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Rosinha De Sol - Aptenia Cordifolia

Cultiváveis no jardim e em vasos, espécies protegem o solo e contribuem para uma decoração.

Que as plantas estão em alta, não é novidade. As propostas estilo urban jungle invadiram os projetos de arquitetura e design, ditando a tendência: melhor do que ter uma planta, é ter várias. Para criar o efeito de abundância, as plantas de forração se apresentam como a melhor opção.

O termo denomina todas as plantas que podem cobrir superfícies, seja de forma horizontal, como a grama amendoim e a grama preta, seja na vertical, como as trepadeiras. Sua principal característica é a capacidade de multiplicação. São plantas mais herbáceas, mais espontâneas. Elas vão se propagando de forma vegetativa, ou seja, vão criando mudas, novas brotações.

As forrações não precisam estarem contato direto com o solo. Também são ótimas candidatas para vasos grandes ou pequenos, em ambientes internos ou externos. Elas só precisam se adaptar bem às condições do ambiente.

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Fora de casa
No lado externo, elas são aliadas estratégicas para proteger o solo de erosões e manter a umidade. Mas, diferentemente das gramíneas, as forrações não são resistentes ao pisoteio e têm uma estatura baixa, geralmente de até 30 cm de altura. Dessa forma, são perfeitas para compor com pedras e madeiras na criação de caminhos no jardim.

O caminho evitará que elas sejam pisoteadas, enquanto elas vão garantir que você não precise fazer nada além de regá-las. No lado de fora, é interessante brincar com as alturas das diferentes forrações e criar desenhos, orientar as pessoas de acordo com o que você coloca no seu jardim. A diversidade de cores, texturas e espécies é prato cheio para a criatividade.

Já nas paredes, geralmente são usadas as trepadeiras, como hera e a unha-de-gato, que podem fechar muros inteiros.

No verão e na primavera elas crescem muito rápido, então o problema é fazer a poda. Outro destaque é a jiboia, que com seus longos caules pendentes pode compor jardins verticais junto a outras espécies, desde que se preste a devida atenção para que ela não domine todo o espaço.

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Dentro de casa
A jiboia também pode ficar dentro de casa. A grande vantagem é que ela se adapta bem até ao ar-condicionado. Julia aponta que, quando o solo é rico em substratos, o crescimento é muito rápido e, em semanas, ela pode crescer e seguir o roteiro que você desejar.

Basta colocar uma estrutura na parede ou fincar pregos enrolados com fios de nylon, criando o caminho que a planta deverá fazer. Outra dica é usar a forração como elemento para integrar ambientes.

Em espaços pequenos, você consegue plantar na cozinha e dar um caminho para que ela chegue até a sala. Quem se preocupa com a sujeira e a manutenção das plantas internas, a profissional reforça: pode ficar tranquilo.

A maioria das plantas são perenes e, se cair alguma folha, elas costumam ser grandes. Então você não vai ter problemas com sujeira e manutenção.

Em vasos, as forrações podem tanto acompanhar outras plantas quanto serem as protagonistas da decoração. Podem, ainda, ter suas mudas colocadas diretamente na água, o que vai comprometer a durabilidade devido à escassez de nutrientes. Mas tudo é válido, basta estar atento às necessidades de cada espécie, como luminosidade e tempo de rega.

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Cuidados
As plantas de forração costumam ser bem resistentes – uma característica que combina com a propagação rápida e espontânea. Por isso, são mais fáceis de lidar, demandando apenas alguns cuidados gerais.

Cada planta tem sua proposta de rega, mas no geral elas gostam de ter o solo um pouco úmido, nunca encharcado. É bom regar entre uma a duas vezes por semana. Quanto à adubação, é interessante fazê-la a cada dois meses. Além disso, fique atento à resposta da planta ao ambiente – caso ela não esteja se desenvolvendo como o esperado, faça testes para ver sob qual tipo de luz ela se adequa melhor.

As espécies nativas, além de já estarem adaptadas ao clima da região, elas contribuem para manter a biodiversidade local. Temos muitas espécies com potencial ornamental que poderiam ser mais exploradas. Elas contribuem para a biodiversidade, atraem abelhas nativas e impedem a propagação de espécies exóticas.

Conheça as espécies:

Hedera canariensis
* Hedera canariensis: espécie de hera nativa da costa atlântica. Cresce como uma trepadeira, prefere meia-sombra ou pleno sol. É bem tolerante ao frio, pode ser plantada de forma rasteira ou em paredes, pilares e outros.

Hera-roxa (Hemigraphis Alternata)

* Hemigraphis alternata: hera crespa horizontal. Pela coloração roxa, a dica da paisagista é utilizá-la como detalhes em jardins, como acabamento para plantas mais altas ou arbustos de cor verde escuro. Deve ser plantada em sol pleno.

Syngonium angustatum
* Syngonium angustatum: chamada de Segônia, tem folhas grandes que mesclam verde escuro e verde claro. Pode ser usada como forração horizontal, com boa aceitação soba copa das árvores, ou para compor paredes verdes, desde que comum a estrutura para que ela se agarre. Prefere luz difusa e solo úmido.

Fittonia albivenis

* Fittonia albivenis: típica do Brasil e de outras florestas tropicais, é uma herbácea notável por suas veias que podem ser brancas ou cor-de-rosa intenso. Gosta de umidade, calor e luz difusa.

Soleirolia soleirolii
* Soleirolia soleirolii: conhecida por lágrimas-de-bebê, a planta, delicada, pode ser plantada em vasos no chão ou pendentes, além de fazer acabamento em vasos com outras plantas. Precisa de luz difusa e regas regulares para manter a umidade do solo. No verão, demanda mais água.

Peperomia caperata
* Peperomia caperata: é uma folhagem que, dependendo da espécie, pode ser verde com off-white, mais escura ou ainda roxa. Horizontal, é ideal para ser plantada sozinha em vasos ou compor paredes verticais. Deve receber luz difusa e ter o solo sempre úmido.

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A ripsalis é uma plantinha que, assim como as suculentas e os cactos, vem se tornando bastante popular. Seu aspecto exótico chama mesmo a atenção e, por isso, ela já se tornou bem comum em projetos de interiores e paisagismo.

Ela é também conhecida por cacto-macarrão e rabo-de-rato. Pertence à família Opuntiaceae e sua origem é da África e Sri Lanka

Acredite, ela é um tipo de cacto e é provável que você a conheça por outro nome: cacto macarrão. Porém, ela não tem espinhos e sua principal característica é que suas folhas são tubulares, parecendo palitinhos, e são bem ramificadas.

A Rhipsalis baccifera é a espécie mais conhecida; provavelmente, é a que você mais vê por aí. Mas existem muitas variedades dessa plantinha – algumas possuem folhas mais achatadinhas, lembrando um pouco mais os cactos convencionais. Outras possuem colorações mais diversificadas, indo do verde claro, passando por um verde musgo e chegando até tonalidades avermelhadas.

Essa plantinha tão peculiar é originária de áreas tropicais das Américas Central e do Sul, principalmente o Brasil. O cacto macarrão, no entanto, vem da África ocidental, apesar de ser, de longe, o mais famoso por aqui.

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Na natureza, a ripsalis cresce sob a copa de grandes árvores – isso é bem comum de ver em áreas de mata atlântica. É fácil de encontrá-la pendendo dos troncos em canteiros e jardins pela cidade, dividindo espaço com orquídeas, que também se desenvolvem em árvores de grande porte.

Ela é ótima para plantar em xaxins e substratos bem aerados, como aqueles para orquídeas. Suas folhinhas tubulares conseguem armazenar água, então ela é excelente para quem ama verde, mas não sabe cuidar de plantas, porque não exige muitos cuidados.

Ideal para usar dentro de casa, pois ela adora sombra e meia-sombra e, apesar de ser uma planta tropical, resiste bem a baixas temperaturas.

Cuidados
Seus galhos costumam crescer bastante e acabam pendurando. Ou seja, impossível falar de ripsalis sem falar de jardim vertical. Ela é a planta mais adequada para você montar uma parede verde sem precisar ter muito trabalho para manter depois.

E sua folhagem cria uma espécie de cortina verde muito bonita! Minha sugestão é que você faça uma composição com orquídeas, já que elas gostam do mesmo substrato. Mas também fica lindo usar o cacto macarrão sozinho, criando um grande mural vivo e bem exuberante.

Também é legal explorar vasos suspensos espalhados pela casa. Como ela é tóxica para animais domésticos, essa seria a solução para não deixá-la ao alcance dos bichinhos, só tendo o cuidado de ir podando as pontas na medida em que eles vão chegando perto do chão.

Como todo cacto, a ripsalis também não pede muita água. Regue seu vaso de 2 a 3 vezes por semana, nunca encharcando a terra e, se for o caso, deixando escorrer o excesso de água.

Sabe aquela árvore bem antiga que fica num local sombreado, perto de sua casa ou no caminho para o trabalho? Dá uma olhada de perto nela e veja se não tem um ripsalis morando ali, com seus longos ramos bifurcados semelhantes a fios de espaguete de espinafre.

Do final do inverno ao início da primavera, suas folhas tubulares ficam cheias de diminutas flores brancas ou rosadas, de pétalas delicadas e translúcidas. Passadas algumas semanas, cada pequeno botão é substituído por um frutinho branco ou vermelho vivo, ainda mais ornamental do que as flores. Os passarinhos adoram esses frutos, que não são comestíveis para nós.

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Como cultivar o ripsalis ou cacto-macarrão
Cultivado a meia sombra em substrato bem arejado, o ripsalis também pode ser amarrado diretamente a um tronco de árvore.

Esse cultivo imita seu hábito epífito natural, de usar os galhos de outra espécie como suporte. Ao contrário do que se possa pensar, o cacto-macarrão não age como parasita, uma vez que não causa nenhum tipo de prejuízo para a árvore onde se instalou.

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Uma suculenta que resiste bem ao vento e meia-sombra
Por ter folhas capazes de armazenar água e nutrientes, essa espécie não é exigente quanto à água.

Outra vantagem é que resiste bem a vento e baixas temperaturas. Se ficou com vontade de ter um, aqui vai mais um empurrãozinho: para tirar uma muda, basta cortar um ramo com pelo menos uma raiz e plantar em substrato para orquídeas, de preferência nos meses de agosto e setembro.

Em pouco tempo você terá um macarrão verdinho, verdinho.

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