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Posts para categoria ‘Bonsai e Samambaias’

Bonsai

O nascimento de uma árvore em seu habitat original ocorre na grande maioria das vezes com a natural produção em massa de sementes que se espalham pelo ambiente de várias maneiras. Algumas sementes com perfis aerodinâmicos perfeitos são levadas pelos ventos e chegam a percorrer quilômetros até reencontrarem o solo. No chão, muito poucas conseguem superar as dificuldades e germinar. Para isso é preciso que nenhum pássaro as aproveite como alimento; que o clima mantenha-se em condições ideais de umidade e temperatura; que o solo onde a semente pousou seja fértil e o local possua condições adequadas de iluminação.

Os primeiros meses de vida também serão difíceis. Nenhum animal pode cobiçar a pequenina muda como alimento, o sol não poderá estar muito forte e nem as chuvas muito agressivas. As condições químicas, físicas e biológicas do solo precisarão estar registradas dentro da memória genética desse vegetal para que ele possa se desenvolver saudável como a árvore que o originou. Somente as mudas mais resistentes e melhor adaptadas ao ambiente sobreviverão. Essa dificuldade toda deixa claro a fragilidade das pequenas mudas.

É muito comum na iniciação da prática do bonsai que pessoas comecem a cultivar “árvores em vasos” utilizando-se de mudas. Livros de bonsai, normalmente trazem em seu início o tema “Como produzir uma muda de árvore”, com técnicas simples ou mais complicadas como enxertos e alporques. Alguns cursos de iniciação ao bonsai são elaborados para proporcionar o aprendizado de algumas atividades como adubação, troca de terra e até modelagem com arame em árvores muito novas (mudas). Estas práticas de ensinamentos podem ser perigosas, tanto pela inexperiência do iniciante como pela fragilidade das mudas. Infelizmente, muitas pessoas no Brasil que tentaram o cultivo do “bonsai” e desanimaram por não obterem os resultados satisfatórios desejados. Essas pessoas até se identificam com essa “brincadeira chamada bonsai”, mas a insatisfação em ver fenecer um vegetal ou um ser vivo, muitas vezes desanima e provoca desistência.

Quando uma pessoa pela primeira vez se depara com um autentico bonsai, se surpreende e se interroga: Como podem viver árvores com dimensões tão reduzidas, manter-se tão belas e até mesmo majestosas?
Como podem viver saudáveis dentro destes minúsculos vasos?

Sim, é um choque cultural. O mundo ocidental não estava acostumado com o bonsai. Entretanto essa descoberta maravilhosa aconteceu há mais de 2000 anos no oriente e somente a partir do século passado os ocidentais dele tomaram conhecimento. Para nós brasileiros, que usamos as plantas com pouca freqüência em nossos lares, este “milagre” de uma árvore poder ser tratada e modelada tornando-se um objeto de tão rica beleza e encantamento é realmente surpreendente.

Ao adentrarmos em uma boa exposição de bonsai nos deparamos com arte. A mesma arte que encontramos na pintura, escultura, musica, dança e tantas outras formas em que o ser humano põe em prática sua sensibilidade, engenhosidade e inteligência para dominar a matéria a fim de provocar emoções. Mas o bonsai, diferentemente de outros tipos de arte, precisa de muito tempo para apresentar características essenciais que provoquem uma verdadeira emoção estética. A primeira vista podemos dizer que a forma de “mini-árvore” dos bonsai naturalmente nos encanta, pois é forma reduzida do que estamos acostumados a ver e admirar. Mas não é qualquer árvore que nos chama muito a atenção. Na verdade apreciamos aquelas mais altas, mais grandiosas, mais antigas, com troncos rugosos e grossos, com formas e texturas onde é claramente possível identificar sua longevidade; são as que mais nos impressionam. Isto nos dá uma clara idéia de que as árvores mais antigas são as mais belas e emocionantes, e devem ser imitadas. Imitadas em todas as suas formas e beleza.

Tudo o que na natureza nos é possível observar e admirar.
Mas essa naturalidade custa algum tempo para se desenvolver. Somente depois de muitos anos, com podas regulares é que uma muda terá seu tronco engrossado. E se ela for trabalhada desde cedo com podas freqüentes para se pré-determinar um estilo, será mais fácil transforma-la em um bonsai.

As mudas, que são trabalhadas por algum tempo, geralmente produzidas por viveiros especializados, são chamadas de Pré-bonsai. Estes se caracterizam por seus troncos mais grossos, sua copa com dimensões reduzidas e estilo pré-definido. O pré-bonsai muitas vezes é produzido de galhos através de técnicas especiais que permitem o surgimento de raízes no próprio galho. Esta técnica traz a vantagem de proporcionar troncos mais grossos em relativamente pouco tempo de tratamento. Mas em contra partida não possuem um dos aspectos mais valorizados nos bonsai, seu enraizamento na base do tronco. De qualquer forma independente da técnica usada, desde que bem usada, as mudas serão na grande maioria das vezes mais frágeis que um pré-bonsai. A reserva de energia de uma árvore é armazenada em sua estrutura de galhos, troncos e raízes, de tal forma que galhos mais finos, raízes pouco desenvolvidas deixam a muda mais frágil.

A definição de bonsai deve ser compreendida e não traduzida. O bonsai não é só um substantivo, mas também um verbo. Qualquer tratamento que se dê a esta “arvore envasada”, inclusive o mais simples, é definido como bonsai. Bonsai é regar, bonsai é adubar, bonsai é transplantar, bonsai é podar, bonsai é caprichar…, o melhor de tudo é que o bonsai é um lazer artístico acessível a todas as pessoas, e não somente aos grandes mestres.

É muito importante para os iniciantes esta compreensão de prazer lúdico ao “brincarmos” com o bonsai. Muitas vezes, a mentalidade ocidental nos faz querer tudo de uma maneira imediatista e competitiva. O cultivo do bonsai carrega em si muito do espírito oriental antigo, onde o tempo não tem tanta importância, onde a felicidade pode ser encontrada em pequenos detalhes do dia a dia e onde o perfeccionismo se impõe fortemente. Infelizmente nossa modernidade carrega como qualidades o resultado rápido, e é muito comum no ocidente o valor das exibições em que os mestres procuram mostrar a transformação de um pré-bonsai em bonsai em uma única exibição de 3 ou 4 horas. Estas práticas são incomuns no Japão. Devemos procurar conhecer esse “outro lado”, buscar continuamente o prazer nas pequenas ações que esta prática nos proporciona, sem ansiedade, melhorar cada vez mais um bonsai independentemente de sua idade, pois o efeito em nosso crescimento será igual.

Entretanto é necessário compreender a existência de uma visão ocidental e que esta deve ser respeitada. Mas certamente o praticante ocidental de bonsai poderá ganhar muito ao descobrir que esta pode ser uma forma de aprimoramento de qualidades essencialmente humanas, como a paciência, a humildade, a tenacidade, a perspicácia e serenidade de espírito. A concentração e a disciplina exigida pelo bonsai e o estado sereno necessário para sua prática nos remetem a um estado meditativo que nos permite ausentarmos-nos de nosso ego e nos tornarmos mais placidamente irmanados com a natureza.

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Não há árvores de interior, mas existem condições especiais de interior que permitem seu cultivo.

Dentro de casa faltam condições (sol, vento, umidade…) para a vida sadia de um bonsai.

Precisamos então fornecer condições dentro da casa semelhantes às do exterior.

O lugar ideal para colocar um bonsai dentro de casa é perto de uma janela grande e bem iluminada (sem cortinas), onde os raios de sol possam atingir suas folhas (no mínimo por duas horas diárias).

O ambiente das casas geralmente é seco demais para a saúde de um bonsai. O melhor local para colocar o bonsai dentro de casa é uma sala fresca e arejada, longe de lareiras, ou eletrodomésticos que transmitam calor.

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Polipodium Punctatum Thumb
Nome Científico: Polipodium Punctatum Thumb
Nome Popular: Trepadeira Ninho de Passarinho
Origem: África do Sul, Nova Guiné
Ciclo de Vida: Perene

Samambaia, herbácea, rizomatosa, originária da África do Sul e Nova Guine, com 40 a 60 cm de altura, de folhas longas sem pecíolo, espessas, carnosas, com a extremidade dividida em forma de cristas, com as margens onduladas, irregularmente, de aspecto incomum.

Há uma variedade de folhas verde-amareladas. Cultivada em vasos mantidos em lugares protegidos e em canteiros a meia sombra, contendo substrato enriquecido de matéria orgânica, de boa drenagem, e mantida umidecida  periodicamente.

Também pode ser plantada em jardineiras ou diretamente no solo, desde que em regiões úmidas e a meia sombra. Multiplica-se com relativa facilidade por divisão da planta.  As mudas  separadas devem ser enraizadas em ambiente quente e úmido (estufas).

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substrato (Small)

Quando os bonsai foram levados para a Europa e Estados Unidos, próximo ao século XX, começou-se a criar um “mito” que havia algum segredo oriental em cultivar estas plantas pois elas morriam em pouco espaço de tempo e este segredo superaria os conhecimentos básicos da botânica. Mas na verdade um dos segredos era justamente as técnicas e conhecimentos da formulação do substrato utilizado nestes bonsai.
É bom sabermos que a função das raízes é absorver a água e nutrientes em suas pontas (meristema ou raízes capilares) mais claras, finas e ramificadas; É a “boca” da planta e suas raízes mais velhas, fortes e grossas fazem sua fixação e sustentação no solo!

Temos que entender agora, que as plantas precisam de espaço pra crescer suas raízes sustentando e fixando a planta e as raízes precisam de ar, água pra hidratar-se, absorverem nutrientes e fazer suas reações químicas, os próprios nutrientes, uma base para sustentar-se, fixarem algumas bactérias que vivem em associação com a planta, ajudando na absorção e ou elaboração de nutrientes e PH ideal de solo a cada espécie. (Quanto às bactérias associadas, não se preocupem, a planta saudável se vira muito bem sozinha e chega naturalmente à raiz da planta pelo ar água etc).

Em contra partida temos os vasos de bonsai que normalmente são bem pequenos, cabem pouco substrato e por isso também mantêm a umidade por um curto período de tempo.

O substrato não pode compactar-se como terra comum, pois irá perder aeração e reter só umidade, asfixiando, matando e apodrecendo as raízes e conseqüentemente matando a planta…

Então este solo “ideal” tem que ter:
- aeração (espaços vazios onde possam circular o ar)
- retenção de umidade e nutrientes suficientes para suprir a planta sem compactar-se nem encharcar
- sustentação, propiciando a fixação das raízes e a planta como um todo
- pH ideal para espécie cultivada. Um método prático para se determinar o pH do solo para cada espécie de acordo com o tamanho das folhas é o seguinte: Folhas maiores pH mais ácido, folhas menores pH mais alcalino. Com Exceção as azaléias em geral se o seu solo tiver aeração, retenção de umidade/ drenagem adequados isso não será de grande problema.

O segredo está na composição e também na granulometria ou tamanho das partículas deste substrato, ou seja, teremos:
. Mais oxigênio nas raízes;
. Melhor drenagem;
. Mais fácil de transplantar sem os danos às raízes capilares;
. Mais fácil de expor e limpar as raízes durante a poda;
. Maior área de superfície em que as raízes possam crescer;
. Aumento do número de raízes e suas ramificações;
. Menor elevação de temperatura do substrato em nível danoso à planta;
. pH correto do solo para a espécie;
. Condições ideais para a troca de íons;
. Meio apropriado para o desenvolvimento de bactérias benéficas associadas;
. Cor e aparência agradável;
. Facilidade em aplicar e controlar nutrientes;
. Menos estresse pela diminuição dos riscos em quebrar raízes mais grossas;
. Menor probabilidade de galhos mortos;
. Melhora na saúde da planta;
. Aumento da longevidade do bonsai.

Características e possibilidades de materiais para substrato
No Japão é muito utilizado uma composição de “Akadama” que é uma argila vulcânica e compõe a maior parte do substrato, “Kiryu” extraído próximo a uma cidade de mesmo nome tem sua composição argilo-arenoso e “Kanuma” também extraído próximo a cidade de mesmo nome, amarelado, ácido, de origem vulcânica, sem matéria orgânica e muito usado puro para azaléias. Mas este material todo é muito difícil de ser encontrado no Brasil.

Dolomita - ou qualquer material mineral calcário, proporciona boa aeração, drenagem do ph alcalino, livre de matéria orgânica e nutrientes.

Cascalho lavado de rio - pedrisco ou areia de rio, normalmente formado por quartzo proporciona boa aeração, drenagem de pH Neutro, livre de matéria orgânicas e nutrientes. Menos indicado pra algumas regiões que o cascalho de dolomita, por ter superfície mais lisa e de menor área retendo menos umidade.

Terra de cupinzeiro moída ou granulada - tem sua composição argilosa, boa aeração, retém boa umidade e nutrientes, compactação moderada a (compacta-se em até um ano), tende a ter o ph neutro, pouco ou nenhum nutriente. È conveniente assar este material depois de peneirado pra se evitar contaminações e semente de plantas indesejáveis. Cupinzeiros de cor mais escura são menos arenosos e tendem a compactar-se ainda menos.

Vermiculita - Material de origem mineral com grande capacidade de absorção e retenção de umidade e retenção de nutrientes, ph neutro, isento de nutrientes . Usado somente em vasos muito pequenos ou em regiões muito quentes em. Pode ser encontrada em casas de agro pecuária.

Substrato comercial - Normalmente vem com matéria orgânica curtida incorporada á restos de folhas, madeira, serragem, pó de xaxim e terra preta. Não utilizar ou evitar os substratos que tenham a adição de adubos. Alguns fabricantes colocam também vermiculita na composição, é bom observar isso e tomar o devido cuidado. Pode ser bem aproveitado para composição se substrato para Azaléias, acidificando a mistura.

Carvão vegetal - Tem certa propriedade fito-sanitária e pode ser usado em até 5% da mistura moída na mesma granulometria dos outros componentes.

Material orgânico - em geral restos de vegetais em decomposição e esterco. Rico em nutrientes, pH ácido, grande capacidade de retenção de umidade e compacta-se facilmente.

Argila expandida moída – Boas propriedades em retenção de umidade e absorção de nutrientes, boa aeração, pouca ou nenhuma compactação, inerte, pH neutro, isento de nutrientes. Tem uma aparência desagradável por ser cinza escuro quando quebrado.

Tijolo ou telha moído - Boas propriedades em retenção de umidade e aeração, pouca ou nenhuma compactação, inerte, ph neutro, isento de nutrientes.

Laterita ou laterita mineira – Granulado rico em minério de ferro. Não seria normalmente parte do substrato, mas podem ser usados alguns grãos em Azaléias e plantas com deficiência em ferro. Comumente muito usado como material em aquário plantado e fácil de ser achado em lojas deste ramo.

Composição final do substrato (ideal) – Não é que exista um substrato ideal, mas sim uma mistura básica para cada região do país (clima) e espécies. Em geral não se acrescenta material ou adubo orgânico, nem adubos químico ao substrato. Toda a necessidade de nutrientes que a planta exigir será colocado periodicamente através de adubos específicos sejam eles químicos ou orgânicos e retidos no vaso pelos materiais com boa absorção de água.
Uma mistura usada muito na região Sudeste é de, 50% de pedrisco de dolomita e 50% de terra de cupinzeiro moída ou tijolo moído mais 5% de carvão vegetal.

Se por acaso você não tem como ficar sempre de olho na umidade, aquela pequena porcentagem de vermiculita pode ajudar e ser acrescentada.

Com estas informações acredito que seja mais fácil para cada um formular o  seu substrato ideal. Levando em consideração agora o gosto pessoal, clima local e disponibilidade do material citado!

Mais algumas coisas a serem levadas em consideração no cultivo do bonsai
- Profundidade do vaso -
influencia drasticamente na evaporação da água, vasos muito pequenos ou muito rasos tendem a reter a umidade por bem menos tempo.
- Insolação - ou período em que o vaso permanece exposto ao sol. Um vaso que fica o dia todo exposto ao sol obviamente perderá mais umidade que um vaso que fique ao sol apenas durante a manhã
- Espécie cultivada - algumas espécies preferem solos bem encharcados. Outros se desenvolvem melhor em um substrato que não se encharque.
- Vaso - A superfície e material do vaso também influência na umidade de certa forma, um vaso mais poroso tende a reter mais água

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