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Hylocereus megalanthus3

Trata-se de um fruto produzido por diversas espécies de cactáceas, de hábito epífito e pendente, cultivadas em vários países de clima tropical e subtropical, ao redor do mundo. De modo geral, acabam sendo genericamente chamados de pitayas os frutos produzidos por diferentes cactos do gênero Hylocereus.

A pitaya amarela também pode ser encontrada sob o nome científico Selenicereus megalanthus. O fruto produzido por esta espécie possui a casca amarela e a polpa branca. Ao contrário da variedade vermelha, que possui apenas escamas, a pitaia amarela apresenta diversos espinhos ao seu redor, longos e mais agressivos.

O nome da espécie, megalanthus, é uma latinização de duas palavras gregas que significam flor grande. De fato, a pitaya amarela é originária do processo de polinização das flores produzidas pelo Hylocereus megalanthus, que são brancas, de tamanho avantajado, figurando entre as maiores florações produzidas por cactáceas.

Como acontece com diversas outras espécies da família, as florações do cacto Hylocereus megalanthus acontecem durante a noite, apresentando uma curta duração.

Para que a pitaya amarela seja produzida, estas estruturas precisam ser polinizadas. No entanto, o interessante é que elas não dependem exclusivamente dos agentes polinizadores, geralmente insetos de hábito noturno ou morcegos.

Hylocereus megalanthus

Além da ação destes animais, esta cactácea pode sofrer um processo de autopolinização espontânea, frutificando por conta própria.

Embora seja conhecida no Brasil como pitaia amarela colombiana, esta cactácea também é originária de diversos outros países localizados ao norte da América do Sul, tais como Venezuela, Equador e Peru. A espécie Hylocereus megalanthus desenvolve-se sob a forma epífita, aderida aos troncos das árvores, em florestas tropicais, quentes e úmidas.

Por este motivo, e apesar de ser um cacto, a pitaya amarela não precisa ser plantada em um substrato específico para esta família botânica, geralmente arenoso e pobre em matéria orgânica.

Trata-se de uma planta de crescimento acelerado, que se desenvolve em solos férteis, que podem conter uma grande variedade de elementos, tais como terra vegetal, húmus de minhoca, esterco curtido, areia grossa, casca de pinus, carvão vegetal ou fibra de coco.

O importante é que o substrato permita uma boa circulação de ar ao redor das raízes epífitas da pitaya amarela. O material precisa ser pouco compactado, bem aerado e facilmente drenável.

O vaso de plástico é mais recomendado, neste caso, por garantir que o solo fique úmido por um período mais prolongado. Além disso, por ser mais leve, ele pode ser pendurado com maior facilidade e segurança. Lembrando que o Hylocereus megalanthus é um cacto epífito, de floresta, que apresenta um crescimento pendente, ficando perfeito em vasos suspensos.

Pitaya amarela

Embora seja mundialmente conhecida por ser um fruto comestível, a pitaya amarela também pode ser cultivada como planta ornamental. Seus caules formam grandes e volumosas touceiras, apresentando a vantagem de tolerarem ambientes de meia sombra, dentro de casas e apartamentos.

A pitaya amarela precisa de bastante luminosidade para se desenvolver e florescer, mas não requer sol direto, necessariamente. A planta pode ser mantida em um local próximo a uma janela ensolarada, podendo receber algumas horas de sol pleno no início da manhã ou final da tarde. Em coberturas, varandas e jardineiras externas, contudo, as chances de floração são maiores.

Para que a floração da pitaya amarela seja estimulada, é necessário fornecer um adubo mais rico em fósforo. Existem formulações específicas para este fim, à venda em lojas de jardinagem.

Este fertilizante pode ser intercalado com uma fórmula básica de manutenção, com níveis equilibrados de NPK. Sendo que o substrato já contém matéria orgânica, a adubação mineral torna-se apenas complementar. É sempre bom evitar o excesso de nutrientes, que tendem a se acumular no substrato, aumentando sua salinidade e prejudicando as raízes.

As regas do cacto Hylocereus megalanthus não precisam ser tão espaçadas quanto as requeridas pelas cactáceas de ambientes mais secos. O solo pode ser mantido sempre levemente úmido, sem que fique encharcado.

Embora seja uma planta tropical, esta cactácea tolera bem os ambientes com níveis mais reduzidos de umidade relativa do ar, frequentemente encontrados dentro de casas e apartamentos. Esta é outra vantagem para o seu uso como planta ornamental, neste tipo de ambiente.

Hylocereus_megalanthus1EDWARD

A multiplicação da pitaya amarela é bastante simples e rápida. Qualquer segmento cortado da planta principal irá se enraizar e produzir uma nova muda. No entanto, antes de colocar esta estaca na terra, é necessário esperar algumas horas, até que o corte fique cicatrizado. Este procedimento evita a contaminação do segmento por fungos e bactérias presentes no solo.

Os caules da pitaya amarela também podem ser utilizados na produção de enxertos, frequentemente servindo como cavalos para outras cactáceas de desenvolvimento mais lento, tais como cacto amarelo ou cacto cérebro. Diversas outras espécies de Hylocereus costumam ser usadas neste processo.

Por fim, visto que se trata de uma planta que produz frutos comestíveis, a pitaya amarela pode ser cultivada em locais acessíveis a crianças e animais de estimação, sem que haja o risco de acidentes com a ingestão da planta. Apenas é preciso tomar cuidado com os espinhos, principalmente aqueles que recobrem o fruto.

Como podemos ver, da pitaya amarela, tudo se aproveita. Seu aspecto vegetativo já é bastante ornamental, além de servir como sustentação para o cultivo de outras espécies. Adicionalmente, suas florações são enormes, brancas e belíssimas. Por fim, o fruto é exótico e saboroso.

águia

Senecio herreianus8

A suculenta colar de azeitona, também conhecida como suculenta colar de melancia, cujo  nome científico é Senecio herreianus, era antigamente conhecida pela quase impronunciável denominação Kleinia gomphophylla.

As  folhas do Senecio herreianus apresentam um formato fusiforme, com a superfície mais elíptica e alongada, assemelhando-se a uma bola de futebol americano, em miniatura.

As folhas da suculenta colar de azeitona têm uma superfície reduzida, devido ao formato cilíndrico, que visa diminuir a perda de água. Por outro lado, esta geometria dificulta a absorção de luz para a realização da fotossíntese.

Para contornar este problema, estas janelas translúcidas permitem que a luz atinja as células internas das folhas suculentas do Senecio herreianus, otimizando o processo de produção de energia.

O Senecio herreianus é originário da África, podendo ser encontrado vegetando em regiões quentes, secas e rochosas da Namíbia, mais ao sul do continente. Assim como diversos outros colares, esta é uma suculenta pertencente à família botânica Asteraceae.

A suculenta colar de azeitona ou melancia não é uma típica espécie de sombra. Embora possa ser cultivado dentro de casas e apartamentos, o Senecio herreianus precisa de bastante luminosidade, com algumas horas de sol pleno diariamente, para que possa se desenvolver bem e florescer. Em ambientes muito sombreados, a planta tende a ficar estiolada, com um grande distanciamento entre as folhas.

O melhor ambiente para o cultivo do colar de azeitona é aquele que apresenta uma condição de meia sombra, com bastante luz difusa e algumas horas de sol direto, no início da manhã ou final da tarde. Convém evitar expor a planta ao sol mais intenso, nas horas mais quentes do dia.

Senecio herreianus

Este é um belíssimo exemplo de suculenta pendente. No entanto, nas fases iniciais de desenvolvimento do colar de azeitona, convém evitar que o vaso fique com apenas um ou dois raminhos raquíticos pendurados. Seu crescimento será mais lento, desta forma.

O ideal é enrolar o caule da suculenta colar de azeitona sobre a superfície do vaso, dando várias voltas. Desta forma, os segmentos vão se enraizando e produzindo novas brotações, enchendo mais rapidamente o recipiente.

Somente após este procedimento, com uma touceira bem robusta, os ramos podem começar a pender para fora do vaso. Espécimes bem cultivados da suculenta colar de azeitona ficam belíssimos em vasos suspensos, assim como acontece com outros colares.

O Senecio herreianus aprecia um solo bem aerado, pouco compactado, de natureza mais arenosa. Esta condição pode ser obtida através da mistura de terra vegetal e areia grossa de construção, em partes iguais. Lembrando que a areia da praia não deve ser utilizada, por conter elevados níveis de salinidade, prejudiciais ao desenvolvimento das raízes do colar de azeitona.

Caso o cultivador prefira praticidade, pode adquirir substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, já prontos para o uso.

A suculenta colar de melancia pode ser cultivada em vasos de plástico ou barro, sem maiores problemas. Esta é uma espécie que não vai bem em terrários fechados ou bacias de suculentas, sem furos no fundo.

É importante que os recipientes tenham um bom sistema de drenagem, que pode ser composto por argila expandida ou pedrisco. Uma manta geotêxtil, posicionada por cima desta camada, ajuda a reter o substrato, impedindo que ele escoe junto com a água das regas.

As irrigações do Senecio herreianus devem ser moderadas, de modo a permitirem que o substrato seque completamente, durante os intervalos entre as regas.

senecio_herreianus_01

Podemos perceber que o momento de dar água chegou através do peso do vaso, que se torna mais leve, quando o solo em seu interior está bem seco. Além disso, podemos fazer a aferição do nível de umidade com a ponta do dedo, pressionando levemente a terra.

A adubação da suculenta colar de azeitona deve ser bem leve, de manutenção, do tipo NPK. Esta é uma planta habituada a solos pouco férteis, de modo que uma fórmula desenhada para a nutrição de cactos e suculentas é suficiente para garantir um bom desenvolvimento e floração da planta.

Convém evitar o excesso de nitrogênio na fertilização, já que este elemento estimula a formação de tecidos vegetais mais estiolados e frágeis.

A suculenta colar de azeitona pode ser multiplicada facilmente, através de segmentos retirados da planta mãe. Há quem coloque estas pequenas estacas em recipientes com água, para que produzam novas raízes.

Senecio_herreianus6314

No entanto, basta colocá-las na terra, em um vaso preparado com o substrato adequado, para que enraízem e gerem novas mudas.

É importante manusear esta planta com cuidado, já que as folhas são bastante frágeis. Durante os replantes, principalmente, a tendência é que o colar de azeitona fique todo desmantelado. Sendo assim, é sempre bom evitar intervenções muito drásticas.

Embora a suculenta colar de azeitona não seja considerada uma planta venenosa, existem estudos que identificaram algum grau de toxicidade nas folhas desta e de diversas outras espécies de Senecio, principalmente se ingeridas em grande quantidade.

Portanto, é sempre bom manter o Senecio herreianus longe do alcance de crianças e pets. Por ser uma planta geralmente cultivada em vasos suspensos, esta é uma tarefa bem tranquila.

queda

Sedum hemsleyanum19

A suculenta colar de princesa pertence à família Crassulaceae. Ao contrário de outros colares, cujos caules possuem um aspecto pendente, o Sedum hemsleyanum apresenta um porte mais ereto.

Suas rosetas vão se alongando verticalmente, à medida que o espaçamento entre suas folhas vai aumentando. Com o tempo, pequenas brotações em forma de novas rosetas começam a surgir, na porção basal dos caules.

As folhas suculentas do colar de princesa são recobertas por uma delicada penugem, que tem a função de proteger estas estruturas contra a perda de água. Originalmente verdes, as folhas do Sedum hemsleyanum podem assumir uma coloração avermelhada, quando expostas a condições de bastante luminosidade e baixas temperaturas.

Esta é uma espécie mexicana, nativamente encontrada nos estados de Oaxaca, Hidalgo e Veracruz, entre outros, localidades conhecidas por sua grande população de plantas suculentas, cultivadas ao redor do mundo, com fins ornamentais.

Apesar do apelido glamoroso, a suculenta colar de princesa produz flores pequenas e discretas, que surgem durante o inverno. No entanto, quando a planta é cultivada em locais mais sombreados, dentro de casas e apartamentos, é improvável que suas florações ocorram.

Assim como a maioria das espécies pertencentes ao gênero Sedum, a suculenta colar de princesa precisa de bastante luminosidade, apreciando locais que recebam várias horas de sol pleno, diariamente. Ainda assim, é possível cultivá-la em ambientes internos, desde que o vaso fique posicionado próximo a uma janela ensolarada, preferencialmente face norte.

Além disso, áreas externas de apartamentos, como varandas, coberturas e jardineiras nas janelas, são excelentes locais para o cultivo do Sedum hemsleyanum.

Sedum hemsleyanum9

Embora sobreviva em locais sombreados, a suculenta colar de princesa pode ficar estiolada, mais fina e comprida, com um grande espaçamento entre as folhas, devido à busca por mais luminosidade.

Esta é uma espécie adaptada à vida em locais de clima quente e seco, vivendo sobre solos arenosos e rochosos, pouco férteis. Sendo assim, é melhor plantar a suculenta colar de princesa em um substrato constituído por terra vegetal e areia grossa de construção, em partes iguais.

Lembrando que a areia da praia não é apropriada para esta finalidade, por conter elevados níveis de salinidade, prejudiciais ao desenvolvimento das raízes da planta.

A suculenta colar de princesa também pode ser cultivada em solos próprios para cactos e suculentas, vendidos prontos para o uso, em lojas de jardinagem e garden centers. Tanto a opção caseira como a comercial devem proporcionar uma boa aeração em torno das raízes e uma rápida drenagem da água proveniente das regas.

A espécie Sedum hemsleyanum deve ser regada de forma bastante espaçada, apenas quando o substrato estiver completamente seco ao toque. Podemos perceber que o momento de realizar uma nova irrigação chegou quando o vaso estiver bem leve, significando que o solo em seu interior já perdeu bastante água.

Como a suculenta colar de princesa não tolera o excesso de umidade em torno de suas raízes, é sempre recomendável evitar o uso do pratinho sob o vaso.

Também é importante lembrar-se de reduzir ainda mais a frequência das regas durante o inverno, quando a evaporação é menor e o metabolismo da planta encontra-se menos ativo. Neste período, a adubação do colar de princesa também pode ser suspensa.

Durante os meses mais quentes do ano, na primavera e verão, uma adubação básica, do tipo NPK, pode ser fornecida ao Sedum hemsleyanum, utilizando metade da dose recomendada pelo fabricante.

Sedum hemsleyanum6

Convém sempre evitar o excesso de fertilização, já que os sais minerais presentes nos adubos inorgânicos tendem a se acumular no substrato, causando danos às raízes. A suculenta colar de princesa não precisa de uma adubação orgânica, já que está adaptada à vida em solos pouco férteis.

Também é importante evitar o excesso de nitrogênio nas formulações dos adubos fornecidos ao Sedum hemsleyanum. Embora este elemento estimule a multiplicação das células vegetais, este processo acaba resultando em plantas estioladas, com tecidos mais frágeis.

A suculenta colar de princesa pode ser plantada em vasos de plástico ou barro, desde que tenham furos no fundo e uma camada de drenagem, composta por argila expandida ou pedrisco.

É importante adequar a frequência das regas ao material escolhido para o recipiente. Vasos de terracota, por serem mais porosos, permitem que o substrato em seu interior seque mais rapidamente. Já os recipientes de plástico tendem a reter a umidade por mais tempo, de modo que um cuidado redobrado em relação às regas deve ser tomado, neste caso.

Como acontece com todos os representantes do gênero, a multiplicação do Sedum hemsleyanum é bastante rápida e fácil. Novas mudas da planta podem ser obtidas a partir de uma única folha, destacada da planta principal e colocada em um berçário de suculentas. Além disso, as rosetas que surgem espontaneamente podem ser removidas e plantadas separadamente.

Sedum hemsleyanum

No entanto, o processo mais rápido é a estaquia. Basta remover segmentos da planta mãe, aguardar algumas horas, até que o corte fique bem cicatrizado, e plantar as estacas em um novo vaso. Existe a possibilidade de colocá-las previamente em um recipiente com água, para que enraízem.

As espécies do gênero Sedum não costumam ser listadas como plantas tóxicas. Ainda assim, convém manter a suculenta colar de princesa longe do alcance de crianças e pets, simplesmente porque trata-se de uma planta muito frágil.

Se não for manuseado com cuidado, o Sedum hemsleyanum pode ficar todo desmantelado, perdendo suas preciosas contas em forma de roseta, tão características da espécie.

outono

orquídea pleurothallis

Ainda que produzam, via de regra, flores cujos diâmetros não ultrapassam um centímetro, as  micro orquídeas são amplamente apreciadas e cultivadas, mundo afora.

Bem diferentes dos tradicionais exemplares híbridos que encontramos no mercado, geralmente parecidos com grandes repolhos, estas miniaturas de orquídeas precisam ser observadas com o auxílio de uma lupa, para que toda a sua beleza e complexidade seja devidamente percebida. É o caso do gênero Pleurothallis, que conheceremos a seguir.

Trata-se do segundo mais populoso gênero botânico, dentro da família Orchidaceae, atrás apenas do gênero Bulbophyllum, com mais de mil espécies descritas.

No entanto, ao longo dos anos, diversos taxonomistas vêm propondo mudanças quanto à classificação das orquídeas Pleurothallis, de modo que, atualmente, existe uma grande confusão a este respeito.

Ainda que sejam geralmente conhecidas como micro orquídeas, as diferentes espécies de Pleurothallis apresentam uma imensa variabilidade em seus tamanhos e hábitos vegetativos. Podemos encontrar representantes minúsculos ou de grande porte, vegetando como plantas epífitas, sobre os troncos das árvores, ou diretamente no solo, como orquídeas terrestres.

Existem espécies de Pleurothallis que possuem um porte ereto, com pseudobulbos em forma de cana, atingindo até 1 m de altura. Também podemos encontrar orquídeas pendentes ou com o hábito de trepadeiras, além de outras que se desenvolvem sob a forma de tufos tão pequenos e delicados que lembram musgos.

De modo geral, as flores produzidas pelas orquídeas Pleurothallis apresentam dimensões reduzidas. Todas possuem, tipicamente, duas polínias, que são estruturas esféricas, compostas por milhões de grãos de pólen, unidos em uma massa cerosa e compacta.

As orquídeas do gênero Pleurothallis ocorrem exclusivamente no Novo Mundo, sendo plantas tipicamente de clima tropical. As diversas espécies encontram-se distribuídas desde o México, na América do Norte, passando pela América Central, e chegando à América do Sul. Existem muitas espécies brasileiras, nativas da Mata Atlântica, principalmente nos estados das regiões sul e sudeste do país.

Pleurothallis sonderana

É o caso da espécie Pleurothallis sonderana, cuja foto ilustra este artigo. Esta é uma das orquídeas que tiveram suas nomenclaturas alteradas, sendo atualmente chamada de Acianthera sonderana.

Trata-se de uma típica micro orquídea, uma das mais conhecidas do gênero, sendo nativamente encontrada desde o estado de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Exemplares também podem ser encontrados no Uruguai e Argentina.

Também vale destacar as espécies Pleurothallis sonderana, Pleurothallis recurva e Pleurothallis pubescens, bastante presentes nas coleções, todas atualmente transformadas em Acianthera. Acredita-se que o centro de distribuição do gênero Pleurothallis esteja na cordilheira dos Andes, em florestas localizadas na Colômbia.

Sendo um gênero tão plural e taxonomicamente controverso, é imprescindível saber com exatidão qual é a espécie que estamos tentando cultivar, para que as condições mais apropriadas e semelhantes àquelas encontradas em seus habitats de origem possam ser fornecidas.

A maioria das espécies de Pleurothallis aprecia temperaturas amenas, não muito quentes, não muito frias. De modo geral, são orquídeas de hábito epífito, de porte reduzido, adaptadas à vida sobre os troncos das árvores, em ambientes mais sombreados e com elevados níveis de umidade relativa do ar.

Via de regra, o cultivo de Pleurothallis é perfeitamente possível dentro de casas e apartamentos, que têm a temperatura agradável e constante, ao longo de todo o ano, com uma luminosidade difusa e indireta.

Em ambientes internos, os principais cuidados a serem tomados referem-se à circulação de ar, que deve ser constante, sem a incidência de ventos excessivos, e aos níveis de umidade relativa do ar, que devem ser mantidos em valores superiores a 60%.

A orquídea Pleurothallis não se desenvolve bem em cômodos que sofram a ação de aquecedores ou aparelhos de ar condicionado, que tendem a tornar o clima muito seco.

Diversos procedimentos podem ser colocados em prática, para que mais umidade no ambiente possa ser fornecida à orquídea Pleurothallis. Aparelhos umidificadores de ar, aquários e fontes de água são boas soluções.

Pleurothallis-grobyi

Além disso, bandejas umidificadoras, contendo uma camada de areia ou pedrisco e uma lâmina de água no fundo, ajudam a proporcionar um microclima mais saudável no entorno da planta. O fundo do vaso apoia-se sobre este aparato, sem entrar em contato direto com a água, que sobe lentamente através de capilaridade e evaporação.

As espécies epífitas de Pleurothallis podem ser cultivadas em troncos de árvores, pedaços de madeira, cascas de peroba, entre outros materiais. Em vasos, o substrato frequentemente utilizado, para micro orquídeas, é o musgo sphagnum, uma vez que suas fibras são capazes de reter uma grande quantidade de água, sem deixar as raízes encharcadas. Misturas contendo sphagnum, perlita ou isopor também resultam em bons substratos.

Os vasos de plástico são mais recomendáveis para o cultivo da orquídea Pleurothallis, já que este material ajuda a reter a umidade no substrato. É importante que o recipiente seja bem pequeno, proporcional ao tamanho da planta.

Vasos grandes demais requerem mais substrato para o seu preenchimento, o que causa um excesso de umidade ao redor das raízes, por um período demasiadamente prolongado.

A adubação da orquídea Pleurothallis pode ser orgânica, inorgânica ou mista, dependendo das preferências de cada cultivador.

Pleurothallis-adenochila

Os adubos minerais, do tipo NPK, já apresentam formulações próprias para o cultivo de orquídeas, em suas diferentes fases de desenvolvimento. Fertilizantes de manutenção e floração podem ser administrados, de forma alternada, sempre utilizando-se metade da dose recomendada pelos fabricantes.

O excesso de adubação, principalmente inorgânica, causa um acúmulo de sais minerais no substrato, prejudicando o desenvolvimento das raízes.

A  propagação da orquídea Pleurothallis pode ser feita através da divisão de suas touceiras. Já a reprodução através de sementes é mais complexa, uma vez que necessita da simbiose destas estruturas com fungos encontrados nas raízes das plantas adultas. Na prática, o mais comum é que este processo seja desenvolvido em condições laboratoriais, in vitro.

Por serem plantas mais delicadas, as espécies pertencentes ao gênero Pleurothallis apresentam um cultivo mais desafiador, principalmente em condições domésticas e urbanas. Ainda assim, é possível obter belíssimas florações, mesmo em ambientes internos, já que suas exigências quanto à luminosidade são menores.

névoa