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Posts para categoria ‘Cactos e Suculentas’

cacto-estrela-capa

Por uma série de diferentes razões, esta é uma suculenta que eu não recomendo cultivar dentro de casas e apartamentos. Embora seja popularmente conhecida como cacto estrela, e tenha a aparência de uma cactácea, a Stapelia hirsuta não pertence a esta família botânica.

Ainda assim, esta planta suculenta, que também é chamada de flor estrela, necessita de sol pleno para se desenvolver e florescer, condição que nem sempre é factível em interiores. Além disso, o cacto estrela é conhecido por produzir uma floração com odor bem desagradável.

Não por acaso, a Stapelia hirsuta é chamada de carrion plant, planta carniça, em países de língua inglesa. Na verdade, diferentes espécies do gênero botânico Stapelia recebem este apelido pouco lisonjeiro. Isto acontece porque as flores por elas produzidas exalam um aroma de carne em decomposição, com a finalidade de atrair seus agentes polinizadores, geralmente moscas.

Para piorar a situação, é comum encontrarmos ovos e larvas destes insetos nas flores do cacto estrela, que são ludibriados pela planta.

Outro apelido comum para o cacto estrela, no exterior, é justamente starfish flower, flor estrela do mar. Além do odor desagradável, a flor do cacto estrela é conhecida por seu aspecto exótico, bastante peludo.

Este não é um capricho da flor estrela, trata-se de uma estratégia complementar ao aroma, para mimetizar a superfície de um animal morto. A Stapelia hirsuta é o primeiro exemplo de suculenta que produz flores repletas de longos tricomas.

Stapelia hirsuta

É justamente por esta razão que o nome científico do cacto estrela possui o termo hirsuta, derivado da palavra hirsutus, que significa peludo, em latim.

O cacto estrela pertence à família Apocynaceae, a mesma da Flor de cera (Hoya carnosa e da suculenta corações emaranhados (Ceropegia woodii).

Também faz parte desta família botânica a famosa rosa do deserto (Adenium obesum). No entanto, os parentes que mais se assemelham à Stapelia hirsuta, em termos vegetativos e de morfologia das flores, são os representantes dos gêneros Orbea e Huernia, também bastante colecionados e apreciados pelos cultivadores de suculentas.

A espécie Stapelia hirsuta é originária de regiões ao sul do continente africano, ocorrendo naturalmente em países como Namíbia e África do Sul. No entanto, ao contrário de outras suculentas, o cacto estrela está habituado a solos menos áridos, com um teor maior de umidade e matéria orgânica. Isto porque, nas regiões em que se encontra, nativamente, a flor estrela experimenta situações de invernos mais chuvosos.

Por esta razão, o cacto estrela pode ser regado com mais frequência, mas nunca em excesso. O solo deve ser bem aerado e drenável, podendo conter uma mistura de terra vegetal, areia grossa e composto orgânico, em partes iguais.

Outra boa opção é misturar o substrato específico para o cultivo de cactos e suculentas, comprado pronto, a uma porção equivalente de matéria orgânica, que pode ser esterco curtido ou húmus de minhoca.

Caso a flor estrela seja mantida em vasos, é importante que eles tenham furos no fundo e uma camada de drenagem, que pode ser feita com pedrisco, argila expandida ou brita. Por cima deste material, uma manta geotêxtil pode ser posicionada, para evitar a perda do substrato durante as regas. Alternativamente, pode-se reutilizar o filtro de café, com esta mesma finalidade.
Stapelia hirsuta5
O vaso para o cultivo da Stapelia hirsuta pode ser de barro ou de plástico, desde que as regas sejam ajustadas de acordo com o material escolhido. O vaso de cerâmica é mais poroso, permitindo que o substrato seque mais rapidamente.

Por outro lado, o plástico retém a umidade por um período mais prolongado, razão pela qual deve-se diminuir a frequência das regas. Como sempre, o uso do pratinho sob o vaso não é recomendado, já que ele pode acumular a água das regas e causar o apodrecimento das raízes do cacto estrela.

No entanto, é em jardins sob sol pleno que a flor estrela mostra todo o seu potencial, formando belas touceiras. Esta é uma planta ideal para compor o paisagismo de espaços com inspiração desértica, junto com outras suculentas e cactos.

Caso o cultivador encontre uma fonte confiável, pode tentar plantar a flor estrela a partir de sementes. Embora exista muita propaganda enganosa, a este respeito, sementes genuínas de Stapelia hirsuta costumam germinar com facilidade.

Basta colocá-las em pequenas estufas, em solo bem arenoso, e aguardar por sua germinação, que costuma ocorrer dentro de algumas semanas. No entanto, serão necessários mais três anos de cultivo, até que o cacto estrela nascido a partir de sementes torne-se adulto e apto a florescer.

Uma forma mais rápida de propagar a Stapelia hirsuta é através de cortes realizados na planta principal. O segmento seccionado deve ser deixado em um local sombreado e bem arejado, durante alguns dias, até que uma calosidade seja formada no ferimento, cicatrizando-o. Esta etapa evitará que o cacto estrela seja contaminado por fungos e bactérias.

Somente depois deste processo, a muda poderá ser plantada na terra, onde enraizará e produzirá uma nova planta.

Stapelia hirsuta7

Tendo sido a terra bem preparada, com matéria orgânica, não é necessário aplicar uma adubação muito intensa, durante o cultivo do cacto estrela. Para estimular a floração, pode-se utilizar uma formulação mais rica em fósforo, do tipo NPK, de tempos em tempos.

No entanto, o fator crucial para que o cacto estrela produza flores é a luminosidade. Quanto mais luz puder ser fornecida a esta suculenta, mais abundantes serão suas florações.

Embora a Stapelia hirsuta possa ser cultivada em ambientes de meia sombra, o ideal é mantê-la sob sol pleno, pelo maior número de horas possível.

Para quem mora em apartamentos, sacadas ensolaradas ou floreiras externas são boas opções para se cultivar a flor estrela.

Como mencionado na introdução, só não é muito recomendável cultivar o cacto estrela dentro de casas e apartamentos, em função do odor desagradável de suas florações.

Apesar deste pequeno detalhe, trata-se de uma suculenta bastante resistente, de muito fácil cultivo e baixa manutenção, capaz de produzir flores surpreendentemente grandes, bonitas e exóticas. Apesar de fedorentas.

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Graptosedum 'Bronze'

Esta é a típica planta suculenta que está por toda parte, mas nunca sabemos seu nome correto. Por se tratar de um híbrido, existe muita confusão a respeito da nomenclatura desta suculenta.

O Graptosedum ‘Bronze’ é uma espécie de camaleão do reino vegetal, uma vez que pode apresentar diversas colorações, dependendo da luminosidade no local onde é cultivado.

Em meio a esta variabilidade, a tonalidade clássica que lhe confere o nome é esta mais avermelhada, literalmente bronzeada. Trata-se de uma suculenta de crescimento rápido e fácil cultivo.

Apesar de bastante ornamental, a cor vermelha do Graptosedum ‘Bronze’ é um indicador de que a suculenta está estressada, no jargão utilizado pelos cultivadores. Em resposta aos níveis intensos de radiação solar, a planta produz mais pigmentos avermelhados, como uma forma de proteção.

Sob condições mais amenas de luminosidade, é comum encontrarmos exemplares de Graptosedum ‘Bronze’ em colorações mais claras, tendendo ao acinzentado. Já em ambientes mais sombreados, no interior de casas e apartamentos, esta suculenta costuma adquirir cores entre o cinza e o esverdeado, uma vez que necessita de mais clorofila, para a realização da fotossíntese.

Neste sentido, esta é uma planta ideal para ser cultivada em ambientes internos, uma vez que não fica muito estiolada, mesmo quando a luminosidade é mais difusa, indireta.

×Graptosedum-Bronze

Esta é a típica planta suculenta que está por toda parte, mas nunca sabemos seu nome correto. Por se tratar de um híbrido, existe muita confusão a respeito da nomenclatura desta suculenta.

O Graptosedum ‘Bronze’ é uma espécie de camaleão do reino vegetal, uma vez que pode apresentar diversas colorações, dependendo da luminosidade no local onde é cultivado.

Em meio a esta variabilidade, a tonalidade clássica que lhe confere o nome é esta mais avermelhada, literalmente bronzeada. Trata-se de uma suculenta de crescimento rápido e fácil cultivo.

Apesar de bastante ornamental, a cor vermelha do Graptosedum ‘Bronze’ é um indicador de que a suculenta está estressada, no jargão utilizado pelos cultivadores. Em resposta aos níveis intensos de radiação solar, a planta produz mais pigmentos avermelhados, como uma forma de proteção.

Sob condições mais amenas de luminosidade, é comum encontrarmos exemplares de Graptosedum ‘Bronze’ em colorações mais claras, tendendo ao acinzentado. Já em ambientes mais sombreados, no interior de casas e apartamentos, esta suculenta costuma adquirir cores entre o cinza e o esverdeado, uma vez que necessita de mais clorofila, para a realização da fotossíntese.

Neste sentido, esta é uma planta ideal para ser cultivada em ambientes internos, uma vez que não fica muito estiolada, mesmo quando a luminosidade é mais difusa, indireta.

A suculenta Graptosedum ‘Bronze’ é um híbrido intergenérico, o que significa que a planta é fruto do cruzamento entre espécies pertencentes a gêneros botânicos diferentes.

Graptosedum 'Bronze'

Neste caso, os progenitores são o Graptopetalum paraguayense, também bastante comum nas coleções, cujo apelido mais famoso é planta fantasma, e o Sedum stahlii. Ambas são suculentas originárias do México.

Uma característica interessante do Graptosedum ‘Bronze’, está no aspecto pendente que esta suculenta vai adquirindo, com o passar do tempo. À medida que o caule cresce, as folhas mais próximas à base vão secando e caindo.

Como apresenta um rápido desenvolvimento, em pouco tempo a planta começa a tombar sobre as bordas do vaso, ficando suspensa. Neste sentido, o interessante é formar touceiras volumosas de Graptosedum ‘Bronze’, em vasos suspensos, que irão adquirir um ornamental efeito em cascata, quando as plantas ficarem maduras.

O Graptosedum ‘Bronze’ é uma suculenta bastante versátil, tolerando diferentes níveis de luminosidade. Ela pode ser cultivada sob sol pleno, em áreas externas, ou dentro de casas e apartamentos, desde que próxima a uma janela com boa luminosidade.

Convém, no entanto, sempre proteger esta suculenta dos raios solares incidentes nas horas mais quentes do dia, principalmente durante o verão. Também é aconselhável que uma planta cultivada na sombra não seja exposta ao sol direto, de forma abrupta.

O ideal é fazer a transição de forma gradual, para que as folhas do Graptosedum ‘Bronze’ não sofram queimaduras.

Graptosedum 'Bronze'

O vaso para o cultivo do Graptosedum ‘Bronze pode ser de plástico ou de barro, sem maiores problemas. No entanto, é importante que ele seja montado da forma correta, com furos no fundo e uma camada de drenagem, que pode ser construída com cacos de telha, argila expandida ou brita. Uma manta geotêxtil, posicionada por cima deste material, ajudará a reter o solo. Há cultivadores que reutilizam o filtro de café, com esta finalidade.

O solo ideal para plantar o Graptosedum ‘Bronze’ é aquele mais arenoso, similar ao encontrado nos ambientes áridos, característicos do habitat de origem das espécies ancestrais deste híbrido.

Existem substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em lojas especializadas e garden centers. Caso prefira, o cultivador pode preparar uma versão caseira, simplesmente misturando terra vegetal e areia grossa, em partes iguais.

É importante que esta areia seja de construção, já que a areia da praia apresenta altos níveis de salinidade, que são prejudiciais às raízes das plantas.

Embora haja quem recomende a adição de matéria orgânica ao solo para o cultivo de suculentas, no caso do Graptosedum ‘Bronze’, que descende de espécies adaptadas a ambientes secos e solos pobres em nutrientes, este procedimento não é necessário.

Além disso, caso a suculenta seja cultivada dentro de casas e apartamentos, é sempre bom evitar o uso de compostos orgânicos, devido à sua propriedade de atrair insetos e exalar odores desagradáveis, dependendo do material.

As regas do Graptosedum ‘Bronze’ seguem o padrão geral recomendado para o cultivo de suculentas, de maneira geral. Independentemente do número de vezes por semana, o importante é sempre aguardar que o solo seque completamente, antes de realizar uma nova irrigação. Basta colocar o dedo na terra, afundando levemente.

Se estiver úmida, posterga-se a rega para um outro dia. O peso do vaso também dá pistas sobre o nível de umidade do substrato. Quanto mais leve estiver, mais seco estará o material em seu interior.

Graptosedum 'Bronze'

Embora o Graptosedum ‘Bronze’ possa florescer, este não costuma ser o principal objetivo dos cultivadores, mais interessados no aspecto ornamental de suas folhas suculentas.

A floração desta suculenta é discreta, com pequenas flores amareladas em forma de estrela. Sendo assim, não há a necessidade de uma adubação mais elaborada, no cultivo desta planta. Qualquer formulação destinada à manutenção de cactos e suculentas, com níveis equilibrados de NPK, é suficiente para o bom desenvolvimento desta planta.

A multiplicação do Graptosedum ‘Bronze’ é bastante tranquila, através de podas radicais das rosetas superiores, popularmente conhecidas como decapitações de suculentas. A parte seccionada irá gerar uma nova planta, ao mesmo tempo em que o caule remanescente poderá produzir várias novas  mudas.

Outra forma de propagação desta suculenta, mais demorada, é através de suas folhas. Basta destacar algumas folhas saudáveis, na parte inferior da planta mãe, e colocá-las em um berçário de suculentas.

No caso do Graptosedum ‘Bronze’, as folhas enraízam com facilidade, gerando novos brotos a partir de suas extremidades. No entanto, este é um processo mais demorado, podendo levar alguns anos até que estas plântulas se tornem adultas.

Com suas rosetas de pequeno porte, compactas e de colorido variado, o Graptosedum ‘Bronze’ é ideal para quem está começando a cultivar suculentas. Trata-se de uma planta resistente, que exige pouca manutenção e é bastante ornamental. Foi uma das minhas primeiras suculentas, que mantenho até hoje.

montanhas

Haworthiopsis-attenuata

Esta suculenta zebra é frequentemente confundida com outra espécie, Haworthia fasciata. A diferença entre as espécies attenuata e fasciata é que esta última apresenta folhas mais lisas, curtas, espessas e retas.

No entanto, esta planta, ao contrário da suculenta zebra, apresenta as folhas pintalgadas, e não listradas. Além disso, sua roseta é mais compacta, com folhas mais curtas, apresentando longos filamentos nas extremidades.

Há quem chame a Haworthia attenuata de cacto zebra. O problema com este apelido é que esta planta não é um cacto, por não pertencer à família botânica Cactaceae. Portanto, o mais correto, no frigir dos ovos, é chamar a Haworthia attenuata de suculenta zebra.

Recentemente, o gênero botânico Haworthia sofreu uma reforma, de tal modo que algumas espécies, como a Haworthia attenuata, foram transferidas para o gênero Haworthiopsis, que significa semelhante à Haworthia.

A suculenta zebra é originária do continente africano, sendo mais frequentemente encontrada em regiões áridas da África do Sul, na província do Cabo. Por este motivo, o procedimento padrão para cuidar da Haworthia attenuata é o mesmo recomendado para o cultivo de suculentas, de modo geral.

O solo deve ser arenoso, bem aerado e rapidamente drenável. O mais seguro é utilizar misturas prontas para o plantio de cactos e suculentas, à venda em lojas especializadas em jardinagem. Caso o cultivador prefira fazer uma versão caseira, basta misturar terra vegetal e areia grossa, em partes iguais.

A areia da praia deve ser evitada, já que apresenta elevados teores de salinidade, que podem causar danos às raízes das plantas. A planta zebra está habituada a solos pobres em nutrientes, de modo que não há a necessidade de adicionar matéria orgânica à mistura de cultivo.

Como toda suculenta, a Haworthia attenuata possui a capacidade de armazenar água em suas folhas, de modo que pode resistir a longos períodos sem água.

Haworthia attenuata

A forma mais eficiente de se matar a suculenta zebra é através do excesso de regas. Por este motivo, é importante evitar derramar água sobre toda a roseta, que tende a acumular a umidade nos interstícios entre as folhas, situação que pode favorecer o apodrecimento da planta.

A frequência das regas deve ser bem espaçada, principalmente durante o inverno. Deve-se aferir a umidade do solo com a ponta do dedo, afundando levemente. Se a terra estiver úmida, posterga-se a rega para um outro dia.

Outro ótimo método de perceber quando é hora de regar consiste em sentir o peso do vaso. Quanto mais leve estiver, mais seco estará o substrato, em seu interior.

A suculenta zebra é perfeita para quem não dispõe de um jardim para cultivar suas plantas. Ela não precisa de muita luminosidade, devendo, inclusive, ser protegida do sol pleno. Além disso, como está adaptada a ambientes mais secos, a Haworthia attenuata é a escolha ideal para ser cultivada dentro de casas e apartamentos.

Basta colocá-la em um lugar que receba luminosidade difusa, indireta. Por este motivo, a adubação da Haworthia attenuata não precisa ser muito intensa ou elaborada. Basta aplicar um adubo de manutenção, do tipo NPK, com níveis equilibrados destes nutrientes.

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As aplicações de adubo devem ser feitas semanais, utilizando sempre metade da dose recomendada pelo fabricante. Deste modo, garantimos que o substrato não seja saturado com o excesso de sais minerais provenientes do fertilizante.

A obtenção de mudas da suculenta zebra não costuma ser feita a partir de suas folhas, colocadas em um berçário de suculentas. Sua propagação através de sementes também não é comum, já que se trata de um processo mais complexo e bastante demorado.

O método mais comumente utilizado para a propagação da suculenta zebra é a simples divisão de suas touceiras. Isto porque a Haworthia attenuata costuma produzir inúmeros brotos, a partir da base da planta mãe. Como o tempo, vão se formando clusters de rosetas, que podem ser facilmente separadas, gerando novas mudas.

Por ser extremamente resistente, de fácil cultivo, e adaptar-se bem a ambientes internos, mais secos e sombreados, a suculenta zebra, Haworthia attenuata, é uma excelente opção para os iniciantes no cuidado destas plantas gorduchas.

É possível montar uma coleção inteira de Haworthias e Haworthiopsis, como queiram, sem que o resultado final fique maçante ou repetitivo. Elas estão entre as minhas suculentas de sombra preferidas.

pombos

Cephalocereus senilis

Apesar de sua aparência fofa e curiosa, o cacto cabeça de velho pode atingir grandes proporções, em seu habitat de origem. Trata-se de uma cactácea colunar, ereta, sem ramificações, que pode chegar a 15 m de altura. Nestas condições, apenas o ápice da imensa coluna apresenta a aparência típica de cabeça de velho, com os longos tricomas brancos.

O Cephalocereus senilis é uma espécie endêmica do México, ocorrendo predominantemente nos estados de Hidalgo e Veracruz. Por ser frequentemente coletado, devido ao sucesso que faz como planta ornamental, em todo o mundo, a população do cacto cabeça de velho, em seu habitat de origem, vem diminuindo, com o passar dos anos.

A cobertura de pelos brancos é típica do Cephalocereus senilis em sua fase juvenil. Ironicamente, à medida que o cacto cabeça de velho fica mais maduro, ele tende a perder esta pelagem característica, adquirindo a aparência de um cacto comum.

Outra característica interessante do cacto cabeça de velho é que os longos pelos brancos escondem espinhos mais agressivos e afiados, por baixo da inofensiva cabeleira. Portanto, é necessário manusear o cacto com cuidado, usando uma barreira de proteção, durante os replantes do Cephalocereus senilis.

Apenas quando o cacto cabeça de velho atinge sua maturidade, com um porte superior a 6 metros de altura, ocorre o surgimento do pseudocefálio, a estrutura reprodutiva da planta, que corresponde à sua porção apical. Este é o segmento responsável pela produção de flores e frutos do Cephalocereus senilis.

Cuidar do cacto cabeça de velho é bastante simples, semelhante ao cultivo de suculentas, de modo geral. Esta é uma espécie bastante resistente, que necessita de luminosidade intensa e pouca água.

O ideal é que o Cephalocereus senilis seja cultivado em áreas externas, sob sol pleno. No entanto, esta cactácea pode ser mantida dentro de casas e apartamentos, desde que o ambiente receba bastante luminosidade, com algumas horas de sol direto por dia, no início da manhã ou no final da tarde.

cabeçadevelho

O cacto cabeça de velho pode ser cultivado no parapeito de uma janela ensolarada, ou em varandas que recebam bastante luminosidade.

Como toda cactácea, o Cephalocereus senilis pode sofrer o ataque de fungos e bactérias, caso seja mantido em um solo úmido demais. O ideal é utilizar um substrato próprio para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em lojas de jardinagem.

Caso o cultivador prefira, pode preparar uma mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. O resultado deve ser bem aerado, facilmente drenável. No caso do cacto cabeça de velho, que aprecia um solo mais fértil, é interessante adicionar um pouco de matéria orgânica, como húmus de minhoca ou esterco curtido.

Todo material orgânico precisa sofrer um processo de decomposição, para que os nutrientes sejam liberados às raízes das plantas. Os principais agentes responsáveis por esta transformação são fungos e bactérias. Sendo assim, é inevitável que gases com odores desagradáveis sejam liberados. Concomitantemente, insetos dos mais variados tipos são atraídos.

Uma alternativa mais prática e inodora é a adubação inorgânica, que já vem com os nutrientes livres para serem absorvidos pelas raízes do cacto cabeça de velho. Basta escolher a melhor formulação, que pode ser em pó, líquida ou granulada.

Como é muito raro que o Cephalocereus senilis floresça, dentro de casas e apartamentos, basta fornecer um fertilizante do tipo NPK, com níveis equilibrados destes nutrientes, para garantir um bom desenvolvimento do cacto cabeça de velho.

As aplicações de adubo devem ser semanais, utilizando metade da dose recomendada pelo fabricante. Este cuidado é importante para evitar um acúmulo de sais minerais no substrato, que pode prejudicar o desenvolvimento das raízes.

As regas do cacto cabeça de velho precisam ser bem espaçadas. É importante esperar que o solo seque completamente, antes de realizar uma nova irrigação. A melhor forma de se aferir a umidade do substrato é com a ponta do dedo, afundando levemente.

Cephalocereus senilis

Se o material estiver úmido, devemos postergar a rega para outro dia. O peso do vaso também dá uma boa ideia do nível de umidade no seu interior. Quanto mais leve estiver, mais seco estará o solo.

O cacto cabeça de velho pode ser plantado em vasos de barro ou plástico. É importante lembrar que a terracota, por ser mais porosa, permite que o substrato seque mais rapidamente.

O vaso de plástico é mais prático para quem cultiva em varandas com muito vento e sol, já que ele retém a umidade por mais tempo, diminuindo a frequência das regas. Qualquer que seja o material, é importante que o vaso tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, composta por brita, argila expandida ou cacos de telha.

Uma manta geotêxtil, colocada por cima deste material, impede que o solo se perca, durante as regas. Há cultivadores que reutilizam o filtro de café, com esta finalidade. Por fim, é sempre recomendável evitar o uso do pratinho sob o vaso, principalmente no cultivo de cactos.

Ainda que seja tentador ter um cacto branquinho e felpudo na coleção, vale lembrar que esta aparência é temporária. Quando o cacto amadurece, ele adquire a aparência típica de outros cactos, menos exóticos.

É por este motivo que muitos cultivadores estão sempre adquirindo formas juvenis do cacto cabeça de velho, para poderem continuar apreciando este aspecto curioso e exótico.

águia