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fluvial

Ambientes fluviais são extremamente heterogêneos, exigindo que, em alguns locais, a vegetação tenha características específicas para ali se estabelecer, crescer e se reproduzir. Como resultado, as árvores apresentam os mais diversos tamanhos, formatos de tronco e copa e épocas de floração. Espécies como açoita-cavalo (Luehea divaricata), miguel-pintado (Matayba elaeagnoides), tarumã (Vitex megapotamica), branquilho (Sebastiania commersoniana) e salseiro (Salix humboldtiana) são árvores comuns nas margens dos rios Iguaçu e Tibagi. No entanto, suas áreas de ocorrência natural ao longo desses rios dependem de condicionantes regionais e locais.

Regionalmente, o clima é um importante fator determinante. De acordo com as características climáticas, algumas espécies têm determinadas suas áreas de ocorrência, constituindo as Unidades Fitogeográficas. Portanto, Unidades Fitogeográficas são agrupamentos de espécies, baseados nas suas regiões de ocorrência natural e que respondem ao clima. No estado do Paraná existem cinco grandes Unidades Fitogeográficas (Roderjan et al., 2002). É importante ressaltar que algumas espécies não são exclusivas apenas de uma Unidade Fitogeográfica, mas sim, comuns a várias delas. Bons exemplos arbóreos são branquilho, açoita-cavalo e miguel-pintado.

Localmente, as formas que o rio assume ao longo do seu curso, por vezes correndo sobre rocha ou sobre seus próprios sedimentos, determinam a possibilidade de ocorrência de certas árvores. De modo geral, as formas podem ser retilíneas, como ocorre comumente quando o rio corre diretamente sobre rochas, ou sinuosas, quando ele divaga sobre os seus próprios sedimentos, formando um conjunto de curvas consecutivas. A forma que o rio adquire tem relação direta com a forma das margens e com a quantidade de água dos solos dessas margens. O regime hídrico dos solos é determinante para a sobrevivência e o crescimento das árvores nas margens dos rios, pois as espécies podem ou não ser adaptadas ao alagamento. Quando o rio assume padrão meandrante, como é o rio Iguaçu na região de São Mateus, é comum a formação de amplas planícies, onde as porções mais abaciadas e interiores apresentam solos com alta saturação hídrica por períodos prolongados de tempo. Nessas áreas, poucas espécies arbóreas conseguem sobreviver, pois o alagamento dificulta o processo de respiração pelas raízes e, consequentemente, a sobrevivência das plantas. É comum observar, nesses locais, a corticeira do banhado (Erythrina crista-galli), com várias adaptações para o alagamento. Nas partes mais elevadas das margens sinuosas, mas ainda com forte influência da saturação hídrica dos solos, o branquilho ocorre em grandes densidades. E, finalmente, na porção mais próxima do rio, o salseiro é registrado com poucos indivíduos, mas com adaptações magníficas para sobreviver ao alagamento, à força das correntes nas épocas de cheias e à baixa consistência dos solos.

Quando o rio corre diretamente sobre as rochas, geralmente encaixado em linhas de falha dessas, as planícies praticamente inexistem, o que significa dizer que comumente as encostas estão diretamente em contato com o rio, permitindo a presença de solos bem drenados. Esse padrão pode ser observado, por exemplo, em todo o trecho do rio Iguaçu no terceiro planalto paranaense. Nessas partes do rio, as árvores que crescem nas margens não são selecionadas pelo excesso de água nos solos, sendo as espécies, geralmente, as mesmas espécies que ocorrem na encosta.

Fator igualmente interessante são as adaptações das espécies. Uma delas é a capacidade de algumas arbóreas em inclinar o tronco sem cair por completo e nem quebrar. Elas são adaptadas à retirada natural dos solos pela correnteza ou crescem em direção à maior luminosidade vinda do canal formado pelo rio. Para as árvores em que essa característica inexiste, qualquer instabilidade do substrato das margens leva à queda completa do indivíduo, por vezes, provocando a queda de outros indivíduos arbóreos. As árvores que se dobram por sobre o rio também servem como excelentes suportes para as plantas epifíticas, como bromélias, orquídeas e samambaias. Essas plantas, como não possuem contato com o solo, dependem da água que escorre sobre os seus suportes e da umidade do ar, que sobre o rio é mais alta. Além da umidade, essas árvores proporcionam um substrato menos inclinado, formando verdadeiras “bancadas” para as epífitas, embelezando o ambiente.

flor de lotus

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