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aquáticas (Small)

Nenhuma planta pode ser simplesmente categorizada como “boa” ou “ruim”, mas quando o ambiente aquático está sendo utilizado para captação de água ou geração de energia, e também de acordo com a região, tipo ou tamanho do ecossistema aquático esses adjetivos são aplicados. Contudo, termos como estes empregados pelo homem, são difíceis de serem aplicados ecologicamente devido às inúmeras interações das plantas aquáticas com outros organismos e com o ambiente.

Plantas aquáticas são consideradas vegetais que possuem suas porções fotossinteticamente ativas (partes verdes da planta) permanentemente, parcialmente ou em algum período do ano, submersas ou flutuantes, habitando desde brejos até ambientes verdadeiramente aquáticos. A importância dessas plantas é muito maior do que se imagina. Esses vegetais servem como alimento para muitos organismos, sendo base na cadeia alimentar. Sua presença nos habitats aquáticos eleva a estrutura desses locais disponibilizando áreas para refúgio e desova, formando ainda micro-habitats para organismos que não são visíveis a olho nu. Atuam na captura e liberação de nutrientes do sedimento e da água. Servem de área para nidificação (construção de ninhos) para aves, e algumas espécies possuem interesse econômico, como apícola, ornamental, têxtil, alimentar, forrageiro, medicinal, despoluidor, etc.

A capacidade filtradora e despoluidora das plantas aquáticas por si só já justifica sua importância e o seu estudo. Mas, a beleza cênica das espécies de plantas aquáticas também possui relevância, até mesmo cultural. Por exemplo, os conhecidos lírios d’água (Nymphaea spp.) ou flores de lótus, cuja imagem encontra-se no topo da página, possuem espécies com floração diurna e outras com floração noturna, e foram pintadas e cultivadas pelo artista plástico francês Claude Monet, um pintor impressionista admirador da exuberância das Ninféias. Monet pintou diversas telas dessa plantas, as quais são chamadas de “Water lilies”. O Impressionismo atingiu com Monet seu caminho de eternidade, sua consagração definitiva, que foi além das tendências da moda e das épocas.

As Ninféias receberam este nome inspirado nas ninfas, criaturas mitológicas que habitavam rios, lagos, bosques e montanhas. Suas folhas são flutuantes, e as flores perfumadas possuem cores variadas que inspiram os amantes da natureza. Essa planta é considerada um “fóssil vivo”, sendo que coroas de flores feitas com duas espécies de ninféias foram encontradas junto com múmias de vários faraós desde 2000 a.C., o que demonstra sua importância até mesmo em rituais religiosos.

Heródoto, grego da antiguidade que viveu por volta de 450 a.C., descreveu o costume dos povos do Egito de colher as sementes de Ninféias, quando o rio Nilo estava cheio e as planícies alagadas. As sementes eram secas ao sol e moídas. Com a farinha, os egípcios fabricavam um tipo de pão. Nem todas as sementes, no entanto, eram trituradas, mas havia um ritual de enrolar cada semente em uma pelotinha de argila e devolve-las às planícies alagadas do rio. Essa prática, associada a produção de pão, foi mencionada em um texto bíblico: “Envia teu pão sobre a superfície das águas, pois no decorrer de muitos dias o achará de novo” (Eclesiastes XI: 1).

Dessa forma, a importância das plantas aquáticas revelasse não somente no âmbito ecológico, social e científico, mas também, cultural, religioso e cênico. Por isso, estudos e ações que visem a conservação, preservação e recuperação de áreas úmidas são extremamente importantes para a manutenção dessas esferas do conhecimento.

flor de lotus

aromáticas

Temos no Brasil uma exuberância em plantas aromáticas, cujas folhas, caule, flores, frutos, ou raízes, exalam seus odores característicos, que em muitas vezes atraem nossos sentidos de tal modo que vamos logo identificá-las. Essas plantas distinguem pela produção de substâncias ou óleos essenciais, que geralmente são voláteis, principalmente em contato com o sol. Tais aromas e a denominação dessas plantas são extremamente elásticas, pois elas procedem de diferentes famílias, que vai desde os simples arbustos como a erva-cidreira até grandes árvores, a exemplo do eucalipto. Melhor definindo, plantas aromáticas são aquelas que possuem aroma e/ou perfume, capazes de sensibilizar nosso olfato de modo agradável. A percepção dos aromas depende da sensibilidade de cada pessoa: umas são mais sensíveis, podendo até desenvolver alergias e, outras menos sensíveis, desfrutam simplesmente do prazer em sentir o aroma das plantas.

Essa riqueza da flora às vezes se subtrai pela invasão dos roçados e culturas, mas sobrevivem em sua maioria em locais preservados e contribuem para a pesquisa, desde que a maioria delas é medicinal. É interessante perceber, que muitas plantas apresentam três propriedades simultaneamente: são aromáticas, medicinais e condimentares.Desde a antiguidade o homem vem utilizando essas plantas para os mais diversos fins, como chás, cozimentos e banhos. Segundo a lenda, o imperador chinês, Shen Nung, ficou conhecido como “Pai do Chá”, que descobriu ao acaso diante suas observações quando algumas folhas caíram na água que ele fervia, produzindo um agradável aroma e um sabor especial, o que lhe causou ótimo bem-estar ao beber. Baseado em seus experimentos Shen escreveu diversos documentos sobre plantas, difundindo seu uso no oriente. Depois vieram os egípcios que utilizavam as ervas aromáticas na cosmética, culinária e medicina. Eles já usavam plantas que são comuns em nosso dia-a-dia como cebola, coentro, cominho, papoula, tominho e alho. De uma forma geral, os estudiosos costumam apresentar a história das ervas medicinais a partir do Oriente, em um longo caminho que evolui até, mais recentemente, a América. Entretanto, naquele tempo Shen já avisava que os chás aromáticos não devem ser ingeridos a esmo, pois muitas plantas com aromas e sabores excepcionais são, na verdade tóxicas, e podem causar sérios danos à saúde.

Em seguida o uso de ervas aromáticas se difundiu pelo mundo e hoje, uma em três pessoas, não passa sem o uso do chá em seu dia a dia uma vez que o café, embora tido como bebida independente é, na verdade, um tipo de chá.

Observa-se também na cultura popular o uso de plantas aromáticas para fins mais ecléticos. Algumas pessoas acreditam que dormir sobre um travesseiro contendo plantas aromáticas pode fazer bem à saúde, principalmente naquela soneca da tarde. Diz-se que o alecrim tonifica a mente, portanto é ótimo para o cansaço mental; o alfavacão é um excelente antisséptico pulmonar e expectorante; a alfazema serve para insônia e TPM. Além dessas, utiliza-se muito a camomila, o capim limão, a erva doce, que são calmante, o guaco, que é antitussígeno. E a lista vai do hortelã à sávia, passando pelo levante, majericão, melissa, poejo e por aí afora.

mal-me-quer

oiti

Oitizeiro (Licania tomentosa), árvore da família Chrysobalanaceae, que pode atingir altura entre 8 a 15 metros. Espécime típico da vegetação brasileira, essa árvore encontra-se em abundância no nordeste brasileiro, em especial nas áreas ocupadas pela Floresta Atlântica. Ocorre do Piauí até a Bahia, característica da floresta de restinga do nordeste e amplamente cultivada nas demais regiões. Por conveniência, a árvore é comumente chamada também de Oiti.

Devido ao seu caráter genuinamente regional, o oitizeiro é uma árvore-símbolo da Região Nordeste, com grande valor simbólico principalmente no estado de Pernambuco.

Outros nomes – oiti da praia, guaili, oiti cagão, oiti mirim, oitizeiro

Características –
espécie que atinge altura máxima de 15 m , com tronco de 30 a 50 cm de diâmetro. Copa frondosa e as raízes não são agressivas. As folhas são simples, alternas, elípticas, alongadas, de 7 a 14 cm de comprimento por 3 a 5 cm de largura, pilosas em ambos os lados e de cor verde-clara, quando novas, tornado-se glabras, a pilosidade se destaca quando esfregamos a folha. Quando completamente formadas possuem bordas lisas, superfície lisa e brilhante, cor verde-escura e persistente durante o ano todo. As flores são pequenas e brancas, produzidas em inflorescências (cachos) e resultam  na formação de grande quantidade de frutos por planta. Os frutos, quando maduros, apresentam coloração amarela. A planta produz grande quantidade de frutos de tamanho médio, polpa fina, forma ovalada, com cerca de 5 cm de comprimento e a maior parte tomada por um grande caroço bem resistente, que é a semente, envolta em massa amarela, pegajosa e fibrosa, aroma agradável e saborosa. Um Kg de sementes contém aproximadamente 84 unidades.

Habitat –
floresta pluvial atlântica

Propagação –
sementes

Madeira –
pesada, dura, resistente, de longa durabilidade.

Utilidade –
fornece ótima sombra, devido à sua copa frondosa, sendo por isso perfeita para plantio em praças, jardins, ruas e avenidas, principalmente em regiões litorâneas. Frutos comestíveis, com amêndoas ricas em óleo e muito procurados pela fauna. A madeira é usada para postes, estacas, dormentes e construções civis. Indicada para reflorestamentos mistos de áreas degradadas.

Florescimento –
junho a agosto

Frutificação –
janeiro a março

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