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Posts para categoria ‘Orquídeas e Bromélias’

Vanda-Sanderana-Alba

As raízes são responsáveis pela fixação da orquídea e por 70% ou mais da captação das substancias usadas por ela para vegetar com saúde. É umas das partes que mais evoluiu em relação às raízes de outras plantas mais simples.

Essa evolução vem ocorrendo ao longo dos milhares de anos por uma necessidade das orquídeas terem que adaptar em locais onde outras espécies de plantas não conseguem viver.

Essa evolução permitiu que as orquídeas vegetem na forma aérea sobre as árvores dentro das florestas e campos, no alto das montanhas entre as fendas das rochas onde ficam sob sol escaldante e também na forma terrestre, tanto nas camadas de serrapilheira (folhas mortas do chão da floresta), como em solo de quase todo tipo, até mesmo os mais alagados.

Somado a isso os mais variados tipos de clima encontrados nesses locais, desde o clima tropical, subtropical e equatorial, até mesmo o semi árido e o desértico, pois as orquídeas estão espalhadas por todos os continentes do globo com exceção da Antártida.

A grande maioria das espécies de orquídeas conhecidas é epífita, isto é, vive com suas raízes expostas fixadas em galhos e troncos de árvores nas florestas, ou na forma aérea mesmo, em pleno ar.

velame

A grande maioria, das milhares de espécies de orquídeas, possuem suas raízes envoltas por uma camada de células em véus que funciona de forma semelhante a uma esponja para absorver água e tem o nome de velame.

O velame protege a raiz para que não fique exposta, e tem a função de absorver água e nutrientes além de evitar a evaporação excessiva. Esse velame é uma estrutura de muitas camadas, com um engrossamento especial nas paredes das células, prevenindo o colapso celular e protegendo a raiz de danos.

É interessante notar que o cilindro vascular das raízes, a parte mais interna da raiz de uma orquídea, jamais, ou muito raramente, é infectada pelos fungos que vivem nela, pois a planta controla o espaço onde ficam os fungos e como eles tem vida muito curta acabam sendo absorvidos pelas células das orquídeas em forma de minerais e dessa forma a planta controla a quantidade de fungos que vive na raiz.

Quando a raiz está úmida, sua cor fica verde e o velame enche-se passivamente com água, ajudado por micro perfurações nas suas paredes. Quando seca, a cor fica entre o branco e o prateado e o velame faz uma barreira contra a perda de água, evitando a evaporação excessiva. Algumas espécies de orquídea apresentam as raízes de cor acobreada ou amarronzada.

A ponta da raiz de uma orquídea é sempre de cor diferente enquanto está crescendo e muita gente já reparou isso, porque o contraste da cor é nítido. É na ponta da raiz que fica o meristema.

meristema

O meristema é a parte da raiz que é responsável pela divisão de células e crescimento.

A maioria das orquídeas que tem a ponta em crescimento na cor verde, outras na cor vinho e outras até com pigmentos amarelados. Essa cor da ponta da raiz pode indicar as prováveis cores das flores em muitas espécies e em muitos híbridos também.

Por exemplo, uma raiz de uma planta crescendo com o meristema na cor verde pode indicar flores albas, coeruleas, semi-albas ou flores de cor clara como o creme e o amarelo.

E raízes de ponta escura ou avermelhada indicam flores de cor típica nas espécies, ou cores mais intensas como o vermelho o lilás e o vinho em híbridos.
Aproveite e faça essa observação nas suas plantas! Lembre-se que na orquidofilia, a observação é uma necessidade no cultivo.

O meristema da raiz é muito sensível e recebe a proteção da coifa, que é essa ponta arredondada de cor diferente do resto da raiz.
Existem situações que o crescimento das raízes pode parar, por exemplo, se for comido por alguma praga como lesma ou caracóis, se for atacada por nematóide ou se for machucada acidentalmente.

raízes_6

Esse tipo de situação é algo que prejudica demais uma orquídea e por isso temos que ter muito cuidado. Os mais significativos processos vitais, como a preparação e armazenamento de substancias nutritivas e os fenômenos respiratórios das trocas gasosas por exemplo, acontecem dentro das raízes.

Para uma orquídea perder suas raízes é mais de meio caminho para morrer, sendo necessário intervenção com hormônios estimuladores e “internação” em um “SPA” com micro clima próprio, ideal para que a planta volte a crescer e enraizar.

O replante de uma orquídea é uma operação delicada e precisa, e com a época certa do ciclo para ser feito com sucesso. Preferencialmente esse procedimento é feito quando a planta começa a emitir raízes novas, pois se entende que elas vão crescer e se fixar no substrato novo.

Uma dica no replante é não deixar a planta fica solta, porque as suas raízes em crescimento ficam raspando no substrato podem se danificar, parando o crescimento delas. Utilize tutores se não conseguir travar a planta com o substrato

A troca de vaso e substrato é estressante para a planta, e se for efetuado na época certa, logo nos meses seguintes será possível observar o crescimento da planta enraizando no novo substrato, além de não prejudicar a floração.

Para travar a planta no replante deve-se ir colocando o substrato sempre na borda do vaso pressionando a planta com o próprio substrato e dessa forma pressionando ela sem encostar nas raízes e assim evitando que esse procedimento danifique as raízes em crescimento.

Existem raízes de orquídeas que são mais grossas e raízes que são mais finas, e isso depende da espécie e do seu habitat. De maneira simples, as raízes grossas reservam mais agua que raízes finas e por isso o tamanho e o tipo do substrato influenciam diretamente no sucesso do cultivo da espécie de orquídea.  Plantas de raízes finas tendem a sentir muito mais o replantio.

dendobrium

Os dendrobiuns são um exemplo de raízes mais finas e tem no seu replante a chave do sucesso do cultivo deles. Em geral começam a emitir novas raízes após a floração quando os brotos novos estão em desenvolvimento.

Se perder essa fase e fizer o replante em outra época, a planta pode ficar sem florir no outro ano e até entrar em dormência, ou mesmo acabar morrendo, além de ficar solta no vaso por falta de raízes que a fixem ao substrato.

O meristema apical existente nas raízes é uma das opções que propicia a clonagem das orquídeas. Na hora de comprar orquídeas esse tipo de informação é muito valiosa, pois mesmo comprando plantas jovens, pode-se imaginar qual será o provável resultado.

Na hora de adquirir uma planta jovem em orquidários ou exposições é comum se deparar com uma nomenclatura além do nome dessas plantas. É uma definição do tipo de cruzamento da planta e isso indica muito sobre a planta depois de adulta, Veja abaixo os exemplos:

Planta chamada de Meristema: São plântulas geradas através da cultura de tecidos retirados de uma planta adulta e que se deseja “copiar”(clonar). Dessa forma todas as características das plantas que germinarem serão idênticas à planta-mãe.

Planta chamada de Seedlings: são plântulas obtidas através de sementes, podendo variar em cor, tamanho e quantidade de flores, de acordo com características genéticas dos pais. Uma “loteria”.

Planta chamada de Sibling: orquídea resultante de um cruzamento selecionado de plantas da mesma cápsula ou sementeira, isto é, plantas irmãs que acabam gerando melhores resultados na qualidade das plantas.

raizes17

A ponta em crescimento de uma raiz pode fazer a fotossíntese se receber luz, e assim ajudar a planta a gerar energia.  Muitos enraizamentos costumam sair para fora do vaso também, mas sempre vão na direção em que a umidade é maior.

Quando as raízes estão crescendo dentro do substrato, elas tornam-se pálidas e dilatadas e se submetidas a muita umidade por muito tempo podem apodrecer mais facilmente.

O correto funcionamento das raízes das orquídeas epífitas ocorre com o processo de absorção e secagem delas e por isso a necessidade de secagem do substrato.

As orquídeas terrestres e rupícolas na sua maioria têm raízes capilares e são mais tolerantes às condições de maior umidade, mas mesmo assim exigem uma boa drenagem do substrato.

Uma grande dificuldade no inicio do cultivo é a falta de conhecimento sobre as raízes e também a falta de conhecimento sobre a alimentação das plantas, que é o que a planta precisa para ter capacidade de emitir muitas raízes.

No mercado de adubos existem muitas opções de enraizadores, vitaminas e hormônios sintéticos que estimulam o crescimento das raízes. Muitos desses produtos “bombam” as plantas e se usados de forma empírica e sem conhecimentos podem também prejudicar e até condenar a planta. Quem já cultiva a mais tempo sabe muito bem disso.

descanso

oncidium

Originária da região do Brasil e do Paraguai, essa orquidácea é uma planta de flor muito delicada, amarela cor de ouro. Essa planta tem fim unicamente ornamental, mas é eficaz na decoração de jardins, tornando o ambiente mais leve belo, colorido e aprazível.

Cultivar essa orquídea é muito fácil e simples, e nesse artigo você saberá como plantar chuva-de-ouro, como fazer sua manutenção e muitas outras informações acerca dessa plantinha.

Antes de tudo, para fazer o plantio da chuva-de-ouro, é necessário ter alguns materiais básicos para tal. É interessante ter uma muda, pois esse é o método mais eficaz de plantio de todas as orquídeas do planeta.

Também lhe será de utilidade possuir adubo foliar, placas de coco e fertilizante NPK 10-10-10, pois estes farão com que o desenvolvimento da planta seja mais eficaz e vívido. Arames serão úteis também para unir a orquídea às árvores, às placas de coco ou ao vaso.

Para plantar chuva-de-ouro no vaso, primeiramente é necessário ter o vaso e a placa de coco. Desfie sua placa de coco no vaso e coloque de maneira dispersa pelo vaso, sem causar lotação, pois como essa planta é uma orquídea, ela não se adequa ao modelo de plantio em terra dura. Busque utilizar de uma terra fofa e bem arejada.

Oncidium barbatum

Coloque a muda por entre a fibra de coco e fixe-a no vaso sem machucá-la. Delicadeza é essencial nesse processo. Quando ela estiver fixa, encontre um local para a plantinha que esteja em meia sombra, pois o sol diretamente pode danificá-la, sendo que o sombreamento ideal seja de 50%.

Cultivar chuva-de-ouro em árvores dá muito mais viçosidade à planta e deixa o ambiente muito mais bonito. De fato, por ser o habitat natural dessa planta, ela cresce e floresce com mais vigor quando plantada em árvores.

Esse processo é mais simples até do que plantar em vaso. Você precisará de uma placa de coco, em cujos sulcos você inserirá as raízes da orquídea. Logo após, passará um arame por fora da orquídea, com o máximo de cuidado para não machucá-la e mantê-la fixa na placa. Depois é só prender a placa na árvore de seu desejo e aproveitar os ornamentos.

A chuva-de-ouro é de cultivo simples, pois resiste a temperaturas que vão de 3 a 35ºC. A única preocupação que você deve ter é regá-la durante todos os dias do período de baixa umidade, para que ela não fique sem água.

oncidium-amarelas (Medium)

Para dar mais vigor à orquídea, irrigá-la no período do inverno com NPK 10-10-10 dissolvido em água é eficaz, além de algumas gotas de adubo foliar.

Enfim, cultivar a chuva-de-ouro é um processo bastante simples, mas que requer determinada dedicação. Essa orquídea e suas flores é uma das mais belas plantas que existem, e cultivá-la em casa é uma bênção da natureza, na essência da palavra.

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folha de orquídea

Quando iniciamos no cultivo de orquídeas é sempre um susto se deparar com uma manchinha na folha da sua orquídea. O que mais se houve das pessoas é que deve ser fungo e eles são inimigos das orquídeas, e que podem matar a planta se conseguirem contaminar ela, enfim sempre as piores possibilidades.

Passar a informação dessa maneira acaba se tornando algo que mais prejudica do que ajuda sendo o mais comum, ver o lado ruim primeiro…

Se a semente de uma orquídea não tiver a ajuda de um tipo de fungo chamado micorriza, seria impossível germinar em meio natural e mesmo que isso ocorresse fatalmente não vingaria, pois no começo da vida de uma plântula a relação dela com o fungo é essencial para a vida dos dois, e à medida que a planta cresce essa relação fica nas raízes e é totalmente controlada pela planta, que mantém o fungo na parte externa sem acesso a raiz.

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Quando uma planta é prejudicada por um fungo, é porque ele conseguiu passar a proteção natural da planta. Isso pode acontecer em determinadas situações, como uma deficiência nutricional que debilita a proteção natural da planta ou por algum fator externo relativo ao ambiente de cultivo que dificulta a planta conseguir vegetar com qualidade.

Além disso, as pragas que atacam as plantas como a cochonilha, pulgão e caracol costumam deixar a planta com feridas por onde o fungo pode entrar e atacar.

As folhas das orquídeas são vitais para que a planta consiga vegetar com qualidade. Saber observar, e o que observar fica mais fácil para avaliar e identificar sua planta e é o segredo para acertar na hora do cultivo.

Sabendo avaliar a planta visualmente pelas folhas, raízes e bulbos é possível acertar ao escolher o vaso, o substrato e o local para elas com mais segurança, errando menos!

Quando o assunto é orquídea cada parte tem sua complexa função para poder se adaptar aos variados habitats pelo mundo afora e também as praticas de cultivo, substratos e vasos usados pelos orquidófilos. Enfim um mundo novo para se conhecer.

A folha de uma Orquídea
Na botânica se definem as folhas como órgãos das plantas, responsáveis pela captação de luz e também pelas trocas gasosas (a respiração da planta) e dessa forma a planta consegue realizar a fotossíntese produzindo energia para crescer e florir.

A folha de uma orquídea é o principal órgão de respiração da planta, mas outras partes também ajudam como as raízes, por exemplo.

Nas camadas superficiais de uma folha recobrindo suas partes internas existe a epiderme, que é uma camada de células transparentes que por sua vez é recoberta por uma cutícula de um material semelhante à cera que reduz a perda de água por transpiração.

folhas cattleya aclandiae5

Nas plantas de climas áridos essa cutícula pode ser tão espessa que dá às folhas uma consistência coriácea, como na folha de uma Cattleya aclandiae nativa da Bahia ou a Cattleya walkeriana do centro-oeste brasileiro.

As folhas das orquídeas variam muito em tamanho, forma e consistência. Podem se apresentar de varias formas: acicular; linear; oblonga; elíptica; lanceolada; ovalada; obovada; cordiforme; triangular; entre outros. Devido ao processo de adaptação das espécies de orquídea ainda são encontradas outros tipos de folhas.

Com algumas exceções de plantas de climas áridos como as cactáceas, as folhas costumam ser o maior possível a superfície em relação ao volume, de modo a aumentar tanto a área da planta exposta à luz, quanto a área da planta onde as trocas gasosas são possíveis por estar exposta à atmosfera.

Oncidium_cebolleta

Espécies que crescem em locais mais secos podem ter folhas cilíndricas, como exemplo a espécie oncidium cebolleta e octomeria panícula, ou ainda folhas reduzidas a escamas, como em algumas espécies de microorquídeas do gênero Campylocentrum.

Apesar da grande variedade de tipos de folhas, as nervuras centrais caracterizam duas formas principais de folhas apenas, conduplicata e plicata.

As conduplicatas possuem uma única nervura central, são de textura mais coriácea e rígida, como a Laelias, Cattleyas, Phalaenopsis, Denphal.

As plicatas apresentam três ou mais nervuras bem nítidas e são de textura mais delicada, como exemplo os catasetuns, stanhopea, etc.

Nas orquídeas de crescimento monopodial como as Vandaceas, as folhas são dísticas, ou seja, inseridas alternadamente ao longo do caule.

paphiopedilum

Nas plantas de crescimento simpodial, as folhas se inserem alternadamente ao longo do ramo (Dendrobium, Epidendrum), ou em forma de fascículos como nos paphiopedilum, e nas que possuem pseudobulbos (Cattleya, encyclia, oncidium, Guarianthe), as folhas inserem-se no ápice, em número de um a três.

As trocas gasosas entre a folha e o meio ambiente são efetuadas principalmente através de glândulas chamadas estômatos que ficam na epiderme ocupando toda a superfície da folha, mas em maior quantidade na parte de baixo dela. São formados por duas células em forma de rim ou feijão, que podem controlar a abertura e fechamento permitindo a respiração e a transpiração.

A clorofila, pigmento verde que dá cor as folhas, absorve energia luminosa necessária para que a agua e o gás carbônico possam ser transformados em glicose. Por isso as folhas das orquídeas nascem e ficam dispostas da melhor forma possível para receberem a luz do sol.

Quando se muda uma planta de lugar ela precisa se orientar novamente em relação a luz e até mudar a direção de crescimento, mas para isso gasta energia também.  Dentro da folha existem outros pigmentos além da clorofila. No interior das células também se encontram os carotenoides, pigmentos responsáveis pelas cores das flores, como o amarelo e o vermelho, etc.

orquídea_1

Eles absorvem energia luminosa e levam até a clorofila, tendo sua importância no processo de fotossíntese.  Também protegem as moléculas de clorofila, funcionando como antioxidante.

Quando uma folha fica velha tende a mudar de cor amarelando pelo aumento dos carotenoides e diminuição da clorofila, e quando uma folha é nova, pode apresentar esses pigmentos também de forma a deixar a folha da planta com pintas. A primeira vista causa duvida se é fungo ou não, mas é só a pigmentação natural da planta.

A orquídea será mais resistente ao excesso de luz, quando maiores forem as condições ambientais que diminuem a temperatura do meio, assim, ambiente ventilado, chão molhado e umidade do ar elevada fazem com que as folhas esquentem menos e a planta resista melhor ao excesso de luz.

Os sinais, nas folhas das orquídeas, revelam as causas apresentadas na planta.

folhas sinais

A transpiração é um mecanismo através do qual a planta elimina a agua em forma de vapor, fazendo um controle da temperatura, pois ao transpirar a agua retira o calor da superfície da folha, refrigerando-a.

Durante a transpiração existe nas folhas uma força de sucção, provocando a subida da seiva bruta, e dessa maneira a medida que a planta perde agua, a folha retira agua do bulbo e este por sua vez retira das raízes.

orquídea_3

Há certo limites de temperatura para um vegetal se desenvolver normalmente e por essa razão, o calor muitas vezes pode ser nocivo tanto por excesso, quanto por falta dele. Há estreita relação entre luz e calor. Quando a luz é intensa, o calor aumenta acelerando as funções da planta, a evaporação é maior e é grande a perda de água pela planta.

Existe uma temperatura adequada para cada espécie de orquídea, quando ela se eleva muito a planta não floresce e seu metabolismo acelera, o gasto de alimento é maior do que a reposição, o crescimento retarda, e numa situação mais extrema as folhas podem amarelar e cair.

Já quando a temperatura ambiente é inferior a desejada, a absorção da água e alimentos se dá de modo lento e a umidade excessiva acompanhada por quedas de temperatura, torna a planta mais frágil e vulnerável ao ataque de pragas e doenças.

Toda planta gosta uma diferença de no mínimo de 8°C a 10°C de temperatura entre os período diurno e noturno. Durante o dia a planta fabrica alimento, respira e cresce. À noite, não há síntese alimentar , mas a respiração e o crescimento continuam.

Em dia ensolarado, com média de temperatura em torno de 30ºC uma maior quantidade de alimentos é fabricada.

A umidade é um dos fatores de maior influencia no desenvolvimento das plantas. Quando insuficiente, provoca o rápido secamento do substrato, as plantas perdem água rapidamente e seus pseudobulbos se desidratam, e as folhas acabam queimando.

cattleya

Nas Cattleyas, a temperatura ideal diurna gira em torno de 22/25ºC e a noturna de 15/17ºC. Acima e abaixo disso a tolerância diminui gradativamente comprometendo o desenvolvimento da planta.

Em todos os continentes com exceção da Antártica existem espécies de orquídeas, e por esse motivo espécies diferentes de orquídeas possuem folhas diferentes que variam conforme o gênero da espécie, a localização do habitat, o clima do local, etc.

A forma das folhas não tem um padrão, sendo uma característica de cada espécie podendo ter grandes variações no tamanho, na grossura, na textura, e na coloração. Essa grande variação de uma espécie para outra é em virtude de vários fatores existentes no habitat de origem, entre eles a temperatura, luz e umidade.  berço da evolução da espécie.

Essa tríade de fatores alheios a qualquer ser vivo é o que mantém a vida de uma orquídea e toda a vida aqui no planeta, por isso tem que ser levado em conta pelo orquidófilo na hora do cultivo, principalmente no cultivo domestico, que é bem diferente de um ambiente natural, mas que pode ser adequado.

As espécies de orquídeas estão em constante evolução e criam maneiras de sobreviver conforme o habitat em que vivem.

As folhas de muitas espécies de orquídeas, como por exemplo, as do grupo das catasetineas e alguns dendrobiuns que conheço, além de outras espécies possuem um tipo de folha que é chamada também de folha caduca ou decídua, isto é, conforme se passam as estações do ano mudam de cor e caem.

dendrobium-nobile-3

Quando vai se aproximando o inverno, época em que existe menos luz e a temperatura é mais  baixa durante a noite, a planta vai derrubando suas folhas e fica num estado de metabolismo reduzido se alimentando da reserva nutritiva que tiver acumulado e ainda guarda energia para florir ao final da estação.

Para que ainda não conhece, pode parecer que algo de ruim está acontecendo com a planta, mas é apenas um processo natural do ciclo, muito parecido com o que tem no habitat de origem. é bom lembrar que as folhas que caem não voltam a nascer, mas em vez disso surgem novos brotos que emitiram folhas e farão o mesmo ciclo dos bulbos antigos.

Sabendo dessa característica fica muito mais fácil o cultivo, evitando que por medo de estar acontecendo algo de ruim para a planta acabe tomando uma atitude que “estresse” a planta  nesse período como um replante ou mudança de local.

Ainda existem outras partes de uma orquídeasque são folhas modificadas com outras funções na planta, servindo como proteção para as partes da planta como os bulbos em crescimento e os botões florais:

espata - floral

Espata floral
É considerada como sendo uma folha modificada, também conhecida como bráctea, não está presente em todas as espécies e é onde se originam as flores das orquídeas. Sua função é proteger os botões florais em formação.

Pode permanecer na cor verde ou secar e ficar com a cor da palha, que continua tendo a mesma função, podendo a planta florescer de espata verde, ou florescer de espata seca, variando de espécie para espécie.

bainha

Bainha da folha
É um tipo de folha reduzida que vai se dividindo e subindo até a altura em que a folha ou as folhas definitivas começam a se formar, antes quando do broto em formação Essa bainha costuma envolver o bulbo e após o crescimento completo, vai secando com o tempo, podendo ser removida pois pode ser um esconderijo de cochonilhas que sugam a planta.

A própria flor também é uma evolução e adaptação das folhas na intenção de atrair o polinizador e sustentar os órgãos reprodutivos masculino e feminino da orquídea.

Mas antes de finalizar gostaria de deixar um quadro abaixo que exemplifica outra situação mostrada na folha de qualquer planta e nas folhas das orquídeas também, que é a deficiência nutricional, isto é, toda orquídea precisa de um mínimo de 3 nutrientes primários encontrados no ambiente que são o oxigênio, o hidrogênio e o carbono retirados do ar, da agua e da luz e ainda 13 nutrientes minerais essenciais que absorvem de adubação que somos nos que fazemos, por isso fique atento.

Dica
Para controle da temperatura em telados ou estufa pode-se lançar mão de um sombreamento maior, regas no chão do orquidário aumentando a evaporação nos horários de maior calor, vaporização de água em forma de névoa que é de melhor absorção e o aumento da ventilação.

Pisos de terra batida, areia e pedriscos aumentam a superfície de evaporação, sendo os mais indicados.

janela vento

Vanda

Vanda é a denominação de um gênero de orquídeas asiáticas originarias de florestas quentes e úmidas, que vegetam fixadas as arvores com suas raízes nuas.

Habitam desde as montanhas do Himalaia, Índia, Filipinas, sul da China e norte da Austrália. O nome feminino Vanda é de origem teutônica (alemã) e significa“peregrina”. Foi denominada assim por causa da maneira como vegeta de forma aérea.

Essa característica aliada a maneira como crescem permite que as plantas se “movimentem” entre os galhos das árvores.

De flores grandes, chamativas e variadas cores tem registrado mais de 70 espécies diferentes de orquídeas e uma quantidade muito grande de híbridos que podem derivar de cruzamentos com espécies do mesmo grupo das Vandáceas.

Por esse motivo atualmente é possível encontrar plantas de variadas cores que atualmente são exportados para todo o mundo.

As Vandáceas hoje estão entre os cinco mais importantes gêneros comerciais de orquídeas no mundo todo e a Tailândia é considerado um dos maiores produtores mundiais do gênero.

Elas possuem características comuns entre si, favorecendo os cruzamentos e formando uma infinidade de híbridos. Existem plantas com flores de menos de 1 cm até variedades com 14 cm de diâmetro.

As cores das flores são sua principal característica, desde o amarelo, castanho, vermelho, azul, vinho, rosa, branco, violeta, púrpura, escarlate, laranja e coerulea.

A espécie é muito popular e conhecida por também ter flores de cor azul/ azulada, característica rara entre espécies de orquídeas. Normalmente nas flores aparecem riscos finos, marcações ou pintas com uma única cor  ou mescladas de mais de uma cor.

O labelo da flor apresenta um peculiar dente em sua borda superior. As florações de uma Vanda ocorrem mais de uma vez por ano e as flores são muito duráveis.

As características das folhas variam muito de acordo com o habitat, podendo ser largas e achatadas, de forma ovoide, cilíndricas, ou suculentas. Produzem poucas ou muitas flores, achatadas, que surgem de uma inflorescência lateral nas axilas das folhas.

As Vandáceas são em sua maioria espécies epífitas, isto é, vegetam sobre o tronco das árvores, mas às vezes podem também vegetar de forma litófitas ou terrestres.

O crescimento do tipo monopodial também é uma das principais características das Vandáceas, isto é crescem apenas para cima uma folha após a outra formando uma brotação muito ornamental, onde algumas plantas podem chegar até a três metros de altura.

Largamente utilizada em hibridizações, as mais importantes espécies comerciais são a Vanda Coerulea, Vanda Sanderiana e Vanda Dearei, que conferem às suas filhas híbridas respectivamente flores azuis, vinho e amarelas.

Vanda Coerulea

Vanda Sanderiana Alba

Vanda Dearei
As Vandas quando no habitat costumam ser encontradas em regiões pantanosas, parecido com mangues, onde a umidade do ar mesmo quando não chove é muito alta por causa da água em volta.

São encontradas fixadas as arvores, abaixo do dossel, perto da umidade do chão e protegido da luz solar direta, mas com muita iluminação indireta e temperaturas quentes praticamente o ano todo.

Suas raízes crescem em grande quantidade na parte de baixo servindo como captação de recursos e para fixação.

Como cultivá-las em casa
Pelas características da região do seu habitat  é necessario criar um espaço dentro de nossas casas para que facilite a planta se adaptar. No Brasil o cultivo das vandáceas de uma maneira geral é considerado fácil, desde que seja observado e recriado as condições do seu habitat.

O clima tropical de lá é bem parecido com o nosso, calor quase o ano todo que é o ideal para as espécies. A ventilação também é um fator a ser observado, pois além de facilitar as trocas gasosas da planta também diminuem a intensidade do calor diminuindo a temperatura.

E o terceiro fator é a umidade do ambiente e as regas que a planta precisa diariamente em virtude de ter suas raízes expostas. Essas condições climáticas podem ser criadas facilmente escolhendo um local iluminado, arejado e com boa umidade ambiente.

Para quem quer belas florações de suas Vandas vai precisar ainda fornecer a nutrição mineral através da adubação que é dada para a planta preferencialmente diluída em água.

Quando for explicado sobre a nutrição de Vandas é necessário alertar que pela maneira que a planta gosta de vegetar (raízes nuas), ela deve ser constante. Sendo assim ela acaba por depender totalmente do ambiente para captar recursos para crescer e florir, por isso quem cultiva Vandas costuma adubar as suas plantas com muito mais frequência.

Alguns adubam semanalmente com o dobro da dose, outros adubam duas vezes na semana com a dose correta e outros ainda adubam de forma homeopática incluindo o adubo na água de rega permitindo que a planta absorva constantemente os nutrientes.

Por serem de clima tropical, as Vandas não suportam temperaturas muito baixas e em temperaturas inferiores a 15ºC podem entrar em estado de repouso ou estagnação por vários meses, ou seja, não vai crescer e nem dar flores, e abaixo de 10ºC o frio pode debilitar a planta.

Em regiões frias ou durante o inverno, não molhe a planta se a temperatura estiver abaixo de 12°C. Se o frio permanecer por semanas, estabeleça um ritmo de uma rega no período da manhã para evitar que a planta fique úmida durante a noite.

Foram feitas experiências com Orquídeas Vanda em temperaturas de até 4°C por um breve período de tempo, onde alguns dos sintomas apresentados foram a parada momentânea de crescimento das raízes e no caso das plantas emitindo haste floral a perda dos botões.

Se o frio for muito intenso durante vários dias seguidos, é necessário protegê-la do vento. A temperatura muito baixa faz a planta parar de crescer, ou crescer muito lentamente. Com o aumento da temperatura, a planta volta ao seu crescimento normal.

Se a temperatura atingir 30ºC ou mais, mantenha o chão bem molhado, para aumentar a umidade relativa do ar ao redor dela. Ela suportará a temperatura alta sem problemas, contanto que haja sombreamento e umidade no ambiente.

A luz é um dos fatores mais importantes para o cultivo de uma Vanda, as Vandas precisam de luz para florescer e crescer com vigor, a falta inibe a floração e o excesso pode causar queimaduras. Uma Vanda que não está florescendo, muito provavelmente está recebendo menos luz do que o necessário. Este tipo de orquídea floresce com sombreamento em uma escala de 70% (usando sombrite) sob pleno sol.

Abaixo algumas fotos de outras espécies de Vandáceas e também de alguns híbridos de encher os olhos.

Como exemplo de algumas Vandáceas temos: Ascoscentrum. Aerides, Renanthera, Rhynchostylis, Arachnis, Vandopsis, Trichoglottis, Neofinetia, Gastrochilus e Sarcochilus.

Ascoscentrum

Aerides-houlletiana

Renanthera-coccinea

Rhynchostylis

Arachnis

Vandopsis

trichoglottis-fasciata

Neofinetia

Gastrochilus_japonicus

Sarcochilus

Os sintomas da baixa luminosidade são:
Folhas com colorido verde muito escuro, ausência ou baixo índice de floração por mais de um ano em Vandas adultas, enfraquecimento da planta com perda de folhas e maior chance de contrair doenças.

Os sintomas de excesso de luz são:
Folhas amareladas ou com queimaduras, perda de folhas e em casos mais graves desidratação nas folhas e raízes.

Como começa a desidratação nas Vandas:
As últimas folhas, as mais velhas se dobram caindo para baixo e além disso enrugamento das folhas.

As Vandas adoram água, elas devem ser regadas abundantemente todos os dias. A rega ideal é no início da manhã para dar à planta tempo de secar até que os raios solares aumentem de intensidade.

As Vandas poderão ser molhadas uma segunda vez no final da tarde. Durante o dia em locais onde a umidade é baixa o chão poderá ser molhado para que fique mais agradável para ela com a evaporação da agua. Podem até perder a paciência, mas não perderão a Vanda.

Evite molhar quando as folhas estiverem quentes pela incidência de luz solar, pois o choque térmico pode causar pequenas lesões que servem de porta de entrada para doenças.

Se precisar molhar ao longo do dia espere uma nuvem cobrir o sol por cerca de 10 min para que a planta esfrie primeiro, pois a umidade é extremamente benéfica para as Vandas. A rega da Vanda deve ser feita com borrifador, mangueira ou aspersor sempre em forma de névoa e molhando abundantemente as raízes.

Da metade da planta para cima é aconselhável evitar molhar. Essa é a parte onde a planta cresce emitindo sempre uma nova folha e a agua ficando parada nessa região cria um risco de um ataque de fungo ou bactéria além de pragas eventuais como cochonilhas. Por ser plantada de forma que suas raízes fiquem expostas a nutrição da Vanda é algo muito importante assim como a rega.

É necessário sempre fornecer todos os nutrientes, por isso se o adubo for incompleto, a médio ou longo prazo a planta vai apresentar deficiência, além de ficar vulnerável a ataques de pragas e fungos.

Os adubos orgânicos e organo-minerais são os que mais se aproximam do ideal de nutrição para uma Vandácea, pois são alimentos completos para plantas e para quem tem pouco conhecimento sobre adubação, pois são simples de se usar e não requerem conhecimento aprofundado.

Indico uma adubação feita com adubo organo-mineral (Aminopeixe), com a dose dividida pela metade três vezes por semana e intercalo com a rega diária, sempre de manhã e no fim da tarde, após as quatro horas.

As Vandáceas produzem mudas ocasionalmente. A produção de novas mudas em uma Vanda adulta é determinada por dois fatores:

Excelente cultivo
A planta muito bem cultivada pode interpretar fisiologicamente que poderá emitir novas mudas sem sofrer necessidades climáticas ou nutricionais.

Sofrimento vegetal
Uma Vanda adulta que esteja sofrendo por carência nutricional e variações climáticas, poderá emitir várias mudas na tentativa de preservar a espécie, já que a planta mãe corre o risco de morrer.

Neste momento as mudas alimentam-se por um bom tempo dos nutrientes da planta adulta, servindo esta como substrato nutricional, uma vez que nos primeiros meses as mudas jovens ainda não emitiram suas raízes.

As Vandas híbridas vendidas atualmente podem emitir quatro florações anuais sem data especifica e conseguem sustentar mais de duas hastes durante uma única floração. Isso torna a Vanda uma orquídea sensacional para quem quer se dedicar ao cultivo, pois se o cultivo for correto a planta mostrará resultados rápidos e frequentes, mas lembre-se que o ambiente de cultivo para uma Vanda será sempre o diferencial para a saúde delas.

brotoVanda com broto saindo da base, e só pode ser retirado quando já tiver raízes próprias.

Excelente cultivo
A planta muito bem cultivada pode interpretar fisiologicamente que poderá emitir novas mudas sem sofrer necessidades climáticas ou nutricionais.

Sofrimento vegetal
Uma Vanda adulta que esteja sofrendo por carência nutricional e variações climáticas, poderá emitir várias mudas na tentativa de preservar a espécie, já que a planta mãe corre o risco de morrer. Neste momento as mudas alimentam-se por um bom tempo dos nutrientes da planta adulta, servindo esta como substrato nutricional, uma vez que nos primeiros meses as mudas jovens ainda não emitiram suas raízes.

As Vandas híbridas vendidas atualmente podem emitir quatro florações anuais sem data especifica e conseguem sustentar mais de duas hastes durante uma única floração. Isso torna a Vanda uma orquídea sensacional para quem quer se dedicar ao cultivo, pois se o cultivo for correto a planta mostrará resultados rápidos e frequentes, mas lembre-se que o ambiente de cultivo para uma Vanda será sempre o diferencial para a saúde delas.

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