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A preparação do terreno é uma das principais tarefas para se obterem boas plantações, quer no jardim quer na horta. A terra deve ser bem trabalhada, para que as raízes das plantas se possam instalar fácil e rapidamente, retirando da mesma todas as substâncias de que se alimentam.

Ao trabalhar manual ou mecanicamente a terra, podem aproveitar para acrescentar adubo, compostos orgânicos ou elementos que visem melhorar as características do solo (argila, areia, etc…).

Preparação manual da terra
Revolva a terra, desfazendo a crosta que se instalou, permitindo assim que circulem melhor a água e o ar.
Depois de toda a terra revolvida, desfaça os aglomerados, até cerce de 20cm de profundidade, a terra deve ficar relativamente solta. Nesta altura, aproveite para acrescentar à sua terra, os elementos que pretende para corrigir ou melhorar a composição da mesma.
Por último, retire da superfície as pedras, todos os elementos estranhos à terra que poderão mais tarde dificultar a plantação e posterior enraizamento.

Preparação mecânica
Esta aplica-se a grandes extensões de terreno e requer equipamento apropriado. Pode recorrer aos serviços de especialistas, se necessário.

Fertilização
Ao mesmo tempo que areja a terra do seu jardim, aproveite para adubar e fazer eventuais correções, generalizadas ou apenas em determinados locais.
Este é o momento ideal para acrescentar areia a uma terra demasiado pesada, calcário a uma terra descalcificada, terra pesada ou argila a um terreno que não retenha água, por exemplo.
Os adubos, servem para enriquecer a terra de elementos nutritivos como azoto, cálcio, magnésio, ferro, etc.. que o terreno perdeu por várias razões, mas sobretudo, pela absorção por parte das plantas. Quer opte por soluções químicas, biológicas ou uma mistura das duas, deverá aproveitar esta altura para fertilizar o solo, criando uma base indispensável a qualquer plantação. Ao longo dos meses, deverá reforçar pontualmente com nutrientes, assegurando o desenvolvimento dos seus vegetais.

Pode também optar, se tiver espaço para isso, por fazer o seu próprio composto, que será um excelente adubo quer inicial quer de manutenção.
Depois de mexida, remexida e devidamente alimentada, dê à nova mistura o tempo de se integrar à terra. Depois… é começar a plantar!

miosótis

ferramentas

Quando chegar o Inverno, é quando o jardim repousa, dando ao jardineiro algum descanso.
Este é o momento ideal para tratar da manutenção das ferramentas, fiéis aliadas, para que estejam em perfeitas condições quando voltar a Primavera.
Limpar, desinfetar, afiar, um programa personalizado para cada ferramenta e acessório de jardinagem. O Inverno vai passar depressa e as ferramentas de jardim voltarão brevemente ao serviço, pelo que este tempo de descanso terá que servir, também, para tratar delas.
Deve começar-se por uma boa limpeza. É com uma limpeza, adequada a cada tipo de ferramenta e utensílio que se garante não só o seu bom estado de conservação na estação seguinte, mas também que eventuais doenças ou pragas não serão propagadas por este meio.

Ferramentas de corte
Uma solução é passar nas lâminas uma solução de álcool a 90º. Ao passar um algodão ou um pano pela lâmina, o jardineiro elimina eficazmente todos os vírus e bactérias. Depois de limpos e desinfetadas, as lâminas devem ser bem afiadas.

Cabos
Os cabos também devem ser objeto de uma revisão. Alguns deles podem até precisar de ser substituídos. Os cabos de madeira podem ser tratados com óleo, que os alimenta e protege, prolongando assim o seu tempo de vida útil. Os pregos e outros meios de fixação deverão também ser verificados e minuciosamente oleados.

Ferramentas a Motor
Troca de fluidos, verificação de velas, limpeza do depósito de combustível (para as pequenas ferramentas), etc… Tudo isto, seguindo cuidadosamente as instruções fornecidas pelo fabricante.

Acessórios
Sim, é verdade, também existem acessórios de jardim que, também eles, devem ser tratados. Vasos, tutores, floreiras, estacas… também aqui se deve começar por uma limpeza profunda, de acordo com os materiais. Uma dica? Uma boa lavagem com uma mistura de água e lixívia é suficiente para evitar que proliferem larvas e doenças entre utilizações.
Depois de lavados, os acessórios de madeira deverão ser cuidadosamente oleados.
Se, após a lavagem, persistirem nos vasos e floreiras manchas brancas, esfregue-os com vinagre. As manchas de calcário vão desaparecer.

alfazema2

As alfazemas pertencentes à espécie angustifolia e híbridos desta devem ser podadas todos os anos para manter a forma e retardar o envelhecimento. Os rosmaninhos beneficiam igualmente com podas regulares. Uma planta que não seja podada regularmente vai abrir deixando exposta madeira velha com poucas rebentações. A poda em madeira velha pode também ser problemática por não permitir a recuperação da forma adequada. Alfazemas bem podadas e com condições adequadas de solo e fertilização podem manter-se em ótimas condições durante muitos anos. Os rosmaninhos têm vida mais curta, mas em condições ótimas podem durar até 10 anos.

Quando
A poda pode ser feita a seguir à floração, no Outono ou na primavera. Se for feita na primavera não deverá ser muito tardia para permitir um bom crescimento antes da floração, e portanto uma maior quantidade de flores. Certas variedades podadas a seguir à floração podem ainda ter uma segunda floração no Outono, caso as chuvas comecem cedo e ainda permitam algum crescimento. A poda outonal permite um crescimento seguramente suficiente até a floração primaveril seguinte, no entanto deve haver o cuidado de não o fazer demasiado tarde em regiões muito frias para não correr o risco de o gelo destruir crescimentos novos.

Como
A poda é feita cortando uma boa parte da folhagem exterior, a quantidade aconselhada varia com os diferentes autores, na prática com a velocidade de crescimento da planta. Os cortes outonais de angustifolia nos primeiros anos podem ser bastante rentes porque a planta recuperará a forma redonda mais facilmente. Quando se fazem cortes mais superficiais convém manter uma forma arredondada. Em qualquer dos casos deve sempre haver o cuidado de deixar alguma rebentação. Cortes demasiado severos em madeira velha com pouca rebentação podem comprometer a planta.

As plantas pertencentes à secção Dentata não requerem grande poda, no entanto os híbridos interseccionais, como a L. x aillardii já beneficiam com a poda. Normalmente não é recomendada poda para as plantas pertencentes ao grupo Pterostoechas. No entanto, algumas destas plantas são frequentemente cultivadas em vasos como é o caso da Lavandula x christiana  pelo que uma poda será benéfica para controlar o seu crescimento vigoroso, e diminuir o envelhecimento dos ramos.

plantinhas

compostagem

Escolha do local: Sombra no verão e sol no inverno

A decomposição da matéria orgânica pelos microrganismos gera calor. A temperatura do sistema depende do balanço entre o calor produzido e o calor perdido para o exterior. A temperatura é um fator determinante no processo, uma vez que diferentes temperaturas promovem o desenvolvimento de diferentes comunidades microbianas. Além disso, a maioria dos microrganismos não sobrevive a temperaturas superiores a 70ºC o que faz com que a decomposição seja muito lenta a temperaturas superiores.

A taxa de decomposição é máxima a temperaturas entre 45ºC e 55ºC; no entanto, é necessário que durante o processo se atinjam temperaturas superiores para assegurar a higienização.
É importante que a temperatura que se obtém seja provocada pela atividade microbiana e não pelo calor do sol.

De modo a controlar a temperatura, devemos escolher um local para o compostor que não deixe cozer os microrganismos no verão nem congelá-los no inverno. Se colocarmos o compostor debaixo de uma árvore de folha caduca, teremos sombra no verão e sol no inverno, é a situação ideal.

O papel da temperatura:
É possível encontrar uma grande variedade de microrganismos aeróbios mesofílicos, termotolerantes e termofílicos num sistema de compostagem em diferentes fases do processo. Estes microrganismos incluem bactérias, actinomicetes, leveduras, bolores e outros fungos. Mantendo-se condições aeróbias, a temperatura é o fator determinante para a população microbiana durante a compostagem.

As bactérias e fungos mesofílicos e termotolerantes dominam as primeiras fases do processo- temperaturas de 20 a 40 ºC. Nesta fase ocorre a degradação de compostos de carbono mais simples (açúcares solúveis, ácidos orgânicos, etc.), provocando um aumento de temperatura. Este aumento de temperatura até 40-60 ºC devido à atividade microbiana promove o desenvolvimento de bactérias termofílicas/termotolerantes, actinomicetes e fungos, ao mesmo tempo que inactiva os microrganismos mesofílicos. Temperaturas superiores a 60 ºC reduzem consideravelmente a população microbiana, permitindo apenas o desenvolvimento de algumas bactérias termofílicas.

Nesta fase, a fração orgânica dos resíduos é quase totalmente degradada, com exceção parcial da celulose e lenhina, devido à sua estabilidade estrutural e à dificuldade da sua hidrólise, só possível por microrganismos muito específicos. Após a degradação dos compostos mais simples há um decréscimo de temperatura, que provoca um repovoamento do material a compostar. Nesta fase, a diversidade de bactérias é muito pequena, sendo os actinomicetes mesofílicos/termotolerantes e os fungos os microrganismos mais encontrados. Compostos como lenhina, hemicelulose, celulose, amido e outros polímeros são decompostos pela ação destes microrganismos.

Preparar o fundo: Boa drenagem
No início do processo é importante que haja fornecimento de ar à mistura. Para garantir a presença de oxigênio, basta colocar uma camada de ramos ou galhos no fundo do compostor de modo a não permitir a compactação dos resíduos e a permitir a circulação de ar de baixo para cima.

Mistura de materiais: Verdes e castanhos
A compostagem é um processo biológico sendo por isso necessário criar as condições corretas para o seu crescimento, em particular, satisfazer os seus requisitos nutricionais. Os microrganismos utilizam cerca de trinta vezes mais carbono do que azoto sendo este valor frequentemente encontrado na literatura como o recomendado no início do processo. No caso de os substratos a degradar conterem muitos compostos complexos, como celulose e lenhina e alguns polímeros orgânicos, é aconselhável que a razão C/N inicial seja superior a 30:1 – 40:1 porque uma parte considerável do carbono não está disponível nas primeiras fases do processo.

No caso de esta razão ser muito superior a 30:1, o crescimento dos microrganismos é atrasado pela falta de azoto e consequentemente a degradação dos compostos é mais demorada. Se, pelo contrário, a razão C/N for muito baixa, o excesso de azoto acelera o processo de decomposição mas faz com que o oxigênio seja gasto muito rapidamente, podendo levar à criação de zonas anaeróbias no sistema. O excesso de azoto é libertado na forma de amônia, o que para além dos maus odores que provoca, corresponde a uma perda de azoto, com a consequente produção de um composto mais pobre neste nutriente e por isso, menos valioso em termos comerciais.

É importante misturar diferentes resíduos de forma o obter uma relação carbono/azoto adequada:

* uma relação inicial C/N demasiado alta poderá ser corrigida juntando à mistura a compostar, materiais ricos em azoto, tais como estrume de galinha e vegetais.

* uma relação inicial C/N demasiado baixa poderá ser corrigida juntando à mistura a compostar materiais ricos em carbono tais como palha, papel, serradura ou aparas de madeira.

Arejamento: Revirar quando compactado
A compostagem é um processo aeróbio e por isso a manutenção de níveis adequados de oxigênio no interior dos materiais a compostar é uma condição essencial para o sucesso do processo.

O oxigênio é fundamental para o metabolismo dos microrganismos aeróbios e para a oxidação das moléculas orgânicas que constituem os resíduos. Se o nível de oxigênio não for suficiente, a comunidade anaeróbia vai dominar o processo com consequente atraso na decomposição e produção de gases voláteis que são responsáveis pelos maus odores usualmente associados a estes sistemas. A transferência de oxigênio ocorre pelos mecanismos de difusão e convecção, havendo diferentes formas de manter um nível adequado de oxigênio, por exemplo recorrendo a tubos perfurados, revolvendo o material periodicamente, usando arejamento forçado ou combinando alguns destes mecanismos.

A maior parte do oxigênio é necessária no início da decomposição, quando as moléculas mais simples estão a ser decompostas rapidamente e o crescimento da população microbiana segue um modelo exponencial.

Umidade: Regar se necessário
Uma determinada quantidade de umidade é necessária no processo, uma vez que os microrganismos só são capazes de absorver os nutrientes que se encontrem na fase dissolvida. Além disso, a água é necessária aos processos metabólicos e à construção de biomassa, uma vez que esta é constituída majoritariamente por água (mais de 70%).
No entanto, teores muito elevados de água na mistura a compostar são indesejáveis. Água em excesso enche o espaço poroso entre as partículas, dificultando a circulação de ar e condicionando, consequentemente, as condições aeróbias. A estrutura física e a capacidade de retenção da água variam muito com o material a compostar, sendo por isso impossível apontar um valor adequado de umidade do material. Contudo, os valores usualmente encontrados na literatura estão na gama 40-70%. Em processos de arejamento forçado, em que grandes quantidades de água são removidas por evaporação, a adição de água pode ser necessária para ajustar o teor de umidade.

Uma maneira fácil de medir a umidade é fazer o teste da esponja, espremendo um bocado de composto com a mão. Se caírem apenas algumas gotas, como uma esponja acabada de espremer, tem a umidade certa. Se estiver muito seco junte água e se estiver muito úmido junte papel, palha, cartão ou folhas secas.