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Dionaea4

Há somente uma espécie nesse gênero, a Dionaea muscipula, nativa de pântanos da planície costeira dos estados North Carolina e South Carolina, EUA. Embora sua extensão na natureza seja bem pequena, é a planta carnívora mais famosa e mais comum em cultivo dentre todas. Isso é devido, provavelmente, ao seu aspecto bem “carnívoro” de suas armadilhas.

A planta cresce em forma de roseta. Cada folha da roseta é constituída de um curto pecíolo, e, no extremo, a armadilha: dois lóbulos conectados pela veia central, providos de numerosas projeções nas bordas, como se fossem dentes. Em cada lóbulo há ao menos três pontiagudos “gatilhos”,

As presas são atraídas pelo odor do néctar secretado por minúsculas e numerosas glândulas, presentes em maior quantidade na superfície interna da armadilha. Quando sugando o néctar, é difícil não tocar nos “gatilhos”.

Para que a armadilha seja acionada, um mesmo “gatilho” deve ser estimulado duas vezes num curto período, ou dois diferentes acionados uma vez cada, também num curto período de tempo. Então os lóbulos se fecham sobre a presa em questão de décimos de segundo (se a planta não estiver muito saudável, este tempo poderá ser bem grande, impossibilitando a captura). Do modo como se fecham, os cílios se entrecruzam, formando uma espécie de jaula, da qual a presa não consegue escapar.

Se nada foi capturado, terá início o processo de reabertura (leva uns dois dias, aproximadamente) que, muitas vezes, dispende grande quantidade de energia. A obrigatoriedade de dois estímulos ajuda a evitar que as armadilhas se fechem à toa. Tal poderia acontecer, por exemplo, numa chuva: as gotas de água caem sobre os “gatilhos”, estimulando-os.

Mas se algo foi capturado, a presa tenta forçar a saída: ela se mexe mais e mais, estimulando ainda mais os gatilhos. Por isso, os lóbulos são fortemente pressionados um contra o outro, em toda sua extensão (antes, apenas as bordas se encostavam). Neste processo, a presa eventualmente morre esmagada. Daí é criado um ambiente hermeticamente fechado; as enzimas digestivas são lançadas sobre a presa e dá-se início ao processo digestivo.

Dependendo do tamanho da presa captura, a armadilha permanece fechada até 10 dias, e pode até morrer se a presa for muito grande. Terminadas a digestão e a absorção dos nutrientes, a armadilha reabre, revelando restos não digeridos da presa – geralmente a carcaça; resta ao vento ou à chuva fazer seu papel de levar embora estes restos.

Somente depois de algum tempo a armadilha volta a ficar ativa. A reabertura é um processo lento, durante o qual os “gatilhos” permanecem desativados. Na verdade, a reabertura depende do crescimento, ao contrário do fechamento que é extremamente r&aacutepido por envolver processos mecânicos (funciona graças à diferenças de pressão da água presente no interior dos lóbulos).

Cada armadilha tem um período de vida limitado. Estima-se que seja capaz de capturar e digerir no máximo três presas, então ela apodrece e morre. Se eventualmente capturar uma presa grande, esta pode ser a sua única. Novas armadilhas estão sempre sendo formadas conforme a planta cresce.

Cultivo

A D. muscipula aprecia luz solar direta. Quanto mais luz receber, mais saudável e avermelhada a planta será. O solo deve ser mantido constantemente úmido até encharcado, o ano todo. Esta espécie necessita de dormência fria de alguns meses no inverno, o que dificulta seu cultivo em regiões próximas ao Equador. Com a chegada da dormência, as novas folhas ficam bastante reduzidas em tamanho, e o crescimento pode parar por completo.

Na primavera ela volta a crescer, as novas armadilhas são cada vez maiores, e a planta forma uma haste floral. Normalmente recomenda-se arrancar a haste floral antes que ela se desenvolva, pois ela drena muita energia da planta, enfraquecendo-a e até deixando-a com péssimo aspecto no verão.

As flores, brancas, são numerosas. Mas as sementes normalmente levam anos para amadurecer, de forma que é muito mais fácil propagar esta planta por meios assexuados, como por exemplo, por cortes de folhas.

Como com Drosera, quando retirar uma folha para propagação, recomenda-se retirar a folha por completo, isto é, incluindo todo a base branca, suculenta, do pecíolo. Plante a folha sobre substrato úmido (por exemplo, musgo Sphagnum), em local mais ou menos sombreado, sem luz solar direta. Algum tipo de tampa (por exemplo, plástico) em cima da folha ajuda a bloquear parte da luz solar, bem como a manter a umidade elevada. A melhor época para realizar esse tipo de propagação é no início da primavera, quando o crescimento está se reiniciando.

Outro meio de propagação assexuada é por divisão do rizoma.

Uma dica muito importante no cultivo desta planta é evitar brincar com ela. Isto é, evitar fechar as armadilhas à toa. Acontece que cada vez que uma armadilha reabre, muita energia da planta é exigida. E, no caso, nenhuma energia foi obtida, por não ter havido presa. Pode-se notar que, a cada ativação de uma armadilha, da próxima vez ela fechará bem mais lentamente.

Conforme as armadilhas forem morrendo, é recomendado que se arranque as partes mortas da planta, para evitar que pestes comecem a atacá-la. Frutos em desenvolvimento também são muito suscetíveis à infestações.

Uma praga que comumente ataca essa espécie (quando não cultivada de acordo com suas necessidades) são os pulgões, presentes inicialmente na superfície inferior dos pecíolos, mas com o tempo avançam para as lâminas. Eles podem ser removidos mantendo-se a planta submergida num balde de água por horas, afogando-os; ou então aplicando, com as devidas precauções, algum tipo de inseticida, por exemplo os de fórmula Diazinon.

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