre elas, encontramos os aguapés, alfaces-d’água, marrequinhas, lentilhas e muitas outras. Necessitam de sol pleno e servem para sombreamento parcial da superfície quando a incidência do sol é muito grande. Prestam-se também para a desova de kinguios e carpas. O aguapé e a alface-d’água não se dão bem em água com alta reserva alcalina, ou seja, em lagos de alvenaria sem vedação. São ótimas para despoluir a água e retirar nutrientes que serviriam para as microalgas verdes, no entanto, como são alimento para as carpas, devem ficar separadas desses peixes para evitar transtornos como entupimentos dos filtros.

Submersas: Mais utilizadas em aquários do que em lagos, as submersas como a elódea, a valisnéria e a cabomba não são facilmente visíveis quando se observa o lago, razão pela qual, não se costuma introduzi-las. No entanto elas são muito importantes para oxigenação da água do lago, mantendo algas e microrganismo nocivos afastados.

Submersas com folhas emersas: Esse tipo de planta necessita de sol pleno e aceita sombra, contudo, não costumam florescer nessas condições. Também é necessária uma profundidade razoável, considerando que seria plantada em um vaso grande e teria ainda que restar uma coluna d’água de no mínimo 20 a 30cm acima do vaso. Um exemplo é a ninféia que, quando mantida em aquários, fica com as folhas submersas. São muito ornamentais, mas precisam de água neutra e substrato fértil. Proporcionam muita sombra sem o inconveniente das raízes serem comidas e espalhadas, mas suas folhas têm curta duração. Um detalhe que deve ser observado com as ninféias é que as do tipo tropical (caerulea), por serem menores, desenvolvem-se muito bem quando plantadas entre 20 e 30cm de profundidade. Já as de clima temperado (rubra) necessitam de uma profundidade entre 30 e 50cm (além da altura do vaso).

Palustres e marginais: As plantas marginais preferem locais rasos e oferecem excelente abrigo para a vida silvestre. Já as plantas palustres são características de locais encharcados. No entanto elas confundem-se pois muitas plantas palustres podem se comportar como marginais, invadindo os lagos em suas áreas marginais. Desenvolvem-se a sol-pleno ou sombra parcial.

plantas aquáticas

As mais comuns são o papirus-gigante papirus-anão, sombrinha-chinesa, cavalinha, junco, taboa, lírio-do-brejo, copo-de-leite, etc. São ótimas plantas para o filtro de plantas e devem, preferencialmente, ser plantadas em vasos para ter a manutenção facilitada e controle sobre o seu crescimento. Sobre o substrato, deve-se colocar pedras para evitar que os peixes o revirem. É conveniente ainda o replantio a cada primavera.

Anfíbias: Preferem sombra e meia-sombra, evitando a luz solar direta e se desenvolvem em solo rico e encharcado, mas aceitam imersão parcial ou até total por longos períodos de tempo. São comumente utilizadas em aquários. Além de muitas outras, estão: anúbias, eleocáris, lírio-da-paz, musgo-de-java, samambaia-d’água e singônia.

Paisagismo no Lago – Diversas são as opções de plantas para o paisagismo de um lago, no entanto, é importante que a planta escolhida atenda aos seguintes fatores:
* Estar em harmonia com o jardim, com a residência e com o próprio lago;
* Possuir folhas perenes e de tamanho grande e flores duradouras para contribuir na redução da manutenção quanto à retirada de folhas e flores que poderiam cair na água;
* Ter raízes não agressivas e não superficiais;
* Galhos não quebradiços;
Se o lago for visitado por crianças pequenas deve-se cuidar para que não seja tóxicas.
Para locais ensolarados e lagos tropicais, podemos escolher palmeiras, bananeiras ornamentais, bambu-mirim, moréias, fórmio, aves-do-paraíso, orquídeas-bambu, etc. No caso de zonas sombreadas, a escolha ainda engloba palmeira-ráfia, camaedória, lírios-da-paz, beijos, samambaias, entre outras.

Devemos cuidar que muitas plantas palustres têm caráter invasivo. Caso o lago não seja de alvenaria, deve-se controlar o crescimento ou até mesmo evitar o plantio dessas plantas em suas bordas, uma vez que podem avançar e tomar conta do lago.

Muitas trepadeiras também são boas opções para sombreamento. Elas podem ser mantidas em pérgolas, caramanchões e suportes naturais.

Árvores de porte médio e grande devem ser evitadas próximas aos lagos ornamentais construídos, principalmente o chorão que, apesar da grande beleza e harmonia, tem capacidade de “procurar” água pelas raízes e a Tipuana, o Fícus e o Flamboiã que têm raízes superficiais e agressivas, além de folhas pequenas.

Os elaborados jardins japoneses, com sua arquitetura peculiar, são uma homenagem do homem a natureza. São réplicas da paisagem natural, cenários ornados com árvores, arbustos, pedras, peixes, em desenhos que reproduzem a percepção artística das ondulações do relevo, dos elementos vegetais, animais, minerais, que mudam de cores conforme as estações do ano. O objetivo do paisagista japonês é tomar a paisagem emprestada. Nos jardins o homem não é esquecido – sempre há espaços para sentar e apreciar a vista.

Bosque Bonsai

Bosque bonsai

As plantas mais próximas do dia-a-dia dos japoneses são o bambú (take), a ameixeira (ume), a cerejeira (sakura) e o pinheiro (matsu). O bambú é utilizado na alimentação (os brotos são comidos e as folhas são utilizadas para cobrir outros alimentos), na confecção de inúmeros objetos utilitários e de decoração e, no passado, servia de material de construção. Da ameixa se faz o umeboshi – uma conserva que acompanha quase todas as refeições. Tem o formato de uma bolinha vermelha, que decora o arroz branco, reproduzindo as formas e as cores da bandeira nacional japonesa. O pinheiro está presente em todos os jardins tradicionais e é uma das plantas preferidas para ser miniaturizada em vasos que decoram o interior das casas.

As cerejeiras são o centro das atenções em um ritual bastante popular no Japão que consiste em contemplar suas flores, no início da primavera. Esse costume tem o singelo nome de hana mi, “olhar as flores”. Todos os anos, no mês de abril, os japoneses deixam suas atividades de lado e se aglomeram nos parques, como o Ueno, em Tóquio, simplesmente para ver as árvores floridas. Multidões de pessoas de todas as idades se espremem em fila ordenadas como procissões em direções a esses locais. Muitos chegam a pernoitar para garantir um posto privilegiado.

Para ter um pouco da natureza dentro de casa os japoneses desenvolveram as artes do Ikebana e do bonsai. O Ikebana consiste em procurar reproduzir a harmonia entre o céu, a terra e o homem dentro de um vaso. Assim, flores e galhos cuidadosamente escolhidos são fincados numa base com pregos de pontas voltadas para cima. Procura-se respeitar a forma original dos elementos, cortando-se uma ou outra folha para que o conjunto seja harmonioso ao combinar cores, altura, largura de cada elemento, assim como o formato e tom do vaso. Essa arte existe desde o século XVI e, com o tempo, foram desenvolvidas cerca de três mil estilos diferentes de Ikebana para retratar esse universo.

ikebana

Ikebana

O Bonsai é a arte das árvores anãs cultivadas dentro de um vaso a fim de preservar, por décadas ou até séculos a “energia vital da planta”, possibilitando que se admire suas mudanças através do tempo. Essa arte, originalmente chinesa, chegou ao Japão no século VIII, onde adquiriu novas características. O Bonsai exige de quem o cultiva muita dedicação, pois necessita de transplante todos os anos, quando se poda parte das raízes, a terra fertilizada é renovada e o vaso, mudado. A luminosidade, que varia em cada estação do ano, é fundamental, de modo que o vaso precisa ser mudado constantemente de lugar. Em troca desses cuidados o bonsai retribui com o prazer de ter um pedaço da natureza próximo à família.