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Posts para categoria ‘Árvores e Palmeiras’

Palmeira Real (Archontophoenix alexandrae)

Nome científico: Archontophoenix cunninghamii
Nome Popular: Palmeira-real, Palmeira-real-australiana, Palmeira-seafórtia, Seafórtia, Palmeira-australiana, Palmeira-real-da-austrália
Família: Arecaceae
Origem: Austrália
Ciclo de Vida: Perene

A palmeira-real é uma espécie australiana, perene, bastante difundida no Brasil, principalmente por suas qualidades ornamentais.

Esta palmeira é amplamente utilizada no paisagismo urbano nas grandes cidades brasileiras. Da mesma forma que outras palmeiras, a Palmeira-real confere uma beleza tropical a qualquer jardim ou parque, com a diferença de que cresce muito mais rápido se comparada a outras espécies.

Pode ser utilizada isolada, em renques ou em grupos. Quando plantadas bem juntas em duplas ou trios, obtém-se um efeito interessante e escultural, pois as palmeiras ficam ligeiramente curvas. Atualmente, esta palmeira vem sendo cultivada também para a produção de palmito, com excelente produtividade e qualidade.

Devido à facilidade de propagação, pode tornar-se invasiva nos locais onde é introduzida.

De porte elegante, seu estipe geralmente é único, anelado e alcança de 15 a 20 metros de altura e até 20 cm de diâmetro. As folhas são pinadas, longas, com ráquis curvada e folíolos lanceolados, rígidos, acuminados e verdes.

O palmito é longo e visível, recoberto pelas bainhas foliares, de cor verde clara. A inflorescência surge logo abaixo do palmito e tem cerca de 1 m de comprimento. Ela é do tipo espádice, pendente, divida em numerosas espigas com ramificações fortes e uma espata esverdeada que se desprende da planta com o amadurecimento das flores.

As flores são brancas a violáceas e atraem abelhas, principalmente arapuás. Os frutos são drupas esféricas e vermelhas, atrativas para os passarinhos.

O clima adequado para o cultivo da palmeira real australiana é o quente e úmido, com temperatura média anual de 17 a 22° C e precipitação pluviométrica de 1.200 a 2.000 mm anuais.

Porém ela pode se desenvolver bem em regiões com temperaturas mais baixas e precipitação inferior à anteriormente mencionada. desde que bem distribuída. Tolera geada, mesmo no estágio de muda (20 a 50 cm de altura).

O cultivo da palmeira real australiana deve ser em áreas a pleno sol, só precisando de proteção quando ainda em fase de viveiro.

A palmeira real australiana não é exigente em solos, desenvolvendo-se mesmo em solos pobres e ácidos, com PH entre 3,6 e 4,5, desde que sejam de textura média a leve e com boa drenagem.

No entanto, é óbvio que prefere solos com maior fertilidade e a produção de palmito em áreas de fertilidade baixa deve se basear na reposição de nutrientes, através de adubações anuais parceladas. Deve ser irrigada regularmente para um rápido desenvolvimento.

A palmeira real australiana é bastante resistente às principais doenças que ocorrem com as demais palmeiras em condições de viveiro (antracnose, helmintosporiose, cercosporiose)

Entre as palmeiras, é uma espécie de baixa tolerância ao transplante quando adulta. O ideal é plantar mudas jovens. Multiplica-se por sementes.

Atualmente, a palmeira real australiana tem sido cogitada para o cultivo racional de palmito, devido principalmente às suas características de precocidade, rusticidade e qualidade do palmito.

Este, embora com características diferentes das espécies tradicionalmente usadas (juçara e açaí), apresenta excelente paladar, textura e coloração, sendo considerado um produto nobre. A palmeira real tem a vantagem de não pertencer à flora típica brasileira e portanto não estar sob a supervisão do IBAMA, podendo ser explorada livremente.

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Nome popular: Jabuticaba-de-Cipó, Uva-do-mato; Parreira-brava

Nome indígena: Ibátyrama vem do tupi guarani e significa “fruta de ramalhete” em alusão a disposição das flores e frutos formados em racemos terminais da planta.

Origem:É uma espécie rara, aparecendo em alguns lugares na floresta semidecidua de altitude do litoral, serras interioranas e cerradões dos estados de Espírito Santo, Minas gerais, São Paulo e Paraná; Brasil.

Características: é uma arbusto trepador, com ramagem escandente que se apóia em outras plantas, com ramos novos pubescentes  (coberto de pelos) e caule de casca amarelada. As folhas são simples, oblongas, com a nervura central amarelada e piloda quando jovem. As flores nascem em racemos simples, longos e terminais, cada flor tem cálice esverdeado e corola com pétalas cremes formando um pequeno tubo

Dicas para cultivo: Trepadeira de crescimento lento que resiste a temperaturas de até 0 grau, vegeta bem em altitudes variando de 400 a 1.000 m acima do nível do mar. O solo deve ser profundo, úmido, acido, com constituição arenosa ou argilosa (solo vermelho). É preciso plantas no mínimo 2 plantas para uma melhor frutificação. É preciso fazer uma parreira na horizontal com arames formando uma malha da 40 cm entre arames para sustentar a planta. As plantas iniciam a frutificação no 3ª ou 4ª ano após o plantio, dependendo das condições do solo.

Mudas: As sementes são frágeis, arredondadas, tomentosas (cobertas de pelos) e recalcitantes (que perde o poder germinativo rapidamente). A germinação ocorre em 30 a 45 dias em qualquer tipo de substrato rico em matéria orgânica, poroso, deixado em ambiente sombreado. As mudas crescem lentamente, sendo necessário 1 ano para irem para o lugar definitivo, também são resistentes a secas. É melhor planta-las no inicio do verão, porém, é necessário fazer uma cobertura para sombrear a planta no primeiro ano após o plantio.

Plantando: Pode ser plantada a pleno sol, bem como na sombra bosques com arvores grandes bem espaçadas, nesta situação demora mais para frutificar. Espaçamento entre plantas 4 x4 m. A parreira deve ter 6 mourões, distanciados a 2 m entre si e 3 metros entre os pares, com altura de 1,60 para facilitar a colheita dos frutos. Adicione a cova 100g de calcário e1 kg de cinzas e 8 litros de matéria orgânica. Irrigar a cada quinze dias nos primeiros 3 meses se faltar água.

Cultivando: Fazer apenas podas de formação e eliminar os brotos que nascerem na base do caule, manejando os ramos num tutor e continuar amarrando os ramos na parreira para não caírem. Adubar com composto orgânico, pode ser (4litros) cama de frango + 20 gr de N-P-K 10-10-10 nos meses de novembro e dezembro, distribuído-os a 30 cm do caule. Manter cobertura morta por volta do pé para manter a umidade.

Usos: Os frutos são semelhantes a jabuticaba de arvore e tem sabor adocicado e ótimos para o consumo in-natura. Também servem para fazer doces e sucos.

* A classificação dessa espécie ainda é muito confusa, pois alguns botânicos classificam a Jabuticaba-de-cipó como chondodendron phatyphylum, e outros classificam como pertencente ao gênero diclidanthera, sendo esse a classificação correta, pois possuem flores vistosas e hemafroditas muito diferentes do gênero chondodendron que pertencem a família menispermaceae e possuem flores minúsculas , não vistosas e na maioria dos casos as plantas são dióicas com indivíduos masculinos e femininos em plantas separadas.

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Caesalpinia
Nomes Populares: sibipiruna
Família: Caesalpinoideae
Nativa brasileira

Árvore de folhas semidecíduas, de médio porte, pode atingir até 16,0 metros. Seu tronco é largo, uma árvore adulta tem cerca de 0,40 m de diâmetro. As folhas são compostas de 25 cm de comprimento, bipinadas de folíolos bem pequenos, de cor verde intenso.

As flores são pequenas, amarelas, reunidas em inflorescência cônica, na ponta com os cálices ainda não abertos na cor marrom, sendo fácil sua identificação por este detalhe. As flores são seguidas de frutos do tipo vagem, com sementes achatadas.
A sibipiruna floresce a partir do mês de agosto e algumas florescem em pleno verão no sul.

Modo de cultivo
É uma árvore da mata pluvial atlântica e desenvolve-se bem em locais ensolarados.

Plantio
Não é exigente em solo de cultivo, mas para garantir uma boa floração desde o seu início, será conveniente a adição de um bom substrato.
Abrir o buraco com o dobro de tamanho do torrão.
Colocar cerca de 3 kg de adubo animal de curral bem curtido, misturado ao solo do canteiro ou a chamada terra vegetal que é o composto orgânico.
Caso não disponha, colocar adubo organo-mineral, misturado ao solo do canteiro.
Também será conveniente a adição à mistura de 200 gramas de farinha de ossos.
Colocar o torrão, prender o tutor no chão e completar o buraco com a terra misturada.
Regar bem.

Época de Plantio
A melhor época de plantio é o inverno para Sul e Sudeste ou na estação das chuvas para os demais Estados.
Nos próximos dias após o plantio, as regas devem ser diárias, caso não ocorram chuvas.
Adubação: A adubação de reposição deverá ser feita no inverno seguinte, com a incorporação de adubo animal de curral bem curtido, misturado ao composto orgânico e colocado na projeção da copa da árvore.
Nos próximos 3 anos realizar este procedimento.
No verão sempre será conveniente as regas no pé para evitar seu fenecimento.

Paisagismo
No paisagismo a sibipiruna tem sido muito usada para arborização de ruas e avenidas pelo seu porte menor.
A beleza de sua florada é esperada pelos transeuntes e moradores.
Pode servir também para a arborização de parques, praças e grandes jardins de condomínios e empresas.

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Jabuticaba sabará (P. jaboticaba)

Nome popular: jabuticabeira; jabuticaba-preta
Nome científico: Myrcia cauliflora Berg
Família botânica: Myrtaceae
Origem: Brasil – Mata Atlântica.

Características: A jabuticabeira é espontânea em grande parte do Brasil. Frutifera de origem sul-americana (brasileira) é encontrada com mais freqüência em Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, mas pode também ser encontrada em outras regiões do país, como na Bahia, ou em Pernambuco, Paraíba, Ceará, Pará, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Árvore de porte médio, piramidal, podendo chegar até 9m de altura, dependendo da espécie. Folhas opostas, lanceoladas, vermelhas quando novas e posteriormente, verdes. É conhecida há mais de 400 anos, também, na Argentina, Paraguai e Uruguai. Nome de origem indígena que significa, em tupi, jabuti (animal silvestre, parecido com a tartaruga), caba (lugar onde), por ser comum a existência deste animal nas proximidades das jabuticabeiras, alimentando-se dos frutinhos que caiam no chão. Estes índios consumiam a jabuticaba na forma natural ou em bebida fermentada que preparavam.

Planta de clima tropical e subtropical úmido, sem excesso de umidade; não suporta estiagens prolongadas e geadas fortes. As jabuticabeiras são encontradas desenvolvendo-se bem em regiões onde a temperatura média anual está em torno de 20ºC (Rio Grande do Sul) e em regiões onde a temperatura média anual está em torno de 30ºC (Pará). A pluviosidade mínima (chuvas) requerida é de 1.000mm./ano( ideal em torno de 1.500mm./anuais bem distribuídos). Em regiões secas o cultivo da jabuticabeira requer irrigação adequada. A umidade relativa do ar deve estar entre 75% a 80% e a luminosidade, em 2.000 horas/luz/ano. O pomar deve ser protegido de ventos dominantes, com a utilização de quebra-ventos

Frutos:
Seus frutos (tipo baga) são arredondados, de coloração roxo-escura, com polpa esbranquiçada, adocicada, saborosíssima, envolvendo de 1 a 4 sementes. Surgem de agosto a setembro e de janeiro a fevereiro. A safra, mesmo abundante, dura pouco. A jabuticabeira é uma árvore de grande longevidade; comumente demora para dar os primeiros frutos, mas quando começa não pára mais, e quanto mais velha, melhor e mais produtiva. . Suas flores são brancas, sésseis, e surgem diretamente do caule. Floresce duas vezes ao ano, de julho a agosto e de novembro a dezembro, e sua frutificação é abundante, cobrindo de frutos o tronco, os galhos, e ocasionalmente, até as raízes descobertas.

Existem diversas qualidades de jabuticabeiras e de jabuticabas, uma verdadeira coleção que alcança de 12 a 15 variedades diferentes, cerca da metade delas é bem produtiva; a outra metade, nem tanto. A fitografia da jabuticabeira, ainda está um tanto confusa. Alguns pesquisadores citam duas espécies de Myrciaria: Myrciaria jaboticaba, com frutos pequenos de pedúnculo escuro e Myrciaria cauliflora, com frutos grandes e sésseis. Outros afirmam que existem três espécies: Myrciaria cauliflora, Myrciaria trunciflora e Myrciaria jaboticaba.

De todas as variedades anteriores a mais aceita é a Myrciaria cauliflora e todas sua espécies, tais como:
Jabuticaba Sabará: A mais apreciada e doce das jabuticabas e a mais intensamente plantada. É de crescimento médio mas muito produtiva. Frutos miúdos, de epicarpo fino, muito saborosos. Maturação precoce.
Jabuticaba Paulista: De maior porte do que a anterior e de grande produção. Fruto grande e coriáceo. A maturação é um tanto tardia.

Jabuticaba Rajada: Assemelha-se as anteriores em crescimento e produção. Os frutos são grandes, muito doces e muito saborosos. A pele é verde bronzeada. Maturação mediana.
Jabuticabeira Branca: Porte médio. Produz, fartamente, frutas grandes e deliciosas. São verde-claras.

Jabuticabeira Ponhema: É uma árvore de grande porte e extraordinária produção. O fruto é grande e de pele um tanto coriácea. Deve ser consumida quando bem madura. É a variedade mais apropriada a fabricação de geléias, doces e licores. Na verdade, esse não é um privilégio da jabuticabeira Ponhema. Qualquer uma delas pode ser utilizada no fabrico destas iguarias.
Apesar de todas as suas qualidades, do sabor tão apreciado e da abundância de frutos que oferece a cada floração, a jabuticabeira continua sendo, até hoje, uma fruteira quase exclusiva de pomares caseiros ou de pequenas plantações. Ou seja, não se encontram pomares verdadeiramente comerciais de jabuticabas.
Os dois principais fatores que restringem a expansão de sua cultura são, em primeiro lugar, os custos e as dificuldades de uma colheita num pomar com muitas árvores; e, em segundo, a precariedade da conservação de seus frutos, uma vez que o fruto deve ser colhido pronto para o consumo e que a sua fermentação inicia-se praticamente no mesmo dia da colheita.
Embora adaptável a solos de tipos diversos o cultivo da jabuticabeira deve ser feito, preferencialmente, nos silico-argilosos. Devem ser profundos, bem drenados, férteis, ricos em matéria orgânica, com boa umidade (na floração/frutificação), pH em torno de 6,5 a 7,0. Os terrenos devem ter altitude inferiores a 600 m. O crescimento é lento e o plantio deve ser feito na época das chuvas.
A jabuticabeira pode ser propagada por sementes, estaquia, mergulhia e por enxertia (estas são mais precoces que as plantas de pé-franco, no entanto os enxertos produzem plantas de copas menores e menos produtivas). Para a estaquia escolhem-se galhos fortes, no início da primavera. Enterram-se três quartos das estacas, em canteiros feitos à sombra e bem úmidos. Usam-se os enxertos de borbulha e garfo em pés-francos de jabuticabeira.
Para a obtenção de sementes para o plantio, os frutos devem ser colhidos em plantas boas produtoras, precoces e isentas de pragas e doenças. A seleção do fruto é condicionada à forma, tamanho, coloração e natureza da superfície segundo característica da espécie. As sementes obtidas devem ser bem constituídas, vigorosas e sadias. Na seleção destas sementes, deve-se eliminar aquelas mal conformadas e chochas (Um grama de semente pode conter de 40 a 50 unidades).

Após romper sua casca (c/canivete ou unha) aperta-se o fruto para extrair a semente que está envolta pela polpa; esta é eliminada deixando-a fermentar por 24 horas ou lavando-a com cal em peneira ou ainda, esfregando-a sobre peneira ou espremendo-a em saco de pano de tecido ralo. Em seguida a semente é espalhada sobre um papel absorvente ou pano seco e colocada a secar à sombra. Como elas perdem o poder germinativo facilmente, as sementes devem ser postas a germinar em até 5 dias após a sua obtenção.

Para o semeio de grandes quantidades de sementes, utiliza-se canteiros de 1,2 m. de largura por comprimento variável com superfície destorroada a aplainada; a terra deve ser composta de 1 parte de areia silicosa, 1 parte de terra argilosa e 4 partes de terra fértil (de mata). O semeio é feito com 1 a 2cm de profundidade, em sulcos transversais, com espaçamento 30 cm entre linhas (sulcos), e 10 cm entre sementes. Logo após o semeio, irrigar bastante. A germinação ocorre em torno de 15 a 30 dias. A muda deve ser repicada para o viveiro (ou para saco plástico) com terra bem estercada, quando atingirem cerca de 15 cm de altura, o que ocorre 6 a 12 meses após o lançamento das primeiras folhas. Dois meses antes da repicagem o leito do canteiro deve ser preparado; nele abre-se sulcos com 20 cm de profundidade que devem receber os adubos químicos recomendados pela análise do solo, misturados a 6Kg de esterco de curral para cada metro de sulco. A repicagem é feita num espaçamento de 80cm x 40cm. Ao atingirem 60cm de altura as mudas estarão aptas para o plantio definitivo no campo.
Atenção: a jabuticabeira é sensibilíssima ao transplantio, portanto, todo cuidado é pouco, sendo preferível a produção de mudas em sacos plásticos (sacos de polietileno preto, de 15 x 25 ou de 18 x 30). O substrato para o enchimento dos sacos é semelhante ao feito para o leito do canteiro, substituindo 1 parte de terra fértil por 1 parte de esterco de curral bem curtido.

A propagação via estaquia é efetuada com a retirada do ramo da planta mãe na primavera. Este ramo deve ter aproximadamente 80cm de comprimento com 5 a 7cm de espessura, aponta-se sua extremidade inferior, lasca-se em cruz e, com uma marreta, enterra-se 2/3 da estaca, logo após, irrigar bem.
Para o plantio definitivo das mudas, abrem-se covas de 50 X 50 X 50cm, com um espaçamento variando de 6 x 6m a 10 x 10m, dependendo da variedade a ser plantada, do clima e da fertilidade do solo. Na cova coloca-se misturados à terra, 20 litros de esterco de curral bem curtido ou composto orgânico, acrescidos de 200 gramas de farinha de ossos. Irriga-se um pouco o fundo da cova e coloca-se o torrão com a muda, enchendo-se a mesma com a mistura de terra+adubo, mantendo o colo da planta 5cm acima da superfície do solo. Faz-se uma pequena bacia em torno da muda e irriga-se com 20 litros de água e coloca-se cobertura morta de palha ou capim seco. No plantio de mudas provenientes de canteiros, estas devem ser arrancadas com um grande torrão, em dias úmidos. Prepara-se a terra do futuro pomar com cuidados de praxe, arando-se e gradeando a mesma, tomando-se o cuidado de efetuar uma análise do solo, logo após a aração. Anualmente, no período das chuvas, adubar cada planta com 20 litros de esterco de curral bem curtido, acrescidos das quantidades de adubos químicos recomendados pela análise do solo, com leve incorporação.
Tratos Culturais:

É aconselhável manter o pomar livre de ervas daninhas. Nos primeiros anos, para proporcionar uma renda extra ao produtor, as culturas consorciadas são aconselháveis, de preferência as leguminosas (não trepadeiras) e/ou culturas de pequeno porte, deixando-se sempre um grande espaço livre em torno de cada jabuticabeira. Se faz necessário efetuar podas anuais para eliminar os galhos que tendam a “fechar” a copa, facilitando assim o arejamento e a penetração de raios solares. Eliminar também os galhos secos, doentes, tortuosos e mal distribuídos. Na formação da copa retirar os ramos da base do caule, para que a copa fique a 80cm ou mais de altura do solo.
Como a planta reage muito bem aos adubos, principalmente os orgânicos, efetua-se a seguinte adubação para a jabuticabeira adulta:
Estrume de gado ou de aves, bem curtido,10 a 20 litros;
Farelo de algodão; farelo de mamona ou farinha de sangue, 3 a 6Kg;
Farinha de ossos, 1 a 3Kg.
As pragas que mais atacam a jabuticabeira são o pulgão ceroso (Capulina jaboticabae, Ih), as cochonilhas (Capulinia spp), a broca-das-mirtáceas ( Timocrata albella, Zeller) e o gorgulho da Jabuticaba (Conotrachelus myrciariae, Marsh). Quanto as doenças, a ferrugem , causada pelo fungo Puccinia psidii Wint, que afeta folhas, flores, frutos e ramos com manchas necróticas circulares, é a mais importante delas. Para o controle das pragas e doenças, consulte um agrônomo.

Produção:
A jabuticabeira infelizmente cresce vagarosamente e custa a produzir. Mas a produção é vultosa nas jabuticabeiras grandes e bem adubadas. Três meses após a floração a jabuticabeira inicia a frutificação; com adubação mais intensa e sob regime de irrigação, a planta pode dar 2 a 3 floradas/ano. O ponto de maturação é mostrado pela cor (de acordo com a variedade) e quando o fruto estiver macio à compressão com os dedos. A colheita é feita à mão, com auxilio de escadas. Os frutos são colocados em sacos a tiracolo (sem deixar cair no chão). Desses sacos passam a cestas ou caixa pequena (para evitar esmagamento) sem forro (para circular ar). Tendo casca consistente o fruto apresenta boa conservação e resiste bem ao transporte. Uma jabuticabeira pode produzir 200 Kg, 500 Kg, 800 Kg e até acima de 1.000 Kg (Sabará) de frutos por ano. A planta inicia produção entre o quinto e o oitavo ano, e a produção pode prolongar-se por 30 anos ou mais.
Planta de madeira resistente, seu tronco é destinado ao preparo de vigas, esteios, dormentes e obras internas. Do fruto, em uso caseiro, é consumido ao natural ou usado no preparo de doces, geléias, licores, vinho, vinagre.
Na indústria, o fruto é usado para o preparo de aguardente, geléias, jeropiga (vinho artificial), licor, suco, e xarope. O extrato do fruto é usado como corante de vinhos e vinagres. Na medicina caseira utiliza-se o “chá-de-cascas” para tratar anginas, disenterias e erisipelas e, a entrecasca do fruto, em chá, destina-se ao tratamento de asma.

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