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Miltoniopsis híbrido

Os fungos são um dos grandes problemas no cultivo de orquídeas. Em geral, muitas condições indicadas para as orquídeas (como umidade ambiental) também são favoráveis para os fungos. Assim, de forma preventiva, devemos adotar um manejo correto para evitar esta adversidade.

Algumas recomendações importantes
* Substratos limpos
* Ferramentas desinfetadas antes de usá-las. Caso for mexer em outra planta, desinfectar novamente. Existem substâncias químicas para isto, ou mesmo o álcool. Mas o melhor meio é o fogo.
* Evitar que os vasos fiquem muito próximos pois muitos fungos tem seus esporos disseminados pelos respingos da irrigação ou a água da chuva. – A ventilação é um item vital, pois evita que o ambiente fique úmido por muito tempo, o que facilita a disseminação de esporos.
* O piso do orquidário deve ser de brita ou material de rápida drenagem para evitar o acúmulo por muito tempo de umidade. – Retirar as partes doentes das plantas, aplicando algum protetor (como canela ou pasta fúngica) nos locais onde houve a lesão.
* Fazer estudo e utilizar os fungicidas mais eficientes. Muitas vezes o rodízio de fungicidas (principalmente no caso de orquidários maiores) evita o surgimento de fungos resistentes.
* Todos os fatores ambientais (como luminosidade, temperatura, irrigação, adubação, entre outros) devem ser fornecidos criteriosamente para que a planta tenha as melhores condições de saúde, tornando-se mais resistentes.
* A limpeza do orquidário deve ser exemplar, sem entulhos ou qualquer acúmulo desnecessário. Nas visitas diárias recolher todo material que é retirado (como folhas velhas, flores murchas, substratos, etc) para posterior descarte. Jamais jogue no chão.

Os fungicidas
Mas mesmo tomando todas as medidas preventivas ainda podem surgir doenças fúngicas (ou outras). Neste caso precisamos utilizar os fungicidas, de origem química ou orgânica, para restituir a saúde da orquídea.

São muitos os produtos sintéticos vendidos em casas especializadas e não vou entrar no detalhamento destas substâncias. Penso que devemos usá-los em casos onde não há outro meio.

São sempre tóxicos e podem acarretar algum dano ambiental e à saúde humana e animal. Encorajo o estudo de plantas que possuem princípios ativos que nos interessam para tal propósito.

mofo cinzento

As principais doenças fúngicas
– Mofo cinzento: É uma doença que se caracteriza por apresentar pontos escuros nas flores, eventualmente também nas folhas. É comum em Phalenopsis, Cattleya e Dendrobium.

O patógeno chama-se Botrytis cinerea e geralmente manifesta-se no inverno e primavera. Os esporos são difundidos pela água e pelo vento. As plantas ficam com o crescimento dificultado, as flores ficam feias e morrem.  Posteriormente há severa perda de folhas, caso nada seja feito.

É facilmente controlado ao manter as orquídeas em ambiente de boa circulação de ar e irrigando apenas as raízes. Nunca molhe as flores. Ao perceber o fungo, descartar a parte afetada. Em caso muito grave, o fungicida indicado tem como princípio ativo o Mancozeb (Dithane ou Manzate).

Além dos já citados, também pode afetar os gêneros: Aerides, Ascocentrum, Brassia, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Broughtonia, Calanthe, Cycnoches, Cymbidium, Doritaenopsis, Epidendrum, Laelia, Laeliocattleya, Maxillaria, Miltonia, Oncidium, Paphiopedilum, Phaius, Potinara, Trichoglottis, Vanda e Vanilla.

fusariose

Fusariose: Afeta as raízes, os pseudobulbos, folhas e flores. Ou seja, se não tratar mata a planta. Também conhecido por “canela seca”. Os sintomas são manchas ovais marrons nas flores e folhas novas, dificuldade de crescimento, murcha e clorose.

Três ou quatro manchas nas folhas são característica da doença, que se alastra rapidamente. É preciso remover as partes infectadas usando ferramentas esterilizadas (a chama do fogão é o suficiente).

A infecção ocorre pelas raízes, sendo que o dano causado no sistema vascular dificulta o transporte de água e nutrientes. Se cortamos o pseudobulbo percebe-se linha escuros indo em várias direções.

Tem um cheiro desagradável de podre. O agente causador é o Fusarium oxysporum e o Fusarium solani. O fungo gosta de temperaturas entre 25ºC e 30ºC.

A forma principal de propagação é através do uso de ferramentas de corte não esterilizadas. Segundo a Houston Orchid Society, os sintomas desenvolvem-se mais em plantas estressadas pelo calor e em condições de umidade muito elevada. Utilização muito pesada de fertilizantes também contribui para o desenvolvimento da moléstia. Não há cura garantida para o Fusarium.

O melhor é prevenir. No caso de usar fungicidas, aconselha-se os de contato (mancozeb) e os sistêmicos (mefenoxam, tiofanato-metílico), tão logo apareçam os sintomas. Um exemplo, respectivamente são o Manzate / Dithane e o Ricomil / Cercobin. Mas sempre que possível aconselho a evitar defensivos tóxicos.

Os gêneros mais afetados são: Aerides, Ascocenda, Brassavola, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Bulbophyllum, Catasetum, Cattleya, Cycnoches, Cymbidium, Dendrobium, Lycaste, Oncidium, Phalaenopsis, Potinara, Sophrolaeliocattleya e Vanda.

podridão negra

Podridão negra : Gerada pelo fungo Phytophthora e Pythium. Algumas espécies destes fungos atacam o Dendrobium, gerando manchas amarelo esverdeadas nas folhas, ficando negras posteriormente. A moléstia progride através das raízes e a chance da planta morrer é grande.

As partes atacadas ficam moles destacando-se facilmente da planta. Nas mudinhas novas ocorre o “dumping-off” (tombamento). Os esporos são dispersos via água e também por contato. Temperaturas amenas / elevadas e alta umidade favorecem este patógeno.

Assim, nestas condições, o cuidado tem de ser grande. Eliminar as partes afetadas é a primeira atitude, além de ter atenção na irrigação. Em orquidários maiores a aplicação preventiva de fungicidas pode ser inevitável.

A doença é muito contagiosa e se as medidas de combate não forem suficientes, tem-se de eliminar a orquídea. Os principais gêneros atacados são: Brassia, Coelogyne, Cymbidium, Laelia, Aerides, Ascocentrum, Epicattleya, Maxillaria, Paphiopedilum, Potinara, Rodriguezia, Brassavola, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Cattleya, Cyrtopodium, Epidendrum, Laeliocattleya, Oncidium, Vanda e Phalaenopsis além do Dendrobium (já citado).

Manchas foliares de Phyllosticta

Manchas foliares de Phyllosticta: O patógeno é o fungo do gênero Phyllosticta. Ocasiona manchas amareladas nas folhas que tornam-se marrons com o tempo ou mesmo negras quando o fungo vai produzir esporos. Estes esporos são disseminados pelo vento e água.

O formato das manchas é circular ou ovalado, bordas bem definidas e no centro pode-se ver os picnídios (órgão de frutificação do fungo).

Formam estruturas que ficam imersas no tecido do hospedeiro e aquilo que é perceptível na superfície é apenas uma pequena parte do patógeno. A faixa de temperatura boa para este fungo é entre 25ºC e 30ºC.

Não há tratamento químico satisfatório para esta doença. Quando as manchas começam a se desenvolver, o melhor é cortá-las, não deixando também nenhuma folha morta na planta ou no vaso. Isto impede a contaminação nas plantas sadias.

O melhor, quando da irrigação, é fazer no início do dia, permitindo rápida secagem. Ambientes com boa circulação de ar são imprescindíveis para qualquer espécie que estejamos cultivando.

Embora seja doença mais comumente vista em Dendrobium e Vanda , também pode ocorrer em Cymbidium, Brassolaeliocattleya, Cattleya, Epidendrum, Laelia, Laeliocattleya, Odontoglossum. Oncidium e Phalaenopsis.

antracnose

Antracnose: Gerado pelo fungo Colletotrichum. As folhas ficam com manchas marrom escuras ou acinzentadas que formam anéis concêntricos, com leve depressão. Atacam tanto os “seedlings” (mudinhas) como as plantas adultas. É favorecido por temperaturas mais baixas (entre 10º e 20º) e alta umidade.

Para prevenir, evite locais sombreados, de pouca circulação de ar e isolando a planta quando for atacada. O combate é feito com a aplicação de sulfato de cobre sobre as partes atacadas ou com fungicidas sistêmicos (Mancozeb).

Os gêneros afetados são: Aerides, Ascocenda, Ascocentrum, Brassavola, Brassia, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Bulbophylum, Catasetum, Cattleya, Cymbidium, Cyrtopodium, Dendrobium, Epicattleya, Epidendrum, Laelia, Laeliocattleya, Maxillaria, Miltonia, Odontoglossum, Oncidium, Paphiopedilum, Phaius, Phalaenopsis, Pleurothallis, Rodriguezia, Sophrolaeliocattleya,, Vanda, Vanilla, Zygopetalum, entre outros.

podridão-das raízes

Podridão das raízes: O fungo causador é do gênero Rhizoctonia que seca os pseudobulbos e causa deterioração radicular, o que tira a vitalidade da parte aérea e fim de novas brotações. Lentamente mata a planta. O patógeno gosta de alta umidade e temperaturas beirando os 30ºC.

Possui muitos hospedeiros, sendo assim é importante eliminar restos culturais tanto no orquidário como nos arredores. Os cuidados com esterilização de ferramentas são fundamentais, o que é uma atitude que pode-se considerar como uma recomendação geral. Também o exagero na irrigação ou a má drenagem facilita o surgimento da doença.

Tratamentos químicos são feitos com fungicidas sistêmicos. Orquídeas atacadas: Aerides, Brassavola, Brassocattleya, Cymbidium, Dendrobium, Epicattleya, Epidendrum, Laeliocattleya, Oncidium, Paphiopedilum, Phalaenopsis, Potinara Vanda, entre outras.

ferrugem

– Ferrugem: Os agentes causadores podem ser vários, destacando-se: Sphenospora kevorkianii (=Uredo nigropunctata), Sphenospora mera, S. saphena , Uredo epidendri, U. behnickiana e Hemileia oncidii . Este último se diferencia por não apresentar pústulas. Estes fungos gostam de uma combinação de alta umidade com temperaturas amenas. Ocorrem em vários países desde os EUA até o Brasil.

As folhas são as partes atacadas, principalmente na parte inferior, onde aparecem pequenas pústulas alaranjadas ou mesmo marrom-avermelhadas. O pó alaranjado são os esporos que se disseminam pelo vento e pela água. Crescem com grande rapidez.

Como medida inicial, deve-se cortar as partes atacadas e queimá-las. Nunca jogar no chão próximo ao orquidário. Em seguida é aconselhável deixar a planta isolada das demais.

Os fungicidas com sulfato de cobre são os recomendados. É mais frequente em Oncidium, mas também aparece em Brassavola, Brassia, Bulbophylum, Capanemia, Catasetum, Cattleya, Cyrtopodium, Dendrobium, Encyclia, Epicattleya, Epidendrum, Laelia, Lycaste, Masdevallia, Maxillaria, Miltonia, Odontoglossum, Phaius, Pleurothallis, Rodriguezia e Zygopetalum.

Cercosporiose

Cercosporiose: A infecção inicial pode ocorrer em ambos os lados das folhas, mas geralmente manifesta-se na parte inferior, onde surgem manchas amareladas e irregulares que com o tempo tomam a coloração marrom escura com centro acinzentado.

Também na parte superior surgirão pequenas manchas circulares envoltas por um anel amarelado ou arroxeado.

Na sequência as manchas ficam necrosadas, cobrem as folhas inteiras e acabam caindo. Períodos de chuva, seguidos de alta umidade relativa são favoráveis para o desenvolvimento da moléstia.

O fungo causador é o Cercospora odontoglossi e os gêneros mais atacados são: Brassavola, Cattleya, Cymbidium, Epidendrum, Miltonia, Oncidium, Laelia, Odontoglossum, Oncidium e Sophronitis. Plântulas em bandejas coletivas são mais suscetíveis, pelo que é recomendável usar potes individuais.

Além do descarte das partes atacadas, o controle pode ser feito com fungicidas à base de cobre, Manzeb e Ferban.

podridão na base

Podridão da base: Também conhecido como Murcha do Sclerotium, esta doença é causada pelo fungo Sclerotium rolfsii.

Os sintomas iniciais aparecem na base da planta, com um enrugamento e podridão dos talos e algumas lesões escuras e irregulares nas folhas (começam nas bordas avançando para toda a superfície). Ao redor das manchas surge um halo amarelado.

Nos tecidos das raízes e pseudobulbos observa-se um micélio branco (como algodão) direcionando-se para as folhas. O apodrecimento da base impede a circulação normal de seiva, o que prejudica toda a parte aérea.

Este patógeno sobrevive em substratos orgânicos por longos anos, vivendo de forma saprofítica, suportando com grande resistência as adversidades climáticas.

Quando as condições são favoráveis rapidamente volta a se desenvolver. Alta umidade, temperaturas acima de 26º C e substrato muito orgânico são as condições ideais para o fungo.

Substratos adequados, limpos e com bastante aeração e drenagem garantem uma boa proteção contra esta doença. Cattleya, Dendrobium, Cymbidium, Phalenopsis e Vanda são os gêneros mais suscetíveis.

mancha foliar

Manchas foliares de Phoma pestalozzia: Provoca o trincamento das folhas e manchas alongadas ao redor das nervuras. O gênero de orquídea mais sensível é a Vanda. O Cercobim é um fungicida que pode ser utilizado.

Como se livrar dos fungos?
Infelizmente, na maioria das vezes, não tem jeito, para eliminar os fungos, você precisa usar agrotóxico. Neste caso, basta ir em uma casa especializada em produtos agrotóxicos e pedir um fungicida.

É muito importante que ele seja aplicado de acordo com o recomendado na embalagem. Então, nada de inventar!

Ah! E sempre use luvas! O contato com produtos tóxicos pode causar doenças e intoxicação (alguns dizem até que podem aumentar as chances de câncer).

Alternativas naturais
Muitas pessoas que teve sucesso com receitas caseiras. Segue abaixo duas opções para quem quiser testar.
Receita 1: Pasta de óleo mineral com canela (misturar os dois ingredientes até que vire uma pasta) – aplicar direto nas manchas e não regar por alguns dias.

Receita 2:
1 litro de água + 6 cravos-da-índia + 1 colher de chá de canela em pó + 1 ml de solução a 2% de mercúrio cromo ou iodo.

Como fazer: durante 3 dias, misturar os 3 primeiros ingredientes, no quarto dia, acrescente o mercúrio. Corte a parte afetada e aplique imediatamente no corte. Se desejar, depois pode aplicar no restante da planta. Não guarde o que sobrar! Não molhe a planta por 7 dias.

borboletas044

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