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orquidário

Uma das primeiras dúvidas que surge quando decidimos iniciar uma coleção de orquídeas diz respeito ao ambiente propício ao seu cultivo. Se você não dispõe de espaço externo, com alguns cuidados pode cultivar suas orquídeas dentro de casa ou até no apartamento, é só construir prateleiras junto a janelas bem iluminadas, protegidas no lado de fora por uma tela, para que os vasos recebam sol filtrado.

Mas se você possui espaço disponível no quintal, um orquidário é sem duvida a melhor opção para suas orquídeas. Apesar de parecer difícil, ou caro, é possível construir um orquidário eficiente a um custo relativamente baixo.

O ideal é que a fachada principal esteja voltada para a face Norte (no hemisfério Sul), o que garante melhor luminosidade e proteção do vento sul. A cobertura também deve inclinar-se nesse sentido, para facilitar o escoamento da chuva. A estrutura é feita geralmente de concreto ou madeira tratada.

Sobre quatro pilares assentam-se as vigas no sentido Norte-Sul, e, sobre elas, os caibros, no sentido Leste-Oeste. É também possível usar um ripado, onde as ripas deverão ser colocadas no sentido Norte-Sul, para impedir a incidência direta do sol.

Há diversas opções para a montagem da cobertura e das laterais, desde o ripado até a tela de nylon. O importante é manter um nível de sombreamento de 50 a 70%, que pode ser conseguido com o uso de tela plástica tipo sombrite. Este espaço deverá abrigar orquídeas que precisam de diferentes quantidades de luz.

Portanto, plantas que gostam de muito sol ficarão suspensas junto ao teto, fazendo sombra sobre as bancadas planejadas para abrigar as plantas mais sensíveis. Peças de madeira devem receber duas demãos de verniz com filtro solar. Para evitar a proliferação de pragas, devem ser limpas e envernizadas periodicamente. Uma vez por mês, as pedras do solo devem ser desinfetadas com uma solução de sopa de cloro e água.

Algumas dicas de construção e funcionamento do orquidário, que irão facilitar sua empreitada:
Primeiro passo:
Escolha o local.
Um dos aspectos mais importantes para o sucesso de seu orquidário, independentemente do tamanho ou de suas características, é a iluminação. Para garantir uma iluminação adequada é importante escolher um local que receba o sol da manhã.

Segundo passo: Determine o tamanho
Ao contrário do que possa parecer, nem sempre construir o maior orquidário possível é o ideal. Para a saúde de suas plantas, o local deve ser mantido sempre limpo e livre de insetos e pragas, portanto, quanto maior, mais trabalho você terá. Tenha em mente que considerando-se um espaço médio de aproximadamente 4×5 metros é possível montar um orquidário com capacidade para acomodar até 200 orquídeas. Imagine o tamanho aproximado que sua coleção terá e atenha-se a ele.

Terceiro passo: Escolha a cobertura.
Num clima como o nosso, uma boa solução é construir a cobertura com ripados de madeira, bambu ou telhas, de modo que os raios solares sejam filtrados, proporcionando luz na medida certa. No mercado há ainda o sombrite, uma tela especial para proteger as plantas do sol excessivo. Esse material chega a filtrar 70% dos raios solares, criando uma atmosfera ideal para a maioria das orquídeas, já que deixa os ambientes bem ventilados e protegidos tanto do sol como de insetos e outros animais, além de ser mais barato que a madeira.

Quarto passo: Construa um espaço com condições diversificadas.
Lembre-se, nem todas as orquídeas são iguais e, portanto, necessitam de condições diferentes. Para que todas encontrem as condições perfeitas para seu desenvolvimento, construa seu orquidário com a possibilidade de explorar diferentes espaços. Os exemplares maiores, que necessitam de bastante aeração junto às raízes, podem ficar pendurados, para isso pense em caibros mais resistente. Uma bancada ou prateleira central é um bom lugar para as mudas recém plantadas ou em fase de crescimento. Na parte de baixo, apoiadas em blocos, podem ficar as espécies que gostam de mais sombra, como os cimbídios.

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O primeiro ensinamento de um orquidófilo, é de que a Orquídea não é uma parasita. Na verdade a orquídea é capaz de produzir o alimento que necessita. Através da fotossíntese transforma em carboidratos e oxigênio, com a intervenção do calor, da luz, e da clorofila. Ainda se alimenta pela raízes absorvendo água e sais minerais.

É impossível estabelecer uma regra única para o cultivo de todas as orquídeas. Ela nasce em qualquer canto e lugar, mas se adapta melhor em temperaturas amenas (+15 a 25ºC).

Em função das grandes variações climáticas no Brasil, o cultivo das orquídeas em ripados se torna mais adequado, mas nem sempre o mais fácil e barato.Também podemos usar para fechamento e cobertura, tela de plástico “Sombrite” 50×50 onde a passagem da luz fica reduzida a metade, em regiões muito ensolarada devemos usar tela com menos passagem de luz solar.

A altura média deve ser de 2.40m e o comprimento e largura fica de acordo a quantidade de plantas. Ao colocar as ripas ou outro material como bambu, etc. elas devem ficar na posição norte-sul, isto para que quando o sol caminha na direção leste-oeste, ele vai gradativamente passando sobre as plantas.

As ripas normalmente de 5 cm de largura, devem ficar entre si um espaçamento de 2,5 a 3 cm. Lembre-se sempre, a orquídea necessita de luz solar, mas nunca diretamente sobre a planta por longo período.Para cultivar orquídea em apartamento, escolha uma ou mais janelas que receba bastante sol durante o dia, e proteja-a com sombrite (pequena tela escura, com malhas 50×50), para que a luz solar passe pulverizada. Quanto a rega e adubação, o mesmo princípio para todas.

Rega
Para termos uma idéia do período entre uma rega e outra, vamos fazer de conta que a planta (Orquídea) está em seu habite natural grudada com suas raízes em cascas de árvores. Assim, após uma chuva torrencial os ventos sopram e as raízes secam. Usando estes princípios, a planta no vaso não pode ficar com as raízes encharcadas, pois apodreceriam, dai um espaço seco entre uma rega e outra. Em regra gerais, a rega deve ser feita pela manhã.

Adubação
Os três principais minerais para o crescimento das plantas são: Nitrogênio (N) responsável pelo crescimento, Fósforo (P) para um bom enraizamento, e Potássio (K) fortalece a planta contra pragas e auxilia na produção de flores. No mercado existem vários produtos, use a seguinte fórmula: 30-10-10, ou seja 30% de Nitrogênio, 10% de Fósforo, e 10% de Potássio, use uma colher de chá para 1 litro de água, e pulverize as plantas a cada 15 dias. Devemos lembrar que o período ideal para adubação e de agosto a abril, pois a partir de maio com a chegada do frio as plantas entram em repouso vegetativo, e a adubação não se faz necessário.

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Na natureza as orquídeas acumulam grande quantidade de detritos orgânicos em suas touceiras, e com a simbiose de fungos, bactérias, insetos e a ação da umidade, calor e luz do sol, ocorre a decomposição e transformação destes componentes orgânicos em alimentos essenciais para as plantas.

Toda planta necessita de 14 a 17 elementos químicos para ter uma vida saudável. Três destes elementos elas dependem bem mais. São o nitrogênio, o fósforo e o potássio. Cálcio, magnésio e enxofre ela também precisa em quantidade razoáveis. Por isso, o grupo destes 6 elementos químicos é chamado de macro-nutrientes. Outros elementos são também necessários, mas em proporção bem menores. Daí serem denominados micronutrientes. Entre eles citamos o boro, o zinco, o ferro, o magnésio e o cobre.

As plantas obtêm estes elementos químicos fundamentalmente do solo, que é uma autentica e poderosa fábrica de fertilizantes. Certo. Mas você perguntaria: e as plantas epífitas, as orquídeas, por exemplo, que vivem sobre as árvores? Bem, elas têm de usar de um estratagema todo especial. Se você reparar direito, vai ver que, na natureza, na maioria das vezes elas costumam desenvolver-se nas proximidades de forquilhas e axilas de galhos. A razão disso é que, nestes locais, sempre acaba se acumulando um pouco de detritos de origem vegetal (sementes, casca, pequenos frutos, folhas, etc.) e de origem animal (penas, excrementos, cartilagens, cascas de ovos, insetos mortos, etc.). Que depois de algum tempo se decompõe e se transformam em nutrientes. Em outras palavras, embora vivam por sobre as árvores sem se alimentar delas, de um jeito ou de outro as epífitas sempre encontram os nutrientes que precisam.

Em vasos, plantadas em substrato inerte (xaxim ou casca de árvores, por exemplo) isso não acontece. Elas ficam privadas deste recurso. Vem daí a importância das fertilizações.

- As orquídeas devem ser adubadas sim, mas só nos meses quentes ou quando estão em pleno desenvolvimento vegetativo.

- Como o crescimento dessas plantas é bastante lento, é tolice dar às orquídeas doses grandes de fertilizantes de uma só vez. Elas simplesmente não usam, e você desperdiça o fertilizante e joga o seu dinheiro no lixo.

- A luz é indispensável no processo de absorção de fertilizantes através das folhas. A umidade do substrato também é fundamental. Quando a planta está desidratada, a absorção foliar diminui drasticamente.

- Evite fazer a adubação nas horas mais quentes do dia. A temperatura ideal gira em torno de 20º C. Regar as orquídeas na véspera da adubação foliar também é muito recomendável.

Genericamente falando, fertilizante é qualquer substância, natural ou manufaturada que, acrescentada ao substrato, incremente o desenvolvimento das plantas. Em outras palavras, qualquer coisa que possa ser aproveitada pela planta como alimento. Quanto à origem dos nutrientes, existem dois tipos de fertilização: a orgânica e a inorgânica. É aquele cujos elementos químicos são provenientes da decomposição de matéria de origem animal ou vegetal. É o caso dos estercos, compostos, farinhas e tortas, como a torta de mamona, por exemplo.

Antigamente, a adubação orgânica era a única possibilidade. No caso das orquídeas cultivadas em vaso, no entanto, estes adubos, quando em estado sólido, têm o inconveniente de entupirem parcialmente os espaços entres as fibras de xaxim (ou similar), prejudicando a aeração das raízes da planta.

Além disso, costumam alterar o índice de pH do substrato e transmitir fungos.

Dicas
- Se você quiser fazer adubações orgânicas nas suas orquídeas, o ideal é usar calda de esterco (veja adiante) ou doses mínimas de torta de mamona. Esta substância é um subproduto da fabricação do óleo de mamona, e é muito rica em nitrogênio, fósforo e potássio.

Adubo orgânico – 70% de torta de mamona 10% de farinha de osso 10% de cinza vegetal 10% de esterco de aves (bem curtido) misture tudo e coloque a quantidade de uma colher de chá sobre o substrato, na parte traseira da planta, a cada 3 meses.

A partir do símbolo químico dos 3 elementos mais exigidos por qualquer planta, generalizou-se o nome do mais famoso adubo químico: NPK.

São obtidos a partir da extração mineral ou do refino de petróleo. É o caso dos fosfatos, cloretos, sulfatos, salitres-do-chile e do famoso NPK.

NPK, aliás, nada mais é do que a representação química dos três componentes principais destes adubos. N de nitrogênio, P de fósforo e K de potássio – os três elementos químicos que, como já vimos, as plantas mais dependem para viver.

Nitrogênio É o elemento químico do qual as plantas necessitam em maior quantidade. Estimula a brotação e o enfolhamento, e é o responsável pelo “verde saúde” das folhas.

- Uma dose bem aplicada de nitrogênio deixa as folhas das orquídeas mais carnudas e com um verde mais intenso. A falta desse elemento inibe os processos vegetativos, reduzindo o tamanho das folhas e dando-lhes uma cor verde-amarelada. A aplicação de nitrogênio em excesso, no entanto, acaba estimulando demais o crescimento, tornando os tecidos vegetais flácidos e sem resistência para enfrentar o ataque de pragas e doenças.

Fósforo É outro elemento básico na vida vegetal. Junto ao nitrogênio, é fator de precocidade e qualidade. Sua ação principal relaciona-se com a florada e a frutificação, com o desenvolvimento de raízes e o enrijecimento dos órgãos vegetativos.

- As plantas bem nutridas de fósforo são altamente resistentes às doenças. A falta deste elemento químico pode ser notada pela cor avermelhada das folhas, pelo crescimento lento demais e pela pouca exuberância da floração.

Potássio É um macronutriente com um importante papel na vida vegetal. Sua presença na seiva das plantas é indispensável, principalmente para maximizar os efeitos da adubação nitrogenada. Além de contribuir muito para o desenvolvimento e a saúde do sistema radicular.

- Quando o teor de potássio aumenta na seiva, ocorre uma economia de água nos tecidos das plantas. É que este elemento químico tem a propriedade de regular o fechamento dos estômatos, os poros vegetais, reduzindo as perdas de água pela transpiração e, portanto, conferindo à planta maior resistência à falta d´água e baixas temperaturas.

- Durante a fase de crescimento, adube as suas orquídeas a cada 15 dias com adubos foliares, mas deixe para regar 48 após a aplicação.

- Evite o uso de água clorada para misturar com os fertilizantes.

- Não esqueça que a diferença entre o remédio que cura e o veneno que mata às vezes está apenas na dosagem. Concentrações altas de fertilizantes são altamente tóxicas para as plantas.

- Plantas adultas – fertilizante líquido NPK 18-18-18 ou 20-20-20, diluído em água nas proporções indicadas pelo fabricante e pulverizado sobre as folhas.

- Plantas novas – fertilizante líquido NPK 30-10-10, diluído em água nas proporções indicadas pelo fabricante e pulverização sobre as folhas.

- Na época da florada – fertilizante líquido NPK 30-10-10, ou 10-30-20, a ser diluído em água nas proporções indicadas pelo fabricante, e pulverizado nas folhas a partir do surgimento das espatas (botões) até o final da floração.

Quanto à nutrição, já foram dadas todas as informações necessárias. Sobre higiene, vale as seguintes dicas:

Dicas de higiene:
- Antes de fazer podas, acostuma-se a esterilizar a tesoura. Nem que seja simplesmente passando a lamina na chama de uma vela ou de um isqueiro.

Sempre que possível, evite cultivar, no mesmo ambiente das orquídeas, plantas que costumam ser hospedeiras de fungos, bactérias, ovos e larvas de futuros prováveis transmissores de pragas e doenças.

- Se você tem uma estufa ou orquidário, é muito importante manter o terreno no redor em boas condições de limpeza. Desníveis no solo, acúmulo de lixo, pilhas de vasos ou xaxins velhos, são um convite ao abrigo e ao desenvolvimento de insetos e fungos.

- Mantenha a bancada de trabalho sempre limpa, lavando-a de vez em quando com escova, água e sabão. E, para desinfetar, use produtos à base de cloro. Pintar a bancada com uma mistura de cal queimada e hipoclorito de cálcio (produto usado no tratamento da água de piscinas), numa solução aquosa a 10%, é altamente recomendável.

- Com paciência e uma receitinha caseira de defensivo, os problemas que surgirem serão facilmente resolvidos.

- Caso estejam fracas e desidratadas, as orquídeas podem ser atacadas por algumas doenças. Principalmente as seguintes:

Doenças fúngicas
- Sintomas: manchas nas folhas, mais ou menos circulares, formadas por diversos anéis pretos ou avermelhados. Se em volta destes anéis aparecem campos amarelados, é sinal que o fungo está vivo e atuante.
Origem: fungos de diversos gêneros. Os mais freqüentes são os Goesporium.
Combate: antes de mais nada, isole a planta e suspenda completamente as rgas. Se for um ataque pequeno, o ideal seria fazer uma espécie de mingau com calda bordalesa e, com um pincel, pintar os dois lados da folha atacada. Se em maiores proporções, pulverize todas as plantas com calda bordalesa.

Podridão Negra
- Sintoma: manchas negras que começam normalmente nos rizomas e mais tarde passam para as folhas. As orquídeas mais sujeitas são as Cattleyas as Laelias e seus híbridos.
- Origem: fungos de inverno, decorrentes do excesso de umidade.
- Combate: como é altamente transmissível, isole a planta atacada, e coloque-a em quarentena. As partes afetadas precisam ser podadas (com uma tesoura esterilizada), e o restante da planta “pintado” com calda bordalesa preparada numa consistência um pouco mais grossa. Além disso, o ambiente onde a planta estava deve ser desinfetado com produtos à base de cloro, e receber bastante ventilação.
Orquídeas certamente não se encontram entre as plantas mais preferidas pelos insetos. Mesmo assim, um ou outro sempre pode aparecer.

Larva-mineira
- Sintoma: labirinto de galerias cavadas no interior das folhas.
- Combate: pulverizações com inseticida à base de fumo (ver receita adiante).

Baratas, Gafanhotos e Lagartas
- Sintoma: também roem as pontas das raízes e de brotos novos.
- Combate: pulverizações com inseticidas de uso domestico (SBP).

Baratinha-vermelha
- Sintoma: picam as folhas, principalmente das Cattleyas e dos Epidendros, dando origem a áreas esbranquiçadas que desfiguram a planta. De nome cientifico Tenthecoris bicolor, quando pequenas, as baratinhas-vermelhas, lembram formigas, que se aninham na base ou no dorso das folhas. Quando adultas são alaranjadas, com asas de cor metálica. Vivem em ligeiros bandos e fogem rápido ao menor movimento.
- Combate: pulverizações com inseticidas de uso domestico (SBP)

Vespinha ou Eurytoma
- Sintoma: inchaço extraordinário da base dos novos brotos, que serão roídos internamente pelas larvas da vespinha. Atacam sobretudo Catteyas e Laelias.
- Combate: o melhor é cortar e queimar os brotos infestados.

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O desejo de todo amante de orquídeas é saber como dividir e replantar suas orquídeas. Elas crescem vagarosamente e multiplicá-las por sementes é uma tarefa difícil e até mesmo um pouco complicado, se bem que por este método, torna essa tarefa um verdadeiro acontecimento que, se cercado de todos os cuidados necessários, irá resultar em lindas e saudáveis orquídeas.

Mas, tenha em mente que a divisão de orquídea somente é possível com aquelas que tenham  crescimento simpodial, como as Cattleyas e as Laélias, e de orquídeas cespitosas como Cimbídios e Dndróbios. As plantas com crescimento monopodial, como as Vandas e as Phalaenopsis, já são um pouco mais complicadas de multiplicar por divisão e exigem muita experiência e um tanto de sorte.

Em primeiro lugar, fique ciente de que o cuidado mais importante ao se dividir uma orquídea é verificar se está no momento certo para isso. Se for dividida antes do tempo, na ânsia de se obter novas orquídeas rapidamente, o risco de atrasar a floração é muito grande, ou pior, pode deixar a planta enfraquecida e suscetível às doenças. Esse é um erro muito frequente dos colecionadores de orquídeas.

O fato de uma orquídea não estar mais cabendo dentro do vaso, não é motivo para fazer a divisão, daí um simples replantio resolve. Mas como saber a hora de dividir? Não é difícil, basta contar os pseudobulbos. A planta deve ter pelo menos três pseudobulbos bem desenvolvidos, e ao menos dois brotos guias bem separados, de forma que cada nova muda tenha três pseudobulbos e uma guia (o ideal seria deixar quatro pseudobulbos em cada nova muda). Daí vem a pergunta, mas e se sobrar dois pseudobulbos poderei fazer uma nova muda? Não! Corte a orquídea de forma que estes pseudobulbos acompanhem as novas mudas formadas. Resista a tentação de uma mudinha “extra”, definitivamente não vale à pena.

Se minha orquídea nunca floresceu posso dividir? Até pode, mas não é recomendável. Uma orquídea com tantos pseudobulbos e que ainda não floresceu pode estar com problemas, geralmente falta de luminosidade ou fertilizante. A floração é a garantia de que a planta está adulta e saudável. Portanto, espere que ela alcance este estágio, é como se fosse um teste de suas habilidades com orquídeas. E você só pode passar para a próxima fase após completar a anterior.

Poderei dividir em qualquer momento do ano? Pode, mas vai depender mais da espécie de orquídea do que da sua vontade. Quando ela estiver começando a emitir novas raízes (são aquelas com as pontinhas verdes) somente então será o momento ideal, seja inverno ou verão. Isso geralmente ocorre logo após a floração.

Pegue uma tesoura ou faca bem afiados, esterilize em água clorada, álcool ou calor e comece por remover os pseudobulbos secos, murchos ou doentes. Preserve o máximo de raízes possível, mas não deixe de cortar as raízes secas e mortas. Esterilize os instrumentos a cada orquídea, evitando assim a transmissão de eventuais doenças entre elas. Não é necessário remover todo o substrato velho que estiver emaranhado nas raízes, remova apenas o excesso e o que estiver mais fácil. Aliás, quanto menos as raízes forem manipuladas melhor, pois elas se quebram com muita facilidade. Limpe a orquídea com uma escova bem macia, sabão neutro e sob água corrente, mas somente se ela estiver muito suja ou infestada com pragas, como cochonilhas, por exemplo.

O vaso pode ser de qualquer material, mas é importantíssimo que seja bem drenável, com furos grandes na base e se possível nas laterais. Vasos de cerâmica costumam ser os mais indicados, por serem mais frescos, ventilados e duráveis, mas atualmente até as garrafas pet podem ser utilizadas com sucesso. Esqueça o pratinho, ele é totalmente contra-indicado no cultivo de orquídeas.

A escolha do substrato deve levar em consideração a espécie de orquídea e a disponibilidade de material na sua região. Você pode usar materiais como pedra britada, cacos de cerâmica, fibra de coco, argila expandida, carvão vegetal, casca de coco, casca de pinus, esfagno, caroços de coquinhos (de palmeiras como açaí, butiá), sabugo de milho, casca de arroz carbonizada, etc. Tem colecionadores que utilizam ramos secos finos que caem no jardim, ou devido à poda das árvores, picá-los em pedaços com 1 a 3 cm de diâmetro. Obtenho assim um substrato natural, barato e bem próximo do que as orquídeas epífitas apreciam. A mistura de materiais é uma boa pedida para equilibrar a capacidade de retenção de água com a drenagem. Alguns retém muita água, enquanto outros praticamente nada. Case a espécie de orquídea com a frequência das regas e descubra o que funciona melhor para você. Não esqueça que orquídeas rupícolas e terrestres pedem substratos apropriados ao seu habitat.

As dicas para o replantio de orquídeas são as seguintes:
- Sempre coloque a ponta do rizoma mais antigo o mais próximo possível da parede do vaso. Assim irá sobrar mais espaço para a guia crescer e se desenvolver. O rizoma deve ser sobreposto ao substrato e jamais ser enterrado. Essa tarefa é um tanto árdua, pois a orquídea tende a ficar completamente solta no vaso. A tentação de enterrar um pouquinho é forte! Mas resista, pegue barbante e tutores de bambú, madeira, arame ou plástico e vá amarrando sua orquídea ao tutor. Cuidado para não apertar demais. Se possível arame o rizoma ao vaso, pois também ajuda.

- Fique de olho na nova muda. Folhas amareladas indicam sol em excesso, e folhas verde-escuras demais, indicam sombra demais. Regue normalmente, o enraizamento é um tanto lento e há que se ter paciência.

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