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Laelia purpurata

Conhecida em todo o mundo como a representante mais emblemática do gênero Laelia, sendo chamada de Laelia purpurata há mais de um século, recentemente decidiram que ela deveria mudar de gênero botânico. Só não sabem exatamente para qual.

A distribuição natural da Laelia purpurata ocorre, predominantemente, nos estados do sul do Brasil, ainda que esta espécie também possa ocorrer no sudeste, principalmente em São Paulo.

Esta é uma orquídea frequentemente encontrada vegetando sob a forma epífita, com suas raízes aéreas aderidas aos troncos das árvores de florestas litorâneas. Curiosamente, a ocorrência natural de Laelia purpurata somente não é observada no litoral do estado do Paraná.

A descoberta da Laelia purpurata, e sua introdução no seleto mercado europeu, resultou em uma coleta predatória desta orquídea, em seus habitats de origem.

Durante a Era Vitoriana, as orquídeas eram consideradas símbolos de status e exclusividade, sendo acessíveis apenas aos mais abastados, capazes de investir elevados valores em viagens transatlânticas, para a coleta destas espécies exóticas e tropicais. Além disso, sua manutenção em solo europeu somente era possível em custosas estufas climatizadas.

Um fato curioso, típico da cobiça e vaidade humana, salvou a Laelia purpurata e centenas de outras espécies nativas brasileiras da completa extinção.

laelia purpurata algodão

Com o intuito de obter exemplares cada vez mais perfeitos, com flores simétricas e vistosas, os cultivadores passaram a realizar sucessivos cruzamentos seletivos, ao longo de décadas, na tentativa de efetuar um melhoramento genético da espécie.

Esta soberba fez com que estes exemplares melhorados, muitas vezes clonados e reproduzidos aos milhares, em laboratórios, fossem mais valorizados pelos colecionadores, atingindo grandes cifras no mercado. Desta forma, os exemplares nativos, coletados da natureza, passaram a ser considerados inferiores, em termos de forma e simetria.

Graças a esta procura por orquídeas cada vez mais perfeitas, a Laelia purpurata ainda pode ser encontrada em alguns dos seus habitats originais, ainda que em menor quantidade. Outro fator importante para a preservação da espécie foi a proibição da coleta de exemplares nativos da flora brasileira.

Ainda que esta atividade continue a acontecer, descaradamente, hoje esta prática é considerada ilegal. Em teoria, as orquídeas comercializadas, atualmente, são produzidas em laboratório, fruto de técnicas avançadas de germinação de sementes e propagação de tecidos meristemáticos.

A forma tipo da orquídea Laelia purpurata, aquela primeira descrita no século XIX, e a mais comumente encontrada na natureza, apresenta pétalas e sépalas rosadas, em um tom mais claro, com o característico labelo púrpura, que conferiu o nome à espécie.

Uma variedade bastante famosa e apreciada pelos colecionadores é a Laelia purpurata carnea. Neste caso, as pétalas e sépalas são completamente alvas, destacando um labelo em um tom rosado bem característico desta variedade, que tende ao cereja, bem claro.

Laelia Purpurata Carnea
A variedade de cores apresentadas pelas diferentes formas de Laelia purpurata é imensa. Temos exemplares com labelos em tonalidades de roxo violeta, roxo bispo, vinho, avermelhado, branco, cada qual com sua nomenclatura botânica apropriada.

A Laelia purpurata é uma orquídea de grande porte, que forma touceiras respeitáveis, quando bem cultivada. Além disso, trata-se de uma espécie que precisa de elevados níveis de luminosidade, para que possa florescer adequadamente. Estes dois fatores tornam esta planta, apesar de belíssima, uma escolha mais complicada para quem cultiva orquídeas em apartamentos.

É muito difícil que a luz fornecida por uma janela possa ser suficiente para que a Laelia purpurata floresça, em ambientes internos. Ela aprecia níveis de luminosidade semelhantes àqueles requeridos no cultivo da Cattleya labiata, por exemplo.

Já para quem dispõe de varandas ensolaradas, ou uma bela cobertura, o cultivo da Laelia purpurata é bem tranquilo. No entanto, ela precisa ser protegida do sol direto, nas horas mais quentes do dia, por uma tela de sombreamento.

O ideal é que este material seja capaz de filtrar 50% dos raios solares. O sol da manhã é o ideal para o cultivo de orquídeas, em geral. É comum observarmos, na natureza, a ocorrência de orquídeas em árvores posicionadas em locais estratégicos, que se beneficiam da irradiação solar matinal.

Casas e apartamentos com janelas ou varandas face norte são ideais para o cultivo da Laelia purpurata, uma vez que são mais ensolaradas. Já as construções voltadas ao sul são mais sombreadas, sendo apropriadas para o cultivo de orquídeas de sombra, que se contentam com menos luminosidade.

Ainda em relação à luminosidade, os híbridos descendentes da Laelia purpurata tendem a ser menos exigentes, podendo ser cultivados mais facilmente, no interior de casas e apartamentos.

Embora esteja habituada à intensa irradiação solar filtrada pelas copas das árvores, a Laelia purpurata é uma orquídea que não aprecia muito o calor. Localidades de climas muito quentes e secos costumam apresentar um desafio maior ao cultivo desta espécie de orquídea, que é típica de regiões que apresentam temperaturas amenas, de clima subtropical, mais úmidas e frias.
Laelia purpurata v. russelliana
Neste sentido, é importante manter elevados níveis de umidade relativa do ar, no ambiente de cultivo da Laelia purpurata, idealmente em valores acima de 60%. Um termo higrômetro é bastante útil, para um melhor controle da temperatura e dos níveis de umidade no local de cultivo.

Em varandas fechadas por vidro, o uso de umidificadores de ar é aconselhável. Já em localidades abertas, o ideal é recorrer às bandejas umidificadoras, aparatos contendo uma camada de areia, brita ou argila expandida, com uma lâmina de água permanente, ao fundo.

Os vasos com a Laelia purpurata assentam-se sobre este material, sem que as raízes fiquem em contato direto com a água. Desta forma, a planta beneficia-se da umidade extra proporcionada pela bandeja, sem sofrer com o encharcamento do substrato.

Por ser uma planta tipicamente epífita, o ambiente ideal para o cultivo da Laelia purpurata é sob a copa de uma árvore. Como, infelizmente, nem todos temos acesso a esta condição, fazemos uso de artifícios capazes de mimetizar este habitat.

Um método bastante utilizado, neste sentido, é colocar a orquídea em placas de madeira, cachepots vazados, pedaços de troncos ou cascas de árvore. O problema, neste caso, é que as regas devem ser constantes, já que as raízes secam rapidamente. Além disso, como a Laelia purpurata é de grande porte, e cresce rapidamente, o material precisa ser substituído ou aumentado frequentemente.

É com o intuito de facilitar o cultivo e reduzir o trabalho com manutenção que recorremos aos vasos e substratos. O vaso mais recomendado para o cultivo de orquídeas é aquele de barro, mais largo e raso, com furos nas laterais.

Esta configuração facilita a aeração das raízes, permitindo que estas estruturas sequem rapidamente, após as regas.

O vaso de plástico, por outro lado, apresenta a vantagem de ser mais leve e reter a umidade por mais tempo, diminuindo a necessidade de regas frequentes. No entanto, o cuidado deve ser redobrado, para evitar o encharcamento do substrato, por um período prolongado. Como sempre, o uso do pratinho sob o vaso é dispensável.

Conforme o recomendado para a maioria das orquídeas, as regas devem ser moderadas, sendo somente realizadas quando o substrato estiver seco. A aferição desta situação é bastante tranquila, bastando colocar o dedo sobre o material e afundar levemente. Se estiver úmido, postergamos a rega para outro dia.

O peso do vaso também é um excelente indicativo da umidade presente no substrato. Quanto mais pesado estiver, maior a quantidade de água retida dentro do vaso.

Nesta situação, o ideal é utilizarmos um substrato bastante aerado e rapidamente drenável. A composição típica para o cultivo de orquídeas epífitas é aquela mistura de casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Existem compostos prontos para este fim, à venda em casas especializadas e garden centers.

Laelia purpurata “Flâmea Sanguinea”

Alternativamente, há quem tenha sucesso no cultivo da Laelia purpurata com outros materiais, tais como brita pura, casca de macadâmia ou musgo sphagnum. Sempre vale a pena testar diferentes possibilidades, adotando aquela que melhor atende às necessidades de cada cultivador, com seus hábitos específicos de rega.

A orquídea Laelia purpurata floresce, tipicamente, durante os meses do verão. É comum termos exposições dedicadas a esta floração, nesta época do ano. Trata-se de um evento nacional. Para que tudo corra bem, é necessário adubar corretamente a planta, nos meses antecedentes a este acontecimento.

Durante o inverno, por exemplo, é importante que tanto as regas quanto a adubação sejam consideravelmente reduzidas, já que o metabolismo da planta está mais lento. O correto balanço na proporção dos nutrientes também é importante, como veremos a seguir.

A adubação da Laelia purpurata pode ser química ou orgânica. No cultivo de orquídeas, é bastante comum o uso do adubo bokashi.

As alternativas inorgânicas, industrializadas, apresentam a vantagem de fornecerem uma dose balanceada de macro e micronutrientes, em formulações específicas para cada etapa de vida da orquídea.

Existem adubos, do tipo NPK, específicos para as fases de crescimento (mais nitrogênio), manutenção (níveis equilibrados de todos os componentes) e floração (mais fósforo) de orquídeas em geral.

Alguns adubos orgânicos, quando em contato direto com as raízes das orquídeas, podem causar queimaduras. O mesmo ocorre quando o excesso de adubação química deixa resíduos de sais minerais, frequentemente acumulados no substrato.

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Embora não seja a primeira opção que me venha à mente, ao recomendar orquídeas para quem cultiva plantas dentro de casas e apartamentos, a Laelia purpurata possui atrativos inquestionáveis, que fazem com valha a pena um esforço extra para sua manutenção nestas condições não ideais.

Em interiores, é bastante frequente que uma iluminação artificial suplementar seja utilizada, principalmente em países do hemisfério norte. Além disso, varandas e coberturas ensolaradas são perfeitas para este tipo de orquídea. O importante é que as temperaturas sejam amenas e o clima não seja muito seco.

Uma das muitas icônicas orquídeas brasileiras, a Laelia purpurata é capaz de, sozinha, preencher um orquidário com as mais diversificadas cores. Além da beleza, esta espécie carrega consigo uma série de simbolismos, sendo uma das representantes mais ilustres da flora nacional.

Cada variedade traz consigo décadas de história, sendo que algumas nunca mais foram encontradas na natureza. Cultivar a Laelia purpurata é, mais do que um hobby, a sagração da arte e cultura, materializadas em forma de um ser vivo.

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Alocasia Black Velvet (Medium)

A Alocasia negra, é uma planta de folhas aveludadas e bem escuras, que se desenvolve idealmente dentro de casa ou em jardins sombreados.

Além de uma bela adição ao lar, a Alocasia negra é uma herbácea resistente, que orna cômodos e chama a atenção onde estiver. A folhagem aveludada e bem escura (daí o nome), ainda confere o apelido de Black Velvet (veludo preto) à variação do gênero Alocasia.

De porte pequeno, podendo atingir 40 cm, a planta é proveniente das florestas tropicais asiáticas, e sua cor não é meramente um detalhe. A característica ajuda a Alocasia a absorver a maior quantidade possível de luz em seu habitat, tornando-a uma verdadeira sobrevivente mesmo em espaços com pouca luz natural.

Justamente por estes traços, a profissional explica que a Alocasia negra é uma das plantas ideais para ter em casa. Em áreas externas, pode ser cultivada em varandas ou jardins sombreados, mas deve ser protegida do vento forte ou da luz solar direta.

Como cultivar a Alocasia negra em casa?
Além das mudas serem facilmente encontradas online ou lojas de jardinagem, para quem tem uma espécie em casa e pretende propagá-la, o processo é bem simples.

A divisão da espécie pode ser feita através das touceiras, separando os brotos laterais e os plantando em vasos separados. É importante evitar a exposição solar direta, ainda que garantindo a presença de luz no ambiente.

Elas devem ser cultivadas em um vaso fundo, com o substrato mantido úmido e regando aproximadamente duas vezes por semana. As folhas não devem ser regadas diretamente – o foco é a terra. Além disso, é recomendado fazer furos no fundo dos vasos para evitar torrões e o apodrecimento das raízes.

Por ser uma espécie de ambientes tropicais, a Alocasia negrak gosta de locais com grande umidade.

Ela prefere locais com boa luminosidade, mas evite expô-la diretamente aos raios solares intensos, pois isso pode queimar as folhas sensíveis. A temperatura ideal para essa planta varia entre 18°C e 24°C, sendo importante evitar exposição a temperaturas extremas. A dica é apostar em banheiros com boa luminosidade ou no uso de umidificadores de ar.

Alocasia Black

Qual o melhor substrato para Alocasia?
A Alocasia negra deve ser cultivada em um vaso fundo, que tenha, no mínimo, 3 litros.

O substrato recomendado para cultivo é bem simples e fácil de encontrar: terra vegetal. Mas, não esqueça da camada de drenagem, que pode ser feita no fundo do vaso com argila expandida ou pedrinhas de construção (brita).

Depois de fazê-la, coloque a terra vegetal até, aproximadamente, a metade do vaso.

Em seguida, faça o transplante da muda com cuidado, retirando a planta do recipiente de origem de modo que mantenha o torrão no entorno das raízes. Posicione-a no centro do vaso e vá adicionando mais terra vegetal, até chegar a borda.

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Rega
A rega Você deve ser sempre que o substrato estiver seco. O segredo é mantê-lo úmido, mas evitar encharcamentos.

Em média, isso significa aproximadamente duas vezes por semana. Porém, varia muito conforme as condições climáticas da região em que você vive e do espaço onde o vaso está.

Mesmo gostando de umidade, evite molhar as folhas das alocasias, priorizando focar diretamente na terra ou no ambiente de cultivo.

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Callisia repens

O dinheiro em penca ou tostão, como é mais, é a espécie botânica Callisia repens, bastante utilizada no paisagismo, tanto em áreas externas, em jardins, como na decoração de interiores, onde costuma formar belas cascatas verdes, em vasos suspensos.

Apesar de ser conhecida por atrair dinheiro, esta planta também tem a capacidade de se multiplicar alucinadamente, tornando-se invasiva, em alguns locais.

Esta é uma planta perfeita para quem não dispõe de um quintal ou jardim. A Callisia repens aprecia locais mais sombreados, podendo sofrer queimaduras em sua folhagem, caso seja mantida sob sol pleno.

A planta faz parte da família Commelinaceae, conhecida por suas representantes frequentemente utilizadas na decoração de interiores. Embora não seja conhecida como tal, a planta dinheiro em penca pode ser considerada uma espécie de suculenta. É uma planta originária da América do Sul.

Por apresentar um porte herbáceo, de desenvolvimento rasteiro, o dinheiro em penca costuma ser utilizado como forração, tanto no jardim como em vasos. Sob estas condições de cultivo, o tostão não fica muito alto, assumindo o aspecto de um denso tapete verde.

Por outro lado, quando plantada em vasos, a Callisia repens pode assumir um belo aspecto pendente. Para que a touceira fique compacta, é importante que o dinheiro em penca receba uma boa luminosidade indireta.

Caso seja mantida em um ambiente muito sombreado, a planta pode ficar estiolada, apresentando caules finos e compridos, com a folhagem mais rala e espaçada.

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Ainda que possa florescer, mesmo quando cultivado dentro de casas e apartamentos, o tostão não é conhecido pela beleza de suas flores. Elas são bem discretas, pequenas, na coloração branca.

Olhando bem atentamente, a flor do dinheiro em penca assemelha-se bastante ao padrão observado nas outras espécies da família, como as Tradescantias, conhecidas por suas flores solitárias, com as três pétalas características.

Já a folhagem do dinheiro em penca é seu ponto forte. Quando cultivada sob níveis adequados de luminosidade, a Callisia repens apresenta folhas bicolores, com a superfície verde e o verso arroxeado. Em localidades de climas mais frios, e durante os meses de outono e inverno, esta característica se torna mais acentuada.

Após algum tempo de cultivo, principalmente em vasos suspensos, é comum que o tostão vá perdendo a beleza de sua folhagem, que se torna mais rala, à medida que os caules vão se elongando. Neste momento, pode-se realizar uma poda mais drástica, reduzindo-se bastante o volume da touceira original.

Com o tempo, novas brotações surgirão, e a planta irá recuperar seu aspecto denso e volumoso.

Callisia repens1

As estacas resultantes das podas podem ser aproveitadas para se realizar a multiplicação do dinheiro em penca. Afinal, quanto mais, melhor! Esta é uma planta que se propaga com facilidade, bastando colocar os ramos no solo, afundando levemente. Em pouco tempo, eles irão produzir raízes e uma nova planta estará formada.

O solo ideal para o cultivo do dinheiro em penca é aquele mais rico em matéria orgânica. Pode-se utilizar aquele substrato convencional, próprio para a jardinagem amadora, enriquecido com algum composto orgânico, como húmus de minhoca ou esterco curtido. Desta forma, não há a necessidade de uma adubação complementar, do tipo NPK, visto que o dinheiro em penca produz florações de pouca importância ornamental.

Caso o cultivador faça questão, pode utilizar uma fórmula básica, de manutenção, destinada ao cultivo de folhagens ornamentais, de um modo geral.

As regas do dinheiro em penca precisam ser regulares, de modo que o solo fique sempre levemente úmido, não encharcado. Devido à natureza suculenta das suas folhas, a planta tostão pode tolerar um espaçamento maior entre as regas.

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De qualquer modo, é sempre bom evitar o uso do pratinho sob o vaso, que pode favorecer o apodrecimento das raízes, por excesso de umidade.

Por fim, como a Callisia repens é uma espécie originária de regiões que apresentam um clima tropical, é importante que ela não seja submetida a temperaturas muito baixas. De modo geral, o dinheiro em penca não tolera as geadas e nem o pisoteio, caso seja utilizado como forração.

Quando cultivado dentro de casas e apartamentos, o tostão costuma se ressentir em ambientes com ar condicionado.

Callisia repens4 (Medium)

Apesar de o dinheiro em penca ser uma planta belíssima, de crescimento vigoroso e de muito fácil cultivo, é importante escolher o local do plantio com cuidado. Como mencionado na introdução, a planta pode se desenvolver muito rapidamente, alastrando-se de uma forma que pode ser difícil de controlar.

Costuma-se designar este tipo de planta como uma espécie de comportamento invasivo. O ideal é cultivarmos a Callisia repens dentro de vasos ou jardineiras, para evitarmos que, ao invés de dinheiro em penca, tenhamos tostões, literalmente, brotando do chão, por todos os lados.

Paisagem

Abutilon striatum9

A lanterna chinesa, também conhecida como lanterna japonesa, é uma flor produzida por um arbusto, cujo nome científico é Abutilon striatum. Ao contrário da maioria das plantas, que costumam ser cultivadas dentro de casas e apartamentos, a lanterna chinesa é mais apropriada para áreas externas, desenvolvendo-se melhor sob sol pleno. Ainda assim, é possível cultivá-la em apartamentos, em sacadas e coberturas ensolaradas.

Apesar do apelido, a lanterna chinesa é produzida por uma espécie tipicamente tropical, originária do continente americano. As diferentes espécies do gênero Abutilon fazem parte da família Malvaceae, a mesma do hibisco (Hibiscus) e do baobá (Adansonia digitata).

O Abutilon striatum pode ser encontrado no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Em território brasileiro, a lanterna chinesa faz parte da vegetação da Mata Atlântica.

Quando bem cultivado, um exemplar de lanterna chinesa fica repleto de delicadas flores pendentes,  alaranjadas com veios vermelhos, balançando como brincos ao vento. Suas florações podem acontecer ao longo de todo o ano, mas concentram-se nos meses mais quentes do ano, durante a primavera e verão.

A flor da lanterna chinesa é conhecida por atrair beija-flores e borboletas. É muita beleza e delicadeza para uma planta só. Ainda que algumas pessoas conheçam a lanterna chinesa como brinco de princesa, o mais comum é que este apelido seja atribuído às fúcsias, do gênero botânico Fuchsia. As folhas da lanterna chinesa são recortadas, lembrando as do bordo (gênero botânico Acer).

Este é um arbusto que pode atingir grandes proporções, chegando aos 4 m de altura. No entanto, no cultivo doméstico, é mais comum encontrarmos exemplares de menor porte. A lanterna chinesa é uma planta bastante versátil, podendo ser cultivada em jardins, plantada diretamente na terra, ou em vasos.

Devido à natureza flexível de seus longos ramos, esta planta pode ser cultivada sob a forma pendente, em vasos suspensos, ou em treliças, como uma trepadeira. A lanterna chinesa fica perfeita em varandas de apartamento, ajudando na composição de jardins verticais.

Além de belíssima, a flor da lanterna chinesa é comestível, de modo que ela pode ser considerada uma representante do grupo das PANC (plantas alimentícias não convencionais).

Além da espécie Abutilon striatum, nome científico da lanterna chinesa, outros membros do gênero Abutilon produzem flores comestíveis. Elas podem ser consumidas cruas ou cozidas, sendo comumente utilizadas em saladas e na decoração de bolos.

Abutilon striatum1

Durante o preparo dos pratos com a flor da lanterna chinesa, é aconselhável retirar os estames, para evitar problemas em pessoas alérgicas ao pólen. É importante fazer uma boa higienização de flores coletadas de plantas cultivadas em áreas urbanas, já que elas costumam ficar impregnadas com resíduos de poluição.

Não por acaso, a espécie Abutilon striatum, da lanterna chinesa, é parente dos diversos tipos de hibiscos, do gênero Hibiscus, cujas flores também são comestíveis. As flores e frutos de Hibiscus costumam ser utilizadas na culinária japonesa, em conservas. Além disso, o famoso chá de hibisco é produzido com as pétalas das flores desta planta.

A lanterna chinesa é uma planta bastante rústica e resistente. Nativa da Mata Atlântica, ela está habituada a solos férteis, ricos em matéria orgânica, mantidos sempre levemente úmidos. O Abutilon striatum aprecia elevados níveis de umidade relativa do ar, como ocorre nas florestas tropicais, que constituem seu habitat de origem.

Por isso, é importante que a lanterna chinesa seja regada com frequência, principalmente se cultivada em vasos. Jardineiras localizadas na parte externa das janelas de apartamentos, bem como varandas de andares mais altos, costumam ser atingidas por ventos constantes, o que retira a umidade do ambiente.

Portanto, o cuidado com a frequência das regas deve ser redobrado, nestes ambientes de cultivo. O solo precisa estar levemente úmido, constantemente, sem encharcamentos.

Uma vez que a espécie ocorre em uma vasta região, que abrange o sul da América do Sul, até o Uruguai, a lanterna chinesa pode tolerar temperaturas mais baixas. Em regiões de climas muito quentes, é aconselhável proteger a planta do sol intenso, incidente nas horas mais quentes do dia.

Esta é uma planta que não irá se desenvolver muito bem dentro de casas e apartamentos, devido à falta de luminosidade. Sob estas condições de cultivo, é mais difícil que suas florações ocorram, sendo elas o principal atrativo da lanterna chinesa.

Para garantir que o Abutilon striatum fique repleto de flores com o formato de lanternas chinesas, é importante adubar este arbusto com uma formulação mais rica em fósforo.

Existem fertilizantes específicos para a estimulação da floração, do tipo NPK, com uma concentração maior do elemento químico P (fósforo). Para uma maior praticidade, a lanterna chinesa pode ser plantada com um solo no qual este adubo já é misturado, sob a forma de grânulos de liberação lenta.

Abutilon striatum3

A lanterna chinesa pode ser facilmente propagada através do método de estaquia. Basta cortar alguns ramos da planta, preferencialmente aqueles que apresentem um menor grau de lignificação, sendo mais macios, e plantá-los em um outro vaso.

Uma substância enraizadora pode ser utilizada, para acelerar o desenvolvimento da nova muda. Para aumentar as chances de sucesso, este procedimento deve ser feito no início da primavera, com a elevação das temperaturas, aproveitando o metabolismo mais acelerado da planta.

Durante esta fase inicial de desenvolvimento da lanterna chinesa, é importante que a muda fique em um local mais sombreado, protegido do sol direto, e seja regada com mais frequência.

Ainda que não seja a escolha ideal para ambientes internos, a lanterna chinesa dá um show de versatilidade, seja no jardim, em floreiras externas, ou em sacadas e coberturas de apartamentos. Trata-se de uma ótima opção ornamental para valorizar a flora nativa brasileira.

pétalas ao vento