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Posts para categoria ‘Orquídeas e Bromélias’

vanda amarela

O gênero Vanda é relativamente pequeno, dentro da família Orchidaceae. Ele é composto por aproximadamente 80 espécies, que ocorrem naturalmente em diferentes localidades na região sudeste do continente asiático, bem como em algumas ilhas do Pacífico.

Atualmente, a Tailândia está entre os principais países produtores e exportadores da orquídea Vanda, fornecendo inúmeras espécies, variedades e híbridos ao mercado consumidor mundial.

De forma mais abrangente, no entanto, diversos outros gêneros e espécies de  orquídeas são informalmente chamados de Vanda, por pertencerem à mesmo tribo botânica, Vandeae. Neste contexto, são exemplos de vandáceas as orquídeas dos gêneros Aerides, Ascocentrum, Renanthera, Rhynchostylis, entre muitos outros.

Em comum, todas estas orquídeas apresentam um crescimento monopodial, produzindo novas folhas a partir de um único ponto apical, umas sobre as outras. Outras características típicas das orquídeas Vanda são a ausência de pseudobulbos e o hábito epífito de vida.

Mais do que qualquer outra orquídea, a Vanda é mundialmente conhecida por emitir uma grande quantidade de raízes aéreas, que atingem grandes comprimentos. Por este motivo, é muito comum que as vandáceas sejam cultivadas em ausência de vasos e substratos, apenas acondicionadas em suportes suspensos, com as raízes pendentes.

Outro grande atrativo, para aqueles que cultivam a orquídea Vanda, é sua capacidade de florescer várias vezes ao ano. Suas inflorescências são grandes e vistosas, sendo que algumas espécies e híbridos apresentam a característica especial de produzirem flores perfumadas.

Além disso, a Vanda é uma das poucas orquídeas capazes de produzir flores azuladas. De modo geral, são híbridos descendentes da espécie Vanda coerulea. O pigmento encontrado nesta orquídea não é verdadeiramente azul, mas a combinação de diferentes tons de púrpura acaba produzindo flores com uma intensa tonalidade azulada.

Apenas lembrando que outra vandácea comumente encontrada no mercado, a Phalaenopsis Blue Mystique, é uma orquídea azul colorida artificialmente. Nas próximas florações, ela volta à sua coloração original, que é branca.

A cor azul é tão rara no reino vegetal que a Vanda coerulea encontra-se, atualmente, sob risco de extinção, em seu habitat de origem. Assim como acontece no Brasil, a coleta e comercialização de orquídeas nativas é proibida, em muitos países do sudeste asiático, onde a orquídea Vanda é encontrada na natureza.

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Dentre os híbridos azulados mais famosos, podemos citar a Vanda Sansai Blue e Vanda Pachara Delight.

Outra cor rara entre as orquidáceas é a vermelha. Na aliança Vanda, a representante mais famosa por produzir flores vermelhas é a Renanthera coccinea. Além desta espécie, há alguns híbridos de Ascocentrum, outra vandácea, capazes de produzir flores avermelhadas.

As orquídeas amarelas do gênero Vanda, por sua vez, costumam ser descendentes da espécie Vanda dearei. É o caso da Vanda híbrida apresentada na foto de abertura deste artigo. Belíssimos híbridos da orquídea Vanda, na coloração amarela, são a Vanda Kultana Gold e Vanda Fuchs Gold.

Mas as possibilidades de cores nas flores das orquídeas Vanda são praticamente infinitas, graças à intensa hibridização e melhoramento genético que vêm sendo efetuados ao longo dos anos.

Há Vandas com flores brancas, amarelas, alaranjadas, em diversos tons de púrpura, pink, azuladas e avermelhadas. Muitas delas possuem o característico padrão pintalgado em suas imensas flores arredondadas, que costumam durar entre duas a três semanas.

O sucesso da orquídea Vanda como planta ornamental é tamanho que, há alguns anos, os produtores começaram a cultivá-la com o intuito de fornecer flores de corte ao mercado consumidor.

Muitas orquídeas, genericamente comercializadas no mercado apenas como Vandas, são na realidade híbridos intergenéricos. Isto significa que estas orquídeas descendem de outros gêneros, tais como Ascocentrum e Rhynchostylis, por exemplo.

Sendo assim, temos a Ascocenda, que é fruto do cruzamento entre Ascocentrum e Vanda. Vandacostylis, por outro lado, descende de Vanda e Rhynchostylis. Aranda é outro híbrido primário, descendente dos gêneros Arachnis e Vanda.

Já o gênero trigenérico Mokara é resultante da mistura entre Arachnis, Ascocentrum e Vanda. Indo mais além, o híbrido intergenérico Darwinara é ainda mais complexo, fruto do cruzamento envolvendo quatro gêneros diferentes: Ascocentrum, Neofinetia, Rhynchostylis e Vanda. Como podemos constatar, as possibilidades são infinitas.

O cultivo da orquídea Vanda é bastante simples, mas pode tornar-se um desafio, dependendo das condições climáticas de cada localidade. Por ser uma planta tipicamente tropical, originária de florestas quentes e úmidas do sudeste asiático, a Vanda não se desenvolve bem em regiões que apresentam temperaturas mais baixas.

Além disso, como é cultivada com as raízes pendentes, sem substrato, esta orquídea sofre quando os níveis de umidade relativa do ar são muito reduzidos.

Dentre todas as orquídeas epífitas, a Vanda é a que mais se ressente quando suas raízes ficam abafadas, acondicionadas em vasos com substrato. Por este motivo, é comum o cultivo da orquídea Vanda em pequenos cestos vazados e suspensos, que podem ser de plástico ou madeira, de modo que as raízes fiquem completamente livres, pendentes.

Vanda-Coerulea

Também há quem apenas prenda a Vanda em uma haste de metal, de forma a mantê-la pendurada. Qualquer outro tipo de cultivo que abafe as raízes da orquídea Vanda deve ser evitado, a todo custo. Caso fiquem úmidas por muito tempo, estas estruturas apodrecem rapidamente, matando a planta por desidratação.

Quando cultivada da forma correta, com as raízes aéreas, as regas da orquídea Vanda devem ser bastante frequentes. Em ambientes mais secos, ou com ventilação excessiva, as irrigações podem ser efetuadas mais de uma vez por dia.

O ideal é borrifar apenas as raízes, evitando-se molhar as folhas. Caso a água fique acumulada nos interstícios, pode causar o apodrecimento destas estruturas. Este cuidado é ainda mais importante durante os meses de outono e inverno.

As regas da Vanda devem ser intensas, de modo que o velame em torno das raízes passe da coloração branca, quando está seco, para um aspecto esverdeado, indicando que a raiz foi completamente hidratada.

É muito comum que as orquídeas do gênero Vanda sejam cultivadas sobre pequenos lagos ou tanques de peixes. Desta forma, a umidade é constantemente fornecida às raízes, sem encharcá-las diretamente.

Quando mantidas em estufas, frequentemente estes espaços não têm um piso de concreto, de modo que a terra úmida ajuda a proporcionar um ambiente saudável para o cultivo destas orquídeas. Também vale a pena manter bromélias e samambaias, na parte inferior do orquidário, pelo mesmo motivo.

Em ambientes fechados, protegidos de correntes de vento, vale a pena utilizar umidificadores de ar, para um melhor cultivo da orquídea Vanda. Alguns americanos conseguem a proeza de cultivar Vandas no porão, embaixo da casa, com iluminação artificial, circuladores e umidificadores de ar.

A orquídea Vanda aprecia elevados níveis de luminosidade. Embora haja espécies que tolerem o sol pleno, o ideal é proteger estas orquídeas com uma tela de sombreamento, geralmente capaz de filtrar 50% dos raios solares incidentes.

Desta forma, as folhas ficam livres das queimaduras, que podem ocorrer nas horas mais quentes do dia, principalmente durante os meses do verão. Quanto mais luz puder ser fornecida à Vanda, sem que suas folhas se queimem, mais abundantes e frequentes serão suas florações.

Vanda-Dearei

No inverno, os cuidados com a orquídea Vanda devem ser redobrados. Isto porque, se submetida a temperaturas muito baixas, a Vanda pode entrar em dormência, deixando de produzir novas folhas, raízes e flores. Seu metabolismo somente voltará ao normal quando as condições se tornarem mais favoráveis, com o aumento das temperaturas.

Portanto, o ideal é que o ambiente de cultivo tenha algum tipo de aquecimento, durante o inverno mais rigoroso. Sei de pessoas que se dão ao trabalho de colocar as orquídeas Vanda dentro de casa, durante as noites mais frias do inverno. Além disso, durante este período, as regas devem ser reduzidas.

Deve-se evitar molhar folhas e flores, sob condições de temperaturas mais baixas. O excesso de umidade pode causar a proliferação do fungo Botrytis cinerea, que ocasiona manchas amarronzadas nos tecidos florais. Embora não ofereça risco à vida da Vanda, esta praga danifica as flores, arruinando sua aparência.

Em qualquer época do ano, mas principalmente durante os meses mais frios, o excesso de vento pode causar a desidratação da orquídea Vanda. Portanto, é muito importante que ela seja cultivada em um local mais protegido, que tenha uma ventilação controlada, apenas para garantir que as raízes possam secar ao longo do dia.

Durante o inverno, é importante regar apenas no início da manhã, de forma que haja tempo hábil para que o excesso de umidade seja evaporado, no decorrer do dia.

A adubação da orquídea Vanda deve ser mais intensa e elaborada. Esta exigência decorre do seu metabolismo mais acelerado e de suas florações mais frequentes, ao longo do ano. Como está sempre produzindo novas raízes, folhas e flores, a Vanda precisa de uma dose mais reforçada de nutrientes.

Além disso, como suas raízes são aéreas, não ficam em contato direto com nenhum material, o que faz com que qualquer adubação seja rapidamente eliminada com as próximas regas.

Por este motivo, a adubação orgânica somente faz sentido se for líquida, o que não é tão comum. De maneira geral, os adubos solúveis do tipo NPK, com macro e micronutrientes, utilizados de forma mais frequente e diluída, proporcionam bons resultados no cultivo da orquídea Vanda.

Pode-se, por exemplo, preparar soluções com metade ou um quarto da dose recomendada pelo fabricante, e aplicá-la semanalmente. Além do nitrogênio, fósforo e potássio do NPK, é importante que as formulações tenham cálcio e enxofre. Esta adubação química pode ser alternada com algum fertilizante orgânico, desde que possa ser aplicado sob a forma líquida, com pulverizador.

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Embora seja uma orquídea resistente, a Vanda costuma ser considerada de difícil cultivo, devido às suas exigências por um ambiente com bastante luminosidade e umidade. O primeiro indício de que algo não vai bem com a Vanda é o amarelamento e ressecamento das suas folhas, principalmente as mais próximas às raízes, na parte de baixo da planta.

É muito comum vermos Vandas que vão perdendo as folhas, de baixo para cima, ficando cada vez mais pescoçudas, até que acabam morrendo. Este é um sintoma de desidratação, que pode ocorrer tanto por falta de regas ou de umidade no ambiente, como por excesso de água nas raízes, por um período muito prolongado.

Na tentativa de salvar a orquídea Vanda, muitos cultivadores recorrem a tubetes com água levemente adubada, estrategicamente presos às pontas das raízes. No entanto, o procedimento mais correto e eficaz é simplesmente aumentar os níveis de umidade relativa do ar, no ambiente de cultivo.

É por este motivo que as condições aqui na sacada do apartamento são tão desafiadoras ao cultivo de Vandas, uma vez que o excesso de ventos retira toda a umidade do ambiente, causando uma frequente desidratação da orquídea, que não possui a proteção de um vaso ao redor das suas raízes.

Sob condições ideais de temperatura e pressão, no entanto, o cultivo da orquídea Vanda é bastante tranquilo e recompensador, dadas as suas abundantes e frequentes florações. O único inconveniente, quanto ao seu crescimento monopodial, é a dificuldade de propagação. Talvez por este motivo, a Vanda ainda seja uma orquídea de custo mais elevado.

Vanda-Sanderana-Alba

Diferentemente das tradicionais orquídeas que se desenvolvem de forma simpodial, emitindo novos pseudobulbos em diversas frentes de crescimento, a Vanda somente cresce para cima, sendo impossível dividi-la.

Como a multiplicação através de sementes de orquídeas é um processo bastante complicado e demorado, particularmente no caso da Vanda, cuja trajetória da semente até as flores pode levar dez anos, a única alternativa mais viável de propagação da Vanda é através de eventuais keikis. Trata-se de uma palavra havaiana que significa bebê.

A orquídea Vanda pode, ocasionalmente, produzir pequenos brotos laterais, a partir dos mesmos pontos que produzem as hastes florais. No entanto, este não é um processo líquido e certo, dependendo muito da sorte.

Vandopsis1

Há quem diga que a orquídea produz keikis quando sente que sua vida está em perigo. Desta forma, as novas brotações seriam uma forma de garantir a perpetuação da planta.

Ainda que não seja a orquídea ideal para quem mora em apartamentos, a Vanda possui uma beleza que encanta a todos, a um tal ponto que algumas tentativas podem ser feitas.

orquídea abrindo

Maxillaria schunkeana

A espécie em destaque no artigo de hoje, Maxillaria schunkeana, embora popularmente chamada de orquídea negra, apresenta minúsculas flores acastanhadas, bem escuras, cuja coloração lembra a do pinhão.

Olhando com atenção, percebemos os traços da coloração avermelhada, púrpura, que cobre as pétalas, sépalas e labelo desta aparente orquídea negra. De longe, é muito fácil confundir as flores desta micro orquídea com pequenas moscas.

Existem outros exemplos de orquídeas negras, mas tratam-se de híbridos produzidos através de intensivos processos de seleção e melhoramento genético. Posteriormente, diversos outros híbridos, com flores de aparência ainda mais negra, foram produzidos por orquidários americanos.

Estas orquídeas negras são bastante cobiçadas pelos colecionadores, atingindo cifras vultosas no mercado brasileiro e internacional.

Muito mais acessível, genuinamente brasileira, e criada exclusivamente pelas leis da seleção natural, é a nossa orquídea negra de hoje, Maxillaria schunkeana. Ao contrário dos exemplos anteriores, que são híbridos, esta é uma espécie naturalmente encontrada nas florestas úmidas e tropicais do estado do Espírito Santo.

Trata-se de uma orquídea de pequeno porte, que forma delicadas touceiras de hábito epífito, podendo ser informalmente considerada uma micro orquídea.

Por ser uma orquídea negra de pequeno porte, com florações quase imperceptíveis, a Maxillaria schunkeana não é tão valorizada, sob o ponto de vista comercial. Sendo assim, é mais difícil encontrá-la no mercado.

Como a coleta de orquídeas nativas é proibida por lei, no Brasil, os exemplares disponíveis para os colecionadores precisam ser produzidos a partir de técnicas laboratoriais, frutos da germinação de sementes de orquídeas, in vitro.

Maxillaria-schunkeana

Ainda assim, devido às deficiências de fiscalização, é muito comum encontrarmos esta orquídea negra sendo vendida clandestinamente, nas calçadas em frente às exposições de orquídeas, resultante da coleta ilegal de exemplares nativos.

Por ser tão exótica, de pequeno porte, e caber em qualquer lugar, esta orquídea negra pode parecer uma boa opção para quem mora em apartamentos. No entanto, este ambiente de cultivo apresenta o problema de ser seco demais.

A Maxillaria schunkeana aprecia elevados níveis de umidade relativa do ar, como ocorre em seu habitat de origem. Esta micro orquídea está acostumada à vida sobre os troncos das árvores, protegida dos raios solares diretos pelas copas destas plantas. Trata-se de um ambiente típico das florestas tropicais, sombreadas, com bastante umidade e boa ventilação.

Neste contexto, os cultivadores domésticos buscam mimetizar esta condição natural, em seus ambientes. Sendo assim, é muito comum encontrarmos esta orquídea negra sendo cultivada em pedaços de madeira, troncos cortados ou cascas de árvore, com as raízes expostas, de uma forma semelhante à condição epífita vivenciada na natureza.

No entanto, este modo de cultivo da Maxillaria schunkeana exige que o ambiente apresente bons índices de umidade relativa do ar, já que as raízes tendem a secar muito rapidamente. Dependendo das condições climáticas, pode ser necessário irrigar a orquídea negra várias vezes ao dia, estando ela montada neste tipo de substrato.

Para facilitar o cultivo da orquídea negra negra, uma alternativa interessante é recorrer ao uso de vaso e substrato. Como o objetivo é reter a umidade por um período mais prolongado, o ideal é escolher vasos de plástico, de tamanho pequeno.

Os vasos de barro tendem a secar mais rapidamente, exigindo uma frequência maior de regas. Como se trata de uma micro orquídea, é importante que as dimensões do vaso sejam condizentes com o tamanho da planta.

Maxillaria schunkeana8

Vasos grandes demais precisam de mais substrato para serem preenchidos, o que leva a uma umidade excessiva, por um período mais prolongado, em torno das raízes da orquídea negra.

O substrato para o cultivo da Maxillaria schunkeana pode apresentar as mais diversas composições. Cada cultivador acaba escolhendo a mistura ideal para seu ambiente de cultivo e hábitos de rega.

A primeira escolha, mais comumente adotada, é a clássica receita para orquídeas epífitas, composta por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. No caso da orquídea negra, como a ideia é aumentar a umidade, pode-se adicionar a este substrato básico o musgo sphagnum. Há quem prefira utilizar este material puro, principalmente no cultivo de orquídeas de menor porte.

Qualquer que seja o material escolhido, as regas das orquídeas negra precisam ser efetuadas com critério. O ideal é que elas sejam espaçadas, de modo a dar tempo para que o substrato seque, entre uma irrigação e outra.

A predileção da Maxillaria schunkeana por um ambiente mais úmido não se traduz em uma frequência excessiva de regas. Como toda orquídea epífita, suas raízes podem sofrer o ataque de fungos e bactérias, caso sejam mantidas úmidas por muito tempo.

O aumento dos níveis de umidade relativa do ar, principalmente dentro de casas e apartamentos, pode ser obtido com o uso de umidificadores de ambiente. Alternativamente, fontes de água, ou tanques e aquários, podem melhorar a qualidade do ar, no ambiente de cultivo desta orquídea negra.

Outra solução interessante, no caso de interiores, é o uso de bandejas umidificadoras, que nada mais são do que recipientes com uma camada de areia, brita ou argila expandida, que encobre uma lâmina de água no fundo.

orquídeanegra

O importante é que o vaso com a Maxillaria schunkeana não fique em contato direto com a água, apenas beneficiando-se da umidade extra que sobe por evaporação.

Esta orquídea negra não necessita de níveis intensos de luminosidade para se desenvolver e florescer. Qualquer ambiente sombreado, que receba luz difusa, indireta, é suficiente para o cultivo da Maxillaria schunkeana.

Dentro de casas e apartamentos, o ideal é que a planta fique próxima a uma janela com boa iluminação, como as aberturas face norte, por exemplo. Em varandas e áreas mais ensolaradas, principalmente as de face oeste, que recebem todo o sol da tarde, é preciso que a orquídea negra seja protegida por uma tela de sombreamento ou cortina fina.

Existe uma imensa gama de métodos para fertilizar e nutrir a orquídea negra. Há aqueles cultivadores que preferem a adubação orgânica, frequentemente constituída por farinha de osso, torta de mamona ou bokashi.

Por outro lado, há quem dê prioridade à adubação química ou inorgânica, do tipo NPK, contendo macro e micronutrientes.

Maxillaria schunkeana

Uma última opção, por ser mais prática, pode-se alternar formulações para manutenção (níveis equilibrados de NPK) com adubos para floração (níveis maiores de fósforo, P), fazendo aplicações semanais, com metade da dose recomendada pelo fabricante. Desta forma, evita-se  o acúmulo de sais minerais provenientes dos fertilizantes, no substrato.

Ainda que não produza aquelas vistosas cascatas de orquídeas negras, das Catasetinaes mais valiosas, a espécie Maxillaria schunkeana tem lá seu charme, sendo bastante apreciada pelos colecionadores, principalmente os apaixonados por micro orquídeas. Trata-se de uma pequena jóia da flora brasileira, delicada e misteriosa, como toda orquídea negra deve ser.

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bromélia

As bromélias pertencem à família das Bromeliaceae e têm origem nas Américas, principalmente a do Sul, nas regiões tropicais e subtropicais. É possível dizer que elas são nativas do Brasil. Há cerca de 3 mil espécies apenas no nosso país.

Essa planta tem a capacidade de se adaptar a diversos tipos de ambientes, sendo encontrada em variadas regiões climáticas. Está presente no litoral, em florestas úmidas e em climas secos ou úmidos.

Tipos de bromélias
Como já mencionado, existe uma grande variedade de exemplares de bromélias. Para você conhecer um pouco de algumas delas e escolher a que mais gosta para ter em casa, confira alguns  tipos a seguir.

Bromélia Ananas Comosus

Bromélia Ananas Comosus
Essa bromélia é conhecida popularmente como abacaxi ornamental devido aos espinhos presentes nela. Por isso, não deixe de usar luvas ao manipulá-la para evitar machucados nas mãos.

Ela gosta bastante de luminosidade, então, pode ser cultivada em sol pleno, mas também aceita meia-sombra. Precisa de regas regulares e de um solo fértil, sendo necessária a adubação.

Bromélia Aechmea

Bromélia Aechmea Espécie bastante popular para cultivo devido às flores rosadas e azuis e às folhas com estrias verticais em tons de verde. Ela é chamada popularmente de Aequimea.

É possível cultivar essa bromélia em vaso porque ela tem porte médio. Basta manter a terra úmida e escoar a água no vaso para evitar que o substrato fique encharcado.

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Bromélia Imperial
Essa é a espécie de bromélia mais popular e cultivada em jardins devido às folhas grandes e largas de coloração esverdeada e avermelhada. O formato de roseta cria um “vaso” no centro da planta. Quando adulta, ela pode chegar a 1,5 m de diâmetro, mas esse processo pode levar até 10 anos.

A bromélia Imperial é muito popular, mas está na lista das espécies ameaçadas de extinção. Por isso, não compre ou retire mudas da natureza! As plantas só devem ser adquiridas de viveiros certificados pelo IBAMA.

Como fazer muda de bromélia?
Para saber como fazer muda de bromélia, é necessário encontrar uma planta adulta, chamada de planta-mãe, que esteja saudável e com bom aspecto físico.

Durante ou após a floração, as bromélias produzem um ou mais brotos que ficam na parte lateral e podem ser utilizados como mudas. Eles devem ser retirados quando atingirem cerca de 1/3 do tamanho adulto com tesoura de poda ou faca.

Após serem retirados da planta mãe, os brotos devem ser plantados em vaso ou diretamente no chão após no máximo dois dias do corte. Isso é importante para que ocorra a cicatrização correta, evitando surgimento de fungos. Assim, sua muda de bromélia cresce saudável.

bromelias

Como cuidar de bromélias
Agora que você viu como fazer muda de bromélia, venha aprender como cultivar essa planta e mantê-la bonita e saudável no ambiente que você escolher. Mesmo se o espaço for pequeno, ela pode ser mantida dentro de casa.

Escolha do vaso
A forma correta de como cuidar de bromélia no vaso é utilizando os de barro ou cerâmica. Eles mantêm a planta mais saudável porque o substrato fica fresco. Como elas podem crescer bastante, vale ficar atento à necessidade de trocar o recipiente.

Frequência das regas
As bromélias gostam de umidade, pois são nativas de climas tropicais. As regas precisam ser mais frequentes, mas isso não significa deixar o solo encharcado, pois isso pode apodrecer a raiz. Uma forma de manter a planta saudável é fazer furos no fundo do vaso para que a água escoe.

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Umidade do ar
As bromélias são de ambientes quentes e úmidos, portanto, é importante ficar atento à umidade do ar. Se ela estiver muito baixa, além de regar a planta, dê uma borrifada de água ou mude-a de ambiente.

As mudanças devem ser feitas de forma gradual. Se a sua planta estava no sol e vai ser transportada para um ambiente com mais sombra, faça essa transferência aos poucos para que ela se adapte. Observe se ela irá se adequar.

Substrato e cuidados com o solo
As bromélias não são exigentes quanto ao substrato, aceitando bem um solo que seja leve. Para elas, é indicado adicionar cascas de pinus e fibra de coco no vaso.

A adubação é indicada a cada 15 dias com o adubo NPK 4-14-18 para fornecer nutrientes à planta e deixar as folhas e flores fortes e com crescimento saudável.

janela-brisa

orquídea pleurothallis

Ainda que produzam, via de regra, flores cujos diâmetros não ultrapassam um centímetro, as  micro orquídeas são amplamente apreciadas e cultivadas, mundo afora.

Bem diferentes dos tradicionais exemplares híbridos que encontramos no mercado, geralmente parecidos com grandes repolhos, estas miniaturas de orquídeas precisam ser observadas com o auxílio de uma lupa, para que toda a sua beleza e complexidade seja devidamente percebida. É o caso do gênero Pleurothallis, que conheceremos a seguir.

Trata-se do segundo mais populoso gênero botânico, dentro da família Orchidaceae, atrás apenas do gênero Bulbophyllum, com mais de mil espécies descritas.

No entanto, ao longo dos anos, diversos taxonomistas vêm propondo mudanças quanto à classificação das orquídeas Pleurothallis, de modo que, atualmente, existe uma grande confusão a este respeito.

Ainda que sejam geralmente conhecidas como micro orquídeas, as diferentes espécies de Pleurothallis apresentam uma imensa variabilidade em seus tamanhos e hábitos vegetativos. Podemos encontrar representantes minúsculos ou de grande porte, vegetando como plantas epífitas, sobre os troncos das árvores, ou diretamente no solo, como orquídeas terrestres.

Existem espécies de Pleurothallis que possuem um porte ereto, com pseudobulbos em forma de cana, atingindo até 1 m de altura. Também podemos encontrar orquídeas pendentes ou com o hábito de trepadeiras, além de outras que se desenvolvem sob a forma de tufos tão pequenos e delicados que lembram musgos.

De modo geral, as flores produzidas pelas orquídeas Pleurothallis apresentam dimensões reduzidas. Todas possuem, tipicamente, duas polínias, que são estruturas esféricas, compostas por milhões de grãos de pólen, unidos em uma massa cerosa e compacta.

As orquídeas do gênero Pleurothallis ocorrem exclusivamente no Novo Mundo, sendo plantas tipicamente de clima tropical. As diversas espécies encontram-se distribuídas desde o México, na América do Norte, passando pela América Central, e chegando à América do Sul. Existem muitas espécies brasileiras, nativas da Mata Atlântica, principalmente nos estados das regiões sul e sudeste do país.

Pleurothallis sonderana

É o caso da espécie Pleurothallis sonderana, cuja foto ilustra este artigo. Esta é uma das orquídeas que tiveram suas nomenclaturas alteradas, sendo atualmente chamada de Acianthera sonderana.

Trata-se de uma típica micro orquídea, uma das mais conhecidas do gênero, sendo nativamente encontrada desde o estado de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Exemplares também podem ser encontrados no Uruguai e Argentina.

Também vale destacar as espécies Pleurothallis sonderana, Pleurothallis recurva e Pleurothallis pubescens, bastante presentes nas coleções, todas atualmente transformadas em Acianthera. Acredita-se que o centro de distribuição do gênero Pleurothallis esteja na cordilheira dos Andes, em florestas localizadas na Colômbia.

Sendo um gênero tão plural e taxonomicamente controverso, é imprescindível saber com exatidão qual é a espécie que estamos tentando cultivar, para que as condições mais apropriadas e semelhantes àquelas encontradas em seus habitats de origem possam ser fornecidas.

A maioria das espécies de Pleurothallis aprecia temperaturas amenas, não muito quentes, não muito frias. De modo geral, são orquídeas de hábito epífito, de porte reduzido, adaptadas à vida sobre os troncos das árvores, em ambientes mais sombreados e com elevados níveis de umidade relativa do ar.

Via de regra, o cultivo de Pleurothallis é perfeitamente possível dentro de casas e apartamentos, que têm a temperatura agradável e constante, ao longo de todo o ano, com uma luminosidade difusa e indireta.

Em ambientes internos, os principais cuidados a serem tomados referem-se à circulação de ar, que deve ser constante, sem a incidência de ventos excessivos, e aos níveis de umidade relativa do ar, que devem ser mantidos em valores superiores a 60%.

A orquídea Pleurothallis não se desenvolve bem em cômodos que sofram a ação de aquecedores ou aparelhos de ar condicionado, que tendem a tornar o clima muito seco.

Diversos procedimentos podem ser colocados em prática, para que mais umidade no ambiente possa ser fornecida à orquídea Pleurothallis. Aparelhos umidificadores de ar, aquários e fontes de água são boas soluções.

Pleurothallis-grobyi

Além disso, bandejas umidificadoras, contendo uma camada de areia ou pedrisco e uma lâmina de água no fundo, ajudam a proporcionar um microclima mais saudável no entorno da planta. O fundo do vaso apoia-se sobre este aparato, sem entrar em contato direto com a água, que sobe lentamente através de capilaridade e evaporação.

As espécies epífitas de Pleurothallis podem ser cultivadas em troncos de árvores, pedaços de madeira, cascas de peroba, entre outros materiais. Em vasos, o substrato frequentemente utilizado, para micro orquídeas, é o musgo sphagnum, uma vez que suas fibras são capazes de reter uma grande quantidade de água, sem deixar as raízes encharcadas. Misturas contendo sphagnum, perlita ou isopor também resultam em bons substratos.

Os vasos de plástico são mais recomendáveis para o cultivo da orquídea Pleurothallis, já que este material ajuda a reter a umidade no substrato. É importante que o recipiente seja bem pequeno, proporcional ao tamanho da planta.

Vasos grandes demais requerem mais substrato para o seu preenchimento, o que causa um excesso de umidade ao redor das raízes, por um período demasiadamente prolongado.

A adubação da orquídea Pleurothallis pode ser orgânica, inorgânica ou mista, dependendo das preferências de cada cultivador.

Pleurothallis-adenochila

Os adubos minerais, do tipo NPK, já apresentam formulações próprias para o cultivo de orquídeas, em suas diferentes fases de desenvolvimento. Fertilizantes de manutenção e floração podem ser administrados, de forma alternada, sempre utilizando-se metade da dose recomendada pelos fabricantes.

O excesso de adubação, principalmente inorgânica, causa um acúmulo de sais minerais no substrato, prejudicando o desenvolvimento das raízes.

A  propagação da orquídea Pleurothallis pode ser feita através da divisão de suas touceiras. Já a reprodução através de sementes é mais complexa, uma vez que necessita da simbiose destas estruturas com fungos encontrados nas raízes das plantas adultas. Na prática, o mais comum é que este processo seja desenvolvido em condições laboratoriais, in vitro.

Por serem plantas mais delicadas, as espécies pertencentes ao gênero Pleurothallis apresentam um cultivo mais desafiador, principalmente em condições domésticas e urbanas. Ainda assim, é possível obter belíssimas florações, mesmo em ambientes internos, já que suas exigências quanto à luminosidade são menores.

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