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Potinara.-Red

Muitos são os equívocos e dúvidas no que se refere à adubação de orquídeas. Estes equívocos e dúvidas referem-se, principalmente, quanto ao modo de aplicação, se pela irrigação ou foliar, em que época do ano realizar a adubação de forma mais intensa, quais horários e qual a freqüência para realizá-la.
O texto tem por objetivo apresentar algumas informações que contribuirão para uma prática de adubação mais eficiente para as orquídeas, ou seja, um menor esforço associado a um melhor resultado.
O potencial de absorção de nutrientes pelas orquídeas variará de acordo com alguns aspectos, como a idade da folha e o próprio estado nutricional da planta.

Ressalta-se que todo o potencial de absorção de nutrientes minerais pelas folhas das orquídeas é muito aquém da quantidade demandada pela planta em relação à maioria dos nutrientes, especialmente os macronutrientes, que são os requeridos em maior quantidade. Em contrapartida, suas raízes são as mais evoluídas da natureza para absorção destes nutrientes, devido a uma série de adaptações morfológicas e fisiológicas.

A eficiência de absorção varia em função da espécie, de suas necessidades no local onde a mesma evoluiu, ou seja, se há maior disponibilidade de nutrientes, como nos ambientes terrestres sob mata densa ou menor disponibilidade, como nos casos de epífitas sobre árvores do cerrado, neste último caso elas tendem a serem mais ávidas à aquisição destes.
Quanto à adubação foliar, os resultados satisfatórios que são obtidos ocasionalmente, provavelmente, se devem ao fato da lavagem eventual dos sais acumulados nas folhas, após a evaporação da água, para o substrato sob influência das raízes, através das chuvas e regas.

A fertirrigação apresenta-se como a melhor forma de adubação, pois, associa um melhor uso de energia, tempo e produto. Para instrumentá-la, é necessário que a solução água mais adubo seja dirigida diretamente sobre a superfície do substrato, com este previamente umedecido para colaborar com uma maior absorção, uma maior homogeneidade da concentração de adubo ao longo do volume do substrato e, também, para uma diminuição da perda por escorrimento direto do adubo, caso o substrato esteja muito seco, principalmente, se o substrato for a fibra de coco.

Juntamente com a irrigação propriamente dita, a fertirrigação torna-se mais eficiente, se feita em determinados horários. Assim, no geral, o melhor horário para ocorrer a adubação é no final de tarde. Isto se deve ao mecanismo fotossintético das orquídeas de maior representatividade em coleções que determina a abertura de estômatos à noite, ou próxima dela, e, conseqüentemente, propicia a entrada e movimentação de água e nutrientes nas plantas aí. Com isso, a planta estará regada e adubada para uma situação relativamente mais próxima do ótimo de absorção.

Outro ponto que merece destaque,  é a cautela quanto a não promover o excesso de adubação. Portanto, o cultivador também deve ficar atento quanto à necessidade de lavagem do excesso de sais acumulados nos substratos e paredes dos recipientes, geralmente, sinalizados pelo aspecto esbranquiçado dos mesmos, pois, na mesma medida que as raízes são eficientes em absorver, elas também são sensíveis ao excesso de sais. Basicamente, a lavagem se dá com uma rega mais demorada com a mangueira, vaso a vaso, periodicamente, sendo que uma vez ao mês é suficiente. O sintoma mais característico de salinidade alta no substrato é a queima dos ponteiros das raízes, a necrose na região apical.

Outro ponto de significativa relevância é a escolha do tipo de adubo. Dispor de adubos minerais que apresentem altos teores de alguns poucos nutrientes, em geral preocupando-se apenas com o N-P-K, em detrimentos de outros tão importantes quanto, mas em quantidades menores, acaba criando uma maior necessidade de se conciliar aquele adubo com outros, o que muitas vezes torna-se uma atividade pouco prática.

Para escolha do adubo, é importante saber que a quantidade de cada nutriente a planta necessita na adubação depende principalmente da espécie, do atual estágio de desenvolvimento (brotação, floração, etc.), e do quanto seu ambiente já é capaz de suprir, por exemplo, quanto e em que velocidade a decomposição do substrato forneceria de nitrogênio. Todavia, não tendo informações precisas neste grau de refinamento e considerando que, em condições amadoras, tem-se que trabalhar com situações médias, recomenda-se, portanto, conciliar um adubo mineral com uma composição qualitativamente ampla.

É sempre interessante conciliar a adubos minerais, ou “químicos”, com adubos orgânicos ou organominerais, que possuem composição complexa, com gradual taxa de fornecimento de nutrientes às plantas.

Deve ser esclarecido, se a mistura conter cinzas, que são minerais, não caberá mais a denominação orgânica unicamente e que o papel do adubo orgânico ou organomineral é suprir uma eventual demanda não atendida plenamente com o mineral.

Quanto à periodicidade, quando aplicada quinzenalmente, a adubação mineral é considerada satisfatória, durante o ano todo, mesmo no inverno, pois se existe brotação há necessidade de se fornecer nutrientes, e também ocorrendo a “lavagem” mensal do substrato, não haveria grandes problemas de excesso, caso as plantas não estejam em pleno crescimento.

Alguns resultados dessa freqüência são que algumas espécies e híbridos são estimulados a florir mais de uma vez por ano pela adubação, as flores sempre vindo com os brotos novos, e mesmo para aquelas espécies mais “disciplinadas”, que só brotam e florescem em uma época bem definida do ano, a freqüência citada não tem trazido prejuízos. Logo, pode-se afirmar que conciliar a forma de adubação com o tipo de adubo adequado pode facilitar o cultivo de orquídeas e propiciar o alcance de resultados mais satisfatórios.

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Crassula tetragona em flor

Mecanismos de absorção
Os estômatos são responsáveis pela maior parte da absorção dos nutrientes, mas a própria cutícula que recobre as folhas, quando hidratada, permite a passagem dos nutrientes; ela é permeável à água e às soluções de adubo.
Essa capacidade da cutícula de absorver água e as substâncias nela dissolvidas já era conhecida desde 1949. Existem dezenas de trabalhos experimentais comprovando a absorção da água pela epiderme foliar. Folhas murchas mergulhadas na água ou molhadas pela chuva readquirem sua turgescência.
A água em alguns casos é absorvida pelas escamas, como no caso das bromélias.
Hiltner (1912 e 1924) conseguiu o desenvolvimento de certas plantas, nutridas com solução de sasis minerais, exclusivamente, através da
superfície foliar.

Desde então, o uso das aspersões foliares de nutrientes se difundiu como processo corretivo das deficiências minerais e como adubação foliar, como se usa hoje rotineiramente no caso de muitas culturas.
Para que a solução penetre na intimidade das folhas, seja pelos estômatos ou pela cutícula, é necessário primeiro que ela molhe a superfície onde é aplicada. A capacidade de molhar uma superfície sólida depende do maior contato entre as superfícies, o que é função da tensão superficial do líquido.

Para melhorar essas condições, costuma-se juntar às soluções nutritivas substâncias denominadas agentes umectantes ou molhantes ou surfatantes ou ainda espalhantes-adesivas, que pela sua ação adesiva, impedem que a solução escorra por ação da gravidade; por sua ação umectante dificultam a evaporação da água, mantendo os nutrientes mais tempo em estado iônico em contato com a superfície foliar.
Quanto mais tempo a solução ficar em contato com a folha maisor será a absorção. Esses agentes são detergentes que adicionados em quantidades muito pequenas às soluções diminuem a tensão superficial. Os modernos agentes molhantes também induzem um aumento da adesão moléculas água-cutícula, permitindo melhor contato entre a solução nutriente e a superfície da folha.
Os agentes molhantes permitem também que as soluções vençam a barreira representada pelo ar que, em condições normais, enchem os estômatos.

Fases de absorção
Ela se faz em dois estágios:
- O primeiro, bastante rápido, representa a entrada da solução desde a superfície cuticular cerosa até a intimidade citoplasmática. É a fase não
metabólica.
- Num segundo tempo, que pode demorar horas, a solução é levada à intimidade dos tecidos, constituindo a fase metabólica da absorção.

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Catleia

Existem muitas discussões sobre adubação por parte dos colecionadores. Cada um tem sua “receita de sucesso” ou muitas vezes as pessoas esperam que novos produtos indicados façam milagres pelas suas plantas. Não há milagres na orquidofilia.

O que funciona bem para alguns pode não funcionar para os outros ou até mesmo piorar a condição de cultivo. Cada colecionador tem que adequar seu cultivo às condições do seu orquidário, ao clima da região, aos substratos utilizados, à qualidade da água, ao adubo e forma de adubação. A adubação é muito importante, mas é somente um, dentre vários fatores necessários para um bom cultivo e floração das orquídeas.

Abaixo alguns conhecimentos “práticos” adquiridos e com o objetivo de ajudar o colecionador com relação a complexidade do assunto.

Adubos  Orgânicos x Químicos.
Os adubos podem ser divididos em dois principais grupos: Adubos orgânicos e adubos químicos. Alguns exemplos de adubos orgânicos: Torta de mamona, farinha de osso, Bokashi, estercos, etc.    No caso de adubos químicos  temos inúmeras formulações de adubos do tipo “N-P-K”.

Principais características de cada tipo de adubação:
Adubação orgânica
Mais simples.
Mais barata.
Não requer conhecimento especializado.
Não possuem “garantias” dos nutrientes (composição geralmente não divulgada).
Geralmente na forma de pó (ou granulado), sendo depositado diretamente nos vasos das plantas ou misturado ao substrato.
Necessita decompor para liberação de nutrientes (demora maior na disponibilização de nutrientes para absorção pelas plantas).
Fonte de fungos e bactérias, causando mau cheiro e  aumentando incidência de “podridão” no sistema radicular.
Acelera decomposição do substrato.(maior necessidade de replantes) e reduz aeração nas raízes.
Absorvida somente pelo sistema radicular quando aplicados diretamente no substrato.

Adubação química
Mais eficiente.
Geralmente produtos importados (difícil aquisição) – maior custo.
Requer maior conhecimento para utilização de formulações e dosagens corretas.
Permite controle total sobre nutrientes a serem disponibilizados para as plantas.
Deve ser completamente dissolvido em água e pulverizado em toda a planta.
Necessita de instrumentos para pesagem ou dosagem precisa do adubo.
Nutrientes imediatamente disponíveis para as plantas.  Não é necessário decomposição do adubo.
É uma adubação “limpa”.
Não provoca deterioração prematura do substrato.
Absorção pelo sistema radicular e foliar.

Atualmente os adubos orgânicos são largamente utilizados devido à simplicidade de uso e benefícios obtidos.  A real superioridade dos adubos químicos é minimizada devido à falta de conhecimento técnico e uso de formulações inadequadas.
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adubo orgânico
Os adubos classificados no mercado são classificados como orgânicos e inorgânicos.
Os primeiros são obtidos de materiais orgânicos como esterco e húmus de minhoca. Em geral, são encontrados na forma sólida, mas também há os líquidos, como por exemplo, a turfa.
Os inorgânicos apresentam origem química, sendo disponibilizados em grânulo, líquido e pó.

Abaixo os comumente oferecidos no mercado:
- Fertilizante químico tradicional – é o conhecido NPK, em diversas formulações, como 4-14-8 (os números representam as quantidades de nitrogênio, fósforo e potássio, respectivamente);

- Fertilizante químico solúvel – também chamado de adubo foliar, é composto por sais solúveis e, água. É usado em sistema de “fertirrigações”;

- Fertilizante químico de lenta liberação – NPK com camadas de resinas ou outros materiais, que torna a liberação dos nutrientes gradual;

- Fertilizante orgânico – apresenta como base produtos orgânicos, por exemplo, torta de mamona,, Também pode ser obtido da decomposição do lixo.

- Fertilizante biológico - conhecido como bokashi, é um tipo de adubo orgânico enriquecido com micro-organismos benéficos tanto para a planta como para o solo.
Para uma escolha adequada, além da análise do solo, deve-se identificar a fase de desenvolvimento em que a espécie vegetal se encontra, pois a quantidade de nutrientes exigida em cada uma delas é diferente.

Também é necessário atenção com relação à época de fornecimento de adubo. Deve-se evitar o período de dormência das plantas. Como a maioria acontece no Inverno, recomenda-se não fazer adubação nessa durante essa época do ano.
Na fase de dormência, há uma diminuição de sua atividade fisiológica. Consequentemente, existe uma necessidade menor de nutrientes.

Além disso, as primeiras horas do dia são as mais adequadas para adubação. Assim o exemplar terá o dia inteiro para absorver o produto dissolvido em água, evitando sua perda ocasionada pelas temperaturas mais elevadas do período da tarde. Daí, percebe-se a importância da umidade do solo.

Os nutrientes são absorvidos somente quando dissolvidos em água. A falta de umidade ocasionaria a salinização do solo e sérios problemas à vegetação.
O solo também tem influência. Aquele com característica argilosa, por apresentar boa compactação e reter mais nutrientes, exige adubações menos periódicas. O arenoso, devido à maior porosidade e consequente perda mais rápida de elementos pede mais frequência.

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