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Posts para categoria ‘Orquídeas e Bromélias’

Oncidium crispum
A popularidade é tanta que algumas espécies são apelidadas, carinhosamente de pingo de ouro e orelha de burro. Conheça as principais características dos Oncidiuns, seus híbridos e as espécies mais cultivadas na Guatemala.

A palavra Oncidium vem do grego onkos = tumor, em razão da calosidade que aparece no labelo de suas flores. Esse gênero foi nomeado pelo botânico sueco Olor Swartz, no ano de 1800.
A planta é encontrada da Flórida à Argentina e floresce normalmente entre os meses de maio e agosto. No Brasil uma nova espécie do gênero é encontrada a cada dia. Na época de inflorescência, fica mais difícil ainda classificá-la, já que apresenta diferentes formas e cores.

Características
Alguns Oncidiuns são desprovidos de pseudobulbos e possuem forma de leques, como o pusillum. Outros em folhas em forma de terete (redondas e compridas), como no caso do cebolleta e jonesianum. As terrestres mais conhecidas são o montanum e o hydrophyllum. Temos ainda as espécies rupestres, como o warmingii, mas a grande maioria são mesmo os epífitas.
Os oncidiuns são plantas tão comuns e populares que as pessoas costumam lhe dar apelidos, já que a nomenclatura correta, dada por cultivadores e orquidólogos que estudam a gênero, nem sempre é fácil de guardar na memória. Quem nunca ouviu falar em “pingo de ouro”? Pois é, a planta também é conhecida no mundo orquidófilo por Oncidium flexuosum. Outro exemplo é o Oncidium phymatochilum, que é mais conhecida como “orelha de burro”, entre outras centenas de nomes que as pessoas dão quando não sabem a classificação exata da planta.
O problema é que, nos últimos tempos, os orquidólogos e taxonomistas estão trocando todos os nomes dos gêneros. Dessa forma, deixamos de ter apenas os Oncidiuns e devemos nos acostumar com os nomes como Tolumnia, Cyrtochilum, Psymorchis, Caucaeca, Lophiaris e outros palavrões que veremos por aí de agora em diante.

Substratos
O cultivo pode ser feito de diversas maneiras, mas, em geral os Oncidiuns gostam de ter raízes livres. Isso pode ser observado em plantas cultivadas em casca de peroba (Aspidosperma polyneuron), cascas de madeiras nobres (Ipê, Angico, Peroba, Aroeira, etc.), normalmente achados em campos de pastagem, jogados em qualquer canto, os palitos de coxim e as espécies vivas como a Dracema (Dracena marginata) e coqueiros vivos, desenvolvendo-se de uma forma surpreendentemente melhor do que as encontradas em vasos com xaxim ou coco, que encobrem as raízes.
Algumas espécie preferem areia lavada ou mesmo pedra e pedriscos, como a terrestre Oncidium montanum e o Oncidium equitante, que se adapta melhor com um punhado de pedras dentro de seus vasos. Se optar por utilizar vasos, terá que ter mais atenção com as plantas, pois elas podem sofrer com ataques de fungos, principalmente nas folhas e nos bulbos, apresentando manchas escuras e furos. Fazer uma boa drenagem com pedra brita, ou outro similar, também é aconselhável, além de verificar a regularidade da rega.
Quanto a esse fator. Vale ressaltar que dependerá da localização do orquidário. Se o local for muito úmido, não há necessidade de tantas regas, mais se for muito seco, recomenda-se regar as plantas com mais freqüência.

Adubação
Na cidade mineira de Uberaba, Minas Gerais, os cultivadores desenvolveram uma fórmula de adubação que consideram muito eficiente. Utilizam-se mais adubos foliares de forma homeopáticas, ou seja, dilui-se uma quantidade pequena em muitos litros de água (aproximadamente uma colher de chá para 10 litros). Assim é possível regar as plantas apenas uma vez por semana e observar uma melhora significativa no crescimento delas, como um maior desenvolvimento dos bulbos, mais floração e menos ataques de doenças. O único problema é que os Oncidiuns precisam ser adubados toda semana, e, para quem tem muitas plantas, administrar o tempo pode ser uma tarefa difícil.
Nos últimos tempos, o mercado está sendo abastecido com adubos de excelente qualidade, portanto, é possível encontrar produtos que atendam as necessidades das plantas. Geralmente os mais requisitados são os de manutenção, como o Peter’s, facilmente encontrado em muitas floriculturas e orquidários. Existem produtos interessantes, como a mistura de peixe com melado de cana, que é muito utilizado pelos orquidófilos, por trazer excelentes resultados.

Rega
A rega, para os Oncidiuns, deve ser feita de acordo com o substrato e o clima de sua região. Primeiramente, recomenda observar a planta, ou seja, caso o substrato esteja seco, indica falta de água, ocasionando desidratação das plantas. As orquídeas encontradas em vasos devem ser regadas com menos freqüência, de acordo com a necessidade. Talvez o mais indicado seja regá-las de duas a três vezes por semana. Já as plantas que estão em palitos e placas de xaxim pedem regas ao menos três vezes por semana; e as que estão em casca de madeiras variadas ou em plantas vivas devem receber água todos os dias, pois secam quase que instantaneamente.

Sol
Os Oncidiuns são plantas que, normalmente, não gostam de sol forte, mas sempre há uma exceção. As espécies, em geral, devem ficar em locais mais sombreados do orquidário. Recomenda-se um sombrite 70% ou até mesmo 80%, lembrando que o material não bloqueia tanto. Como diz a numeração, então é possível utilizá-lo sem preocupação.
As plantas, podem ficar em um ambiente mais úmido, basta regar o chão e as paredes, caso existam, uma ou duas vezes por dia. A dica serve apenas para aumentar a umidade do orquidário, pois os Oncidiuns vêm de lugares úmidos como brejos, beira de lagos e rios, com exceção das espécies rupestres e terrestres, que gostam de sol e devem ficar expostos ao calor. As plantas não acostumadas ao sol direto requerem maior cuidado, pois precisam ser expostas aos poucos, de preferência pela manhã, aumentando gradativamente.

Atenção
Evite jogar água nos pseudobulbos e nas folhas, pois os Oncidiuns, em sua grande maioria possuem folhas finas. Dependendo da época do ano, as plantas podem sofrer com o acúmulo de água e apresentar manchas e furos nas folhas.

Híbridos
Os Oncidiuns híbridos são muito procurados pelos orquidófilos pela beleza ornamental, pois as plantas utilizadas nos cruzamentos são as mais bonitas e extravagantes. Os híbridos são requisitados, também, por causa da durabilidade de suas flores, já que algumas espécies mantém a floração por mais de dois meses, uma raridade entre orquídeas.
As plantas híbridas são escritas primeiramente com o nome do gênero. Logo após, usa-se um X para determinar o cruzamento, seguido do nome da espécie. Veja o exemplo:
Oncidium x aloha – Oncidium x kaiulani – Oncidium x twinkle charm – Oncidium x wine red – Oncidium x java – Oncidium goldiana x sphacelatum.
Para se obter a planta desejada, são necessários inúmeros cruzamentos. O cruzamento da planta Oncidium x aloha “iwanaga” foi iniciado no começo do século passado, ou seja, há 100 anos. Pode-se levar, portanto, um período de três a quatro anos para produzir um híbrido valorizado pelo comercio de orquídeas. Este é, também, o tempo que a planta leva para florir.

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Para orquídeas monopodiais, um vaso comum de plástico é o suficiente por anos.
Seu crescimento não “caminha” como nas simpodiais. Para estas o vaso melhor é o que tem a boca mais larga.

Colocando-se a planta bem na borda com o ponto de crescimento virado para o meio poderá usar por longo tempo o mesmo vaso.

Mas contas ofertas de recipientes do mercado, como escolher?
- Os antigos vasos de cerâmica queimada usados para orquídeas ainda continuam sendo manufaturados e oferecidos e podem ser usados. São mais pesados e ajudam a reter mais a água de chuvas ou regas, nem sempre interessante em climas úmidos, por favorecer desenvolvimento de fungos.

Vasos plásticos tem longa duração, são leves e baratos.

Opções como garrafas PET cortadas, penduradas com arames ou fios de nylon de pesca, podem ser boas opções.

As orquídeas também aderem a placas de coco, madeira, troncos, telhas, etc., aumentando as possibilidades e a criatividade do cultivador.

Ramos grossos apanhados no chão pelas trilhas no meio do mato, para quem dispuser deste tipo de local, são dádivas da natureza. Forma ecológica e sem custo e a planta irá se desenvolver muito bem a um tipo de apoio a que está acostumado por centenas de anos.

Substrato de cultivo para suas orquídeas
O substrato natural é uma mistura de folhas decompostas e matéria orgânica. Poderemos usar isto? Dificilmente conseguiremos reproduzir.
Mas temos algumas boas opções que têm dado certo, usando criatividade com coisas que estão ao nosso alcance.

Característica de um bom substrato:
O substrato ideal para as orquídeas devem ter boa densidade, pode ser em pedaços para propiciar boa aeração e ótima drenagem.

Não tem necessidade de realizar trocas nutricionais com a planta, portanto poderá ser oriundo de materiais descartados pela indústria. A indústria madeireira e moveleira descarta madeira que poderia ser reciclada e aproveitada.

Pedaços de madeira ou cascas de árvores tem lignina, tanino e outros compostos que podem ser tóxicos para o cultivo de plantas, principalmente orquídeas.

É preciso colocar em água, trocando muitas vezes, por vários dias para lavar estes componentes. São materiais naturais e com o tempo irão se decompor por ação dos microorganismos do solo, virando composto orgânico. A utilização de argila expandida também tem sido feita com sucesso.

Para quem não conhece, são pequenas bolotas de argila cozida, muito usada para preenchimento de vasos para esconder a terra. Podem ser quebradas para melhor preenchimento do recipiente. Guardam alguma umidade e são ótimas para locais onde há problemas de baixa umidade do ar, como no centro do país. O uso de pedaços de coco reciclado tem ganho o mercado pela sua leveza e facilidade de encontrar.

Oriunda da indústria do coco seu descarte era até bem pouco tempo um problema ecológico.

É poroso e leve, mas armazena boa quantidade de água, nem sempre desejável. E é necessário deixar de molho em água, trocando todos os dias para diminuir a quantidade de compostos tóxicos, como taninos e outros elementos.

A vermiculita é um mineral micáceo vendido na forma expandida, não é solúvel em água, é leve e resistente a mofos, mas muito dispendiosa.

É muito usada em mistura com pó de coco, com ótimos resultados. O substrato mais fino em textura não é bom para as raízes das orquídeas, por sufocá-las, melhor usar materiais mais grosseiros de tamanho maior.

Para locais onde a indústria tem materiais descartáveis, como sisal, piaçava, tijolos quebrados, o uso deles pode ser barato e ajudaria também o meio ambiente, diminuindo os lixões urbanos.

Quando adquirimos aparelhos eletro-eletrônicos as embalagens de isopor acabam indo para o lixo. Se cortarmos este isopor em pedaços pequenos poderemos preencher fundos de vasos grandes para outras plantas mas também para o cultivo de orquídeas.

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Simpodiais – São plantas que apresentam crescimento limitado, ou seja, após o término do crescimento de um caule ou pseudobulbo, o novo broto desenvolve-se formando o rizoma e um novo pseudobuldo, num crescimento contínuo.

Bainha – Membrana paleácea que protege a parte externa e inferior dos pseudobulbos. Ela tem a função de preservar as gemas e as partes novas das plantas contra os raios solares mais fortes e insetos daninhos que podem atacar os pseudobulbos tenros.

Muitas vezes reveste o rizoma e os caules novos, secam mais tarde e se desfazem totalmente. Depois de formado o pseudobulbo e aconselhável rasgar a bainha até o ápice. Normalmente as bainhas, por seus formatos diferenciados, determinam a classificação de plantas de diferente gêneros.

Cápsulas ou frutos e sementes – Todas as orquídeas produzem frutos capsulares. Apenas a Vanilla aromática(baunilha de nossos doces), tem frutos longos e carnosos. As plantas do gênero Vanilla são as únicas que tem semente crustáceas e não são providas de asas ou membranas para serem carregadas pelo vento.

A maioria das plantas o ovário se apresentam uniloculados, com placenta destacadas de maneira a se tocarem no centro do fruto. Esses frutos, depois de maduros, fendem-se em três aberturas, permanecendo ligadas na base. Por essas fendas escapam as sementes, nos dias mais secos, arrastadas pelo vento.

De acordo com os cálculos de Beccari, uma semente média pesa aproximadamente cinco miligramas, sendo necessárias cerca de duzentas mil sementes para se conseguir uma grama. Genericamente, cada cápsula de semente de orquídea tem entre 300 a 500 mil sementes. Quando visitar um habitat de orquídeas em flor, polinize bastante flores, colaborando com a propagação da espécie.

Flor – Desde os tempos do paraíso terrestre o homem vive no meio de flores. A maioria delas constituem-se em indecifrável mistério no que se refere às formas, coloridos e perfumes tudo isso não foi feito por acaso, não é um simples divertimento da natureza, um simples prezar para os olhos humanos, mas sim para atrair seus agentes fecundadores.

Monopodiais – São plantas com crescimento ilimitado, ou seja, com crescimento contínuo. Suas folhas são lineares, rígidas e carnosas, muitas vezes sulcadas ou semi-cilíndricas e dispostas simetricamente no caule da planta. Devemos nos precaver no inverno, para evitar o acúmulo de água nas “axilas” das folhas, pois com a queda da temperatura, podemos perder muitas delas.

Folhas – As folhas das orquídeas apresentam grande variedade. Existem folhas laminadas de consistência coreácea (ligeiramente a consistência de couro) que armazenam água. Outros de folhas finas ( como a Miltônias e alguns Oncidiuns), bastante sensíveis. Outras folhas ainda são caducas e caem quando o pseudobulbo completa seu ciclo vegetativo (Catasetum, Dendrobium do grupo nobile).

A folha é uma defesa da planta contra o excesso de transpiração, evitando perda de água e proporcionando maior resistência à seca. Pelo colorido das folhas podemos saber se as plantas estão recebendo luminosidade adequada. Quando amarelas ou amareladas, estão sendo cultivadas com muita luz.

Se estiverem de cor verde escuro falta luminosidade para a planta. As folhas devem ser mantidas bem limpas para poderem respirar através dos estômatos que se alojam no seu verso.

Cuidado para não expor as plantas em pleno sol, pois a queimadura das folhas produz zonas necrosadas irreversíveis, que servem como uma porta aberta para pragas e doenças. janel40

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O que você faria se estivesse passeando tranquilamente por uma área de vegetação nativa e deparasse com um tronco de árvore caído no chão, lotado de orquídeas? A tentação de pegar uma muda seria bem grande não?
Você em um gesto de carinho recolheria aquela planta infeliz que se desprendeu de seu habitat pela própria ação da natureza e a leva para casa, para protegê-la e fornecer a ela tudo que não poderia ser encontrado naquele local: adubo, iluminação correta e um bom substrato além, é claro, de muito amor e dedicação.
Mas fique sabendo que isso não está correto e a planta logo lhe mostrará sinais disso, ou definhando até a morte, ou ficando paralisada por muitos anos até começar a se adaptar ao novo micro clima onde foi inserida.

As plantas nativas têm todo um esquema de sobrevivência que envolve fatores chamados de abióticos (clima, solo, luz, etc.) e bióticos (relações ecológicas tais como parasitismo, predação e competição). Esses fatores mantêm o habitat da orquídea de forma equilibrada para que ela possa viver em harmonia em seu ambiente natural, tendo como exemplo o controle de seus parasitas naturais sendo feito pelos predadores que também habitam o local.

Já na nova “morada” a orquídea nativa tem que se adaptar a utilização de adubos químicos, a uma nova modalidade de plantio que coloca suas raízes sob o substrato e não sobre como ela estava acostumada, entre outras coisas. Só com esses dois exemplos já se pode ter a idéia do tamanho da mudança a que a planta tem que se submeter ao ser retirada do seu habitat. Fora o fato de que ao se quebrar aquela cadeia de fatores (abióticos e bióticos), você certamente levará para casa além da planta, seus parasitas, deixando para trás os seus predadores naturais. Trocando em miúdos, você estará levando problema para seu orquidário!

O correto no caso de se encontrar uma orquídea nativa é deixar que a natureza continue seu curso, sem interferir nisto. Mesmo que você sinta “pena” ou até mesmo aquela cobiça pela tão almejada planta, não se deixe levar.
As plantas produzidas em laboratórios e vendidas em orquidários e até mesmo supermercados do país inteiro, por um preço bem acessível, são mais resistentes às pragas e na grande maioria das vezes possuem a forma da flor e aspecto vegetativo bem mais bonitos e harmoniosos do que uma planta nativa.

Se mesmo com todos esses argumentos você ainda não se convenceu de que não é uma boa opção coletar uma planta nativa para acrescentá-la a sua coleção, passemos para a parte jurídica.
De acordo com o artigo 49 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998), a pena para quem destruir,  danificar,  lesar ou maltratar,  por qualquer modo ou meio,  plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia, é de detenção,  de três meses a um ano,  ou multa,  ou ambas as penas cumulativamente.  Já para quem destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas (Art. 50) a pena é de detenção de três meses a um ano e multa.

Portanto, ao entrar em um local onde existam orquídeas nativas, divirta-se apenas tirando fotos e aproveitando o canto dos pássaros. Fazer mais do que isso é interferir no equilíbrio do meio ambiente. Pensem bem nisso.

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